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Sessão â e 9 de Dezembro de 1920

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«que vGm agravar o contribuinte» com o abuso do Ministro dos Estrangeiros que vai fazer gastar ao Estado Português muito dinheiro, sem interesse nem proveito para o país, e só pelo prazer de beneficiar amigos seus. Não ó lícito falar assim dentro do Parlamento.

A despesa com os nossos delegados lá fora é mais que justificada, a não ser que queiramos abandonar a defesa dos mais altos interesses nacionais.

Esta despesa é já conhecida do Parlamento e não fui eu quem a estabeleceu. Não foi criada por miin, mas nem eu, nem ninguém pode considerar como útil a sua supressão. Pode e deve diminuir se. ouvi eu dizer.

O Sr. Leote do Rego (interrompendo)'.— Se V. Ex.a me dá licença, eu direi que o senhor adjunto o Sr. Nordeste, ganha mais que os Srs. Ministros todos. Não há ninguém que não possa viver em Paris com três libras por dia, não sendo necessárias as tais oito libras.

(Apartes).

O Orador: — Não vivi lá fora, nunca desempenhei qualquer comissão em Paris, e não sei por isso se essa quantia que o ,Sr. Loote do Rego reputa exagerada é ^Irossiva^é bastante ou insuficiente.

Não fui *eu quem marcou as ajudas de custo, já o disse, mas todos nós sabemos como são difíceis actualmente as condições de vida em todo o mundo e principalmente nas grandes cidades.

Diz o Sr. Leote do Rego, que conhece a vida lá fora, que1 são exagnradas as ajudas do custo, mas eu sei, todos sabem que ;l situaquo dos nossos delegados os obriga

a despesas e encargos especiais a que qualquer particular pode eximir-se, mas a que eles não podem furtar-se por virfcude da sua situação oficial.

Para terminar, devo declarar que procedi conscientemente, convencido de que cumpri o meu dever de Ministro dos Estrangeiros, o o meu dever de português, fazendo com que o Estado continue a gastar dinheiro para sustentar lá fora, os nossos delegados à Comissão de Reparações, porque as importâncias que estão despendendo se destinam à defesa de milhares de contos, que é o que representam-as nossas reclamações perante aquela Comissão.

Entendo que é bem justamente gasto esse dinheiro. Não devemos ser prejudicados por falta de atenção nossa, por falta do cumprimento do nosso dever de defender até a última os interesses nacionais.

Sr. Presidente, nenhum dos países que têm direito a tomar parte nos trabalhos da Comissão de Reparações deixou de nomear os seus delegados. ^Como pode alguém, com responsabilidades, dizer sinceramente que devíamos retirar os nossos? Mas, pode a Câmara, se quiser, deliberar que os não devemos inantor, dando nós assim, aos outros países o exemplo de que em Portugal é que se sabe administrar, que em Portugal é que se sabe defender os interesses do país, que em Portugal ó que existe o bom critério administrativo o que os outros países, procedendo diversamente de nós, são perdulários e gastadores.

A Câmara procederá, pois, como melhor entenda; eu, porém, acentuo-o ainda, estou no convencimento de que cumpri o meu dever de Ministro e do português.

De maneira nenhuma tomava nem tomo a responsabilidade de rotirar os delegados nossos à Comissão do Reparações, de propor ou, sequer, de concordar em que lá não devemos ter ninguém. (Apoiados).

Eu, conhecendo o país em que vivo, fiz tudo isto: instei com o Sr. Victorino Guimarães para que elo e o seu adjunto continuassem na sua missão.

Após a persistente recusa, de S. Ex.a, instei com o Sr. Melo Barreto que tinha todas as condições de se desempenhar brilhantemente do tal encardo, para quo fflsse substituir o Sr. Victorino Guimarães. S. Kx.a não aceitou.