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O Sr. Presidente : — Eu tomo na devida consideração o pedido que V. Ex.a acaba de fazer.

Todavia, julgo que ele não ó de apreciar nesta altura.

Foi aprovada a acta.

O Sr. Presidente : — Encontram-se na Mesa três" cartas de renúncia dos Srs. Sá Cardoso, Baltasar Teixeira e António Mantas, respectivamente, Presidente e 1.° e 2.° Secretários da Mesa desta Câmara.

Tendo em consideração os altos serviços prestados por estes ilustres membros desta casa do Parlamento, julgo cumprir o meu dever, como Presidente ocasional, que tenho a honra de ser, propondo para que seja nomeada uma comissão composta pelos representantes dos diferentes agrupamentos políticos desta Câmara para instar janto de S. Ex.as no sentido de'desistirem do propósito de abandonar os lugares que têm desempenhado com tanta inteligência, correcção e imparcialidade.

(Muitos apoiados).

São lidas as cartas dos Srs. Sá C ar'doso, Baltasar leioceira e António Mantas

Lisboa, 16 de Junho de 1920.—Ex.mo Sr. Vice-Presidente da Câmara dos Deputados.—Rogo a V. Ex.a o favor de comunicar à Câmara que por me ser impossível continuar a desempenhar o lugar de Presidente da Câmara renuncio a este lugar.

Saúde e Fraternidade. — Sá Cardoso.

Ex.mo Sr. Presidente da Câmara dos Deputados.— Não podendo continuar no exercício das funções de 1.° Secretário da Mesa, rogo a V. Ex.a se digne apresentar à Câmara a minha renúncia àquele lugar.

Com a máxima consideração e estima me subscrevo de V. Ex.a m.° at.° v.or obg.° — Baltazar Teixeira.

Ex.mo Sr. Presidente da Câmara dos Deputados.—Rogo a V, Ex«a se digne participar à Câmara que não posso -por mais tempo continuar no exercício das funções de 2.° Secretário.

Com a maior consideração sou de V.a m.° at.° v.or obg.° — António Mantas.

O Sr. Brito Camacho: — Sr. Presidente : eu não estranho a resolução tomada pelo ilustre Presidente desta Câmara o, con-

Diàrio da Câmara, dos Deputados

comitantemente, a dos Srs. Secretários que o acompanharam.

Só alguma cousa houvesse a estranhar seria o lacto de S. Ex.a, caprichoso e pun-donoroso como é no cumprimento de todos os seus deveres (Apoiados), só agora ter tomado essa atitude, em face da situação por vezes deprimente que lhe tem sido criada por esta Câmara.

Desde há muito tempo que a Mesa não manda nem dirige, porque não faz outra cousa senão presidir à desordem que tem sido o trabalho desta assemblea.

Vozes da esquerda: — Não apoiado.

O Orador: — E eu preganto se tal é, se tal pode ser a função da Mesa.

Não pode, efectivamente, a Mesa marcar uma determinada ordem do dia, segundo a maior conveniência dos trabalhos parlamentares, sem que surja logo toda a gente, a começar pelos Ministros e acabar pelos Deputados que dentro do seu grupo não têm qualquer categoria oficial, por meio de requerimentos ou de quaisquer outros expedientes, a alterar a ordem estabelecida pela Mesa.

JNestas condições, os trabalhos desta Câmara têm corrido desordenadamente, tumultuâriamente, sem a proficindade que deviam ter e que é preciso que tenham, sob pena de lá íora se dizer que o Parlamento carece de ser dissolvido pelo desprestígio que acarreta para a República.

E- necessário que isto se não diga lá fora, mas para que isto se não diga, é indispensável adoptar outro procedimento.

Oxalá este procedimento da Mesa, que é determinado por um sentimento de brio-que é preciso reconhecer, dê a esta assemblea a plena consciência das suas obrigações, levando-a a adoptar para com a Mesa reconduzida ou para com a Mesa a eleger, uma linha de conduta inteiramente diversa da que tem sido seguida para com a Mesa presidida pelo Sr. Sá Cardoso.