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Diário da Câmara dos Deputados

que se não dissesse que aproveitava a mitiha efémera passagem polo Ministério dos Estrangeiros para premiar amigos com comissões, infelizmente invejadas como se fossem sinecuras.

Apesar de tudo vejo que não escapei à acusação, tara facilmente lançada.

Caiu o Governo Álvaro de Castro; e eu, naturalmente com grande desgosto de alguns Srs. Deputados, e desgosto legítimo, em virtude da minha incompetência ...

Vozes: — Não apoiado.

O Orador:— Fui de novo investido nas funções de Ministro dos Estrangeiros. Tinha de resolver o assunto, e com urgência, visto ao Sr. Vitorino Guimarães não ser possível continuar por mais tempo, como delegado na comissão de reparações, a prestar ao País o serviço da sua alta inteligência, do seu saber e da sua dedicação.

Tratei assim de o substituir imediatamente na missão de que estava encarregado na comissão de reparações, cujos trabalhos entraram agora na fase de maior importância e maior agudeza para os interesses do País. (Apoiados).

Tive pois, Sr. Presidente, de escolher com urgência, não um correligionário meu, ainda que para isso não tivesse aptidão, mas sim uma pessoa que pela sua situação, pelo seu patriotismo, pelas'suas qualidades de trabalho e inteligência, oferecesse condições de desempenhar esse cargo o melhor possível.

Assim, Sr. Presidente, pedi ao Sr. Melo Barreto, qno não ó meu correligionário, e que deixava de ser Ministro dos Estrangeiros em Portugal-que aceitasse tal cargo, mas em vista da recusa pertinaz de S. Ex.a, tive de escolher, e cada vez-com exigência maior, a pessoa que, com as qualidades necessárias de competência, de saber e patriotismo, pudesse imedia-mente seguir a ocupar o cargo de delegado português à comissão de reparações na qual o esperavam interesses superiores do País, cuja defesa não podíamos abandonar.

Sr. Presidente: suponho que tenho esclarecido suficientemente o motivo pelo qual entendi que não devia demorar mais a substituição do delegado português e

seu adjunto na comissão de reparações, embora com o desgosto de ver retirar de lá quem já tinha dado provas de saber, de inteligência, e precisamente agora que é possível começar-se a fazer o estudo de numerosos documentos que ainda lá não estavam e que só há pouco foi possível enviar.

O Sr. Eduardo de Sou-a:—

pode-me indicar a data em que esses documentos chegaram a Portugal?

O Orador: —A data precisa não a posso dizer agora a V. Ex.a; mas chegaram há poucos dias, e assim imediatamente tratei de os enviar para Paris, visto que alguns já lá estavam e não fazia sentido que estes cá ficassem, separados uns dos outros.

Quando esses documentos chegaram, tratei, pois, repito, de os enviar para a comissão de reparações, e tratei igualmente de nomear os delegados que tinham de substituir os que se retiravam.

Vê a Câmara que o Sr. Vitorino Guimarães, cuja competência e cujas qualidades de patriotismo e de republicanismo ninguém pode contestar, e eu sou o primeiro a reconhecê-las, nos vinha dizer que era necessário mandar imediatamente para Paris o delegado que tinha de o substituir, o o respectivo adjunto; vê a Câmara qu,e o Sr. Vitorino Guimarães entendia, com a sua especial autoridade, que era necessário que o novo delegado estivesse um mês com ele ainda em Paris afim de o poder habilitar no conhecimento dos assuntos pendentes, da maneira como foram tratados e da mais conveniente trajectória a seguir na defesa dos assuntos que correm pela .comissão de reparações.

Sr. Presidente, não houve, pois, uma partida precipitada do Sr. Jaime de Sousa, como o Sr. Eduardo de Sousa afirmara dando a impressão de que mais algum tempo o novo delegado devia demorar-se em Portugal. Não necessito de dizer mais nada para se ver que a sua partida para Paris era urgentíssima. A crítica feita ao que se chamou sem razão uma grande pressa em substituir os nossos representantes, não tem o menor fundamento.