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tem parecer da comissão de comércio e indústria, tendente a criar no porto da Horta condições que lhe permitam o seu desaçoreamento.

Estranho não ver inscrito na ordem do dia Csse projecto, facto que só posso explicar por um esquecimento, aliás lamentável, da Mesa.

Assim, apelo para V. Ex.a no sentido de que mande inscrever o referido projecto, que é o 506-F, na ordem do dia, dando desta forma cumprimento a uma deliberação da Câmara, visto que esta casa do Parlamento concedeu a. urgência, e a dispensa do Regimento para a discussão do mesmo projecto.

O orador não reviu.

O Sr. Eduardo de Sousa: — Sr. Presidente :, embora não esteja presente- o Governo e não haja Ministério, que, segundo ouço dizer, anda em passos perdidos, ou vou comunicar a V. Ex.a um lacto indecoroso a fim de que a Câmara dòle tome conhecimento e no intuito de que às cadeiras do Poder chegue o protesto que vou fazer.

Trata-se de mais uma proesa da famosa Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que exige, como ou próprio presenciei que o pagamento dos bilhetes para o rápido de Madrid seja feito em pesetas e não em dinheiro português.

Isto representa, nada mais nada menos, do que uma infâmia e um acto de lesa-pá-tria e é simplesmente fantástico que uma companhia portuguesa seja a primeira que esteja a 'depreciar o valor da moeda nacional. (Apoiados).

Há poucos dias, a um passageiro que ia comprar um bilhete para b comboio de Madrid disseram que fosse trocar o dinheiro em pesetas se quisesse obter o bilhete e ele teve de, à pressa, ir comprar pesetas pelo preço que os cambistas lhe exigiam.

A companhia tem obrigação de receber dinheiro português, seja para que comboio for, e não deve contribuir, desta maneira, para o desprestígio e descalabro da moeda nacional. (Apoiados).

Chamo a atenção de V. Ex.a, Sr. Pre-' sidente, para que V. Ex.a comunique este facto ao Governo, a fim de que a companhia seja metida na ordem, pois a com-danhia tem abusado extraordinariamente

Diário da Câmara dos Deputados

do publico e das garantias que o Estado lhe dá. (Apoiados).

Eu bem sei que há elementos monárquicos lá dentro, na própria direcção, que não se importam para nada com o Parlamento nem com o Governo; mas eu declaro a V. Ex.a que não é esta a última vez que me refiro a este assunto. Voltarei a ocupar-me dele quantas vezes for preciso, até que a companhia entre na ordem. (Apoiados}.

O orador não reviu.

O Sr. Pedro Pita: — Sr. Presidente: não me encontrava na Câmara quando aqui foi proposto e aprovado um voto de sentimento pela morte do Sr. Dr. .Pedro de Matos.

Se aqui estivesse nessa ocasião, teria associado a minha voz a essa proposta e teria tido ensejo de dizer, como hoje digo, que extranho muito que, tendo sido esse indivíduo assassinado no cumprimento do seu dever, não houvesse da "parte do Governo aquele respeito e consideração que lhe eram devidos.

Em qualquer outro país o indivíduo que fosso assassinado nas condições do Sr. Dr. Pedro de Matos não teria no seu funeral um secretário a representar o Sr. Presidente do Ministério, mas o próprio chefe do Governo e o Ministro da Justiça e esse funeral ter-se-ia feito com todas as honras, prestando-se assim à vítima do seu dever aquelas homenagens que são devidas em casos tais, justamente para que sempre se prove que esses atentados não conseguem entravar a marcha da justiça nem afrouxam a acção daqueles que têm hoje a coragem — digamos assim — de desempenhar a função de julgadores.

Consta-me que o jornal O Primeiro de Janeiro, fazendo referência ao voto de sentimento aqui aprovado, trocou os nomes e disse que a Câmara tinha manifestado a erpressão do seu sentimento pela morte do Sr. Pedro Pita. Na verdade era preciso que eu estivesse morto nesta Câmara para deixar de, ao associar-me ao voto de sentimento, proferir as palavras um pouco ásperas, talvez, mas profundamente justas, que acabo de dizer.

O orador não reviu.