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Diário da Câmara dos Deputados

prir o seu dever, auxiliado por um adjunto da maior competência também, pois já ambos têm estado lá fora em missões de confiança e sabem como ostes assuntos são tratados para melhor defesa dos nossos interesses.

Mas, Sr. Presidente, ainda antes disto tive o cuidado de levar o caso à consideração dó conselho de ministros e tive a felicidade, tain claras eram as minhas intenções, tam evidentes eram os factos, de obter do conselho de ministros, uma unanimidade absoluta de opiniões sobre um caso tam escandaloso!

Sr. Pr. s.deiito," mah uma vez o digo: a Câmara podará, se assim o entender, resolver o assunto por outni forma; eu é que não quero para mim essa ròspohsabi: Made.

Se a Câmara entende que deve ser adoptada outra resolução, não se limitem os Srs. D('putados'qúe se retiram ao assunto, a proferir'palavras impensadas e vagas, para produzirem determinados efeitos.

Concretizem o seu parecer num projecto de lei que a Câinarà discutirá è aprovará se o quiser, ou em uma moção que hoje mesmo podo ser votada. Resolva extinguir a nossa delegaçílo na Comissão de Reparações, economisando algumas libras, durante algum tempo, e desprezando-se os interesses que temos a defender e que representam alguns milhares de contos. A Câmara ó soberana.

Tenho dito. (Apoiados).

Q Sr. Eduardo de Sousa: — Roqueiro, Sr. Presidente, que V.' Ex.d consulte a Câmara sobre se ela permite que eu responda ao Sr. Ministro dos Negócios'Estrangeiros.

. Foi aprovado.

O Sr. Eduardo de Sousa: — Sr. Presidente, começo por agradecer à Câmara a nova gentileza que acaba de ter para comigo permitindo que eu novamente usasse da palavra para responder às considerações que acabam de ser feitas pelo Sr. Ministro dos'Negócios Estrangeiros.

O Sr. Presidente (arjítanrlo a campai-nJiri):— Peço a atenção da Câmara. Ao Br., Deputado Eduardo do Sousa peço quo fale em tom quo se possa ouvir.

O Orador:—Melhor seria talvez, dado o ruído quo há na Câmara, que V. Ex.a em vez de agitar a campainha, empregasse uma buzina. (Risos).

Sr. Presidente: eu, na verdade, não sei como fazer-me ouvir. . .

O Sr. Presidente: — Falando em tom que eu ouça, pois tenho o direito de ouvir.

O Orador: — Não só o direito, mas ato o dever. Mas os meus apoucados recursos oratórios, a minha fraca voz e a minha débil compleição que'me colocam a'unia distância incalculável'do orador-tipo dós velhos manuais de oratória, ó que me inibem seguramente de me fazer ouvir por V. Ex.a é"péla Câmara, quando ela se'encontra como agora em rumor.'Não sei de resto, aliás, se esse rumor obedece agora, como tantas outras véz^s. ao propósito de abafar a 'palavra de oradores de voz tam'dó!")il como a minha, o que não tenho dúvida em afirmar embora prestando homenagem ao conhecido lugar comum dos tonstn e das assembleas gerais de montepios e agremiações similares. (Riso*).

Assim, Sr. Presidente, elevando o tom da minha voz, vou procurar atender à observação de V. Ex.a, sem que, todavia, haja de recorrer aos berros, processo de resto tam peculiar na oratória desta casa do Parlamento. (Risos).

Por isso peço à Câmara que me dispense um pouco de silêncio, a fim de me não forçar a usar sobreposse duma capacidade pulmonar tal como a minha e que seguramente não dá para dominar as grandes massas. . .

Entrando, pois, no assunto, Sr. Presidente, depois de tam singular e inopinado exórdio, direi que ouvi atentamente as explicações dadas pelo Sr. Ministro dos Negócios , Estrangeiros às observações que tive a honra de lhe fazer, explicações essas em que S. Ex.a se manteve inteiramente dentro daquela cortesia indispensável às altas funções que hoje exerce no Estado e daquela correcção que tanto o recomendaram outrora às simpatias desta Cfimara a ponto de o haver eleito por duas vezes para a sua presidência.