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Sessão de 17 de Junho de 1920

Da melhor boa vontade, e na ausência do leader do meu Partido, associo-me à proposta que V. Ex.a, Sr. Presidente, acaba de propor no sentido de que a resolução tomada pela Mesa não §eja irrevogável. (Muitos apoiados).

E faço-o gostosamente, não apenas por um sentimento de velha amizade pessoal, mas ainda porque não é meu costume recusar justiça a ninguém, nem quando tenha de dizer mal, nem quando tenha de dizer bem.

E eu sou obrigado-a reconhecer que a Presidência do Sr. Sá Cardoso tem sido mais do que correcta, porquo tem sido duma lialdade, duma franqueza e duma imparcialidade que não é demais encarecer. (Apoiados). •

E nós precisamos, principalmente neste momento em que a geografia da Câmara se encontra tam perturbada, desses requisitos para que os trabalhos corram regularmente.

Evidentemente na Câmara há mais quem possa presidir aos seus trabalhos, mas quem for presidir e quiser mostrar-se à altura do seu papel, terá de proceder com a correcção, com a inteligência, com a elevação e com a imparcialidade com que sempre procedeu o Sr. Sá Cardoso.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Liai: — Na ausência do leader do Grupo Parlamentar Popular, tenho a honra de me associar, em nome deste Grupo, à proposta que V. Ex.a, Sr. Presidente, acaba de propor.

Todos, nesta Câmara, admiram a alta figura moral do Sr. Sá Cardoso, ilustre Presidente desta assemblea.

Todos conhecem e todos apreciam a sua lúcida inteligência, a sua ardente fé republicana, a sua serenidade e a sua imparcialidade. (Muitos apoiados).

O Partido Republicano Popular lastima com profundo desgosto a resolução de S. Ex.a, mas acha necessário que a comissão que vai ser nomeada para procurar o Sr. Sá Cardoso faça ver que os trabalhos parlamentares decorrem sempre conforme o procedimento e a acção do Poder Executivo.

Se esto, a todos os momentos, se colocar fora daquilo que representar a legítima defesa dos interesses públicos, nós vemo-nos na necessidade de o chamar à

ordem, por vezes, com a rudeza e com a violência a que o seu procedimento dê lugar.

E exactamente isso que se tem feito.

Ainda hoje, para mostrar a manifesta incompetência que transpareço das propostas do Sr. Ministro das Finanças, eu hei-de de usar da palavra em negócio urgente.

Embora isso desgoste o Sr. Sá Cardoso ou os outros Presidentes que, porventura, se lhe sigam, a verdade é que a Câmara tem de usar desse direito sem o qual não há função do Poder Legislativo.

Posto istOj Sr. Presidente, eu peço a V. Ex.a para declarar ao Sr. Sá Cardoso que o Partido Republicano Popular, tendo em muita consideração a forma correcta o imparcial por que S. Ex.a tem dirigido os trabalhos desta Câmara, faz votos para que desista do seu pedido e volte rapidamente a ocupar o lugar que S. Ex.a tanto tem honrado.

O orador não reviu.

O Sr. Costa Júnior: — Sr. Presidente: a minoria socialista associa-se gostosamente à proposta que V. Ex.a acaba do fazer no sentido de se instar junto do Sr. Sá Cardoso, ilustre Presidente desta Câmara, para que S. Ex.a desista do sou pedido de renúncia. Acostumados já ao procedimento sempre correcto, sempre inteligente e sempre imparcial de S. Ex.;i nós não podíamos ver senão com profundo desgosto o abandono desse lugar que S, Ex.;t tanto tem dignificado. Por isso a minoria socialista junta os seus votos aos daqueles, que desejam ardentemente o regresso do Sr. Sá Cardoso aos trabalhos da presidência.

Quanto à forma como têm decorrido os trabalhos parlamentares não vejo ra-zftes que justifiquem as afirmações 'do Sr. Brito Camacho o que por isso mesmo, estão um pouco fora da lógica, senão da lógica de S. Ex.a, pelo menos da lógica de toda a gente. A Câmara é soberana e, como tal, podo resolver as quês -toes como entender.