O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18

Diário da Câmara dos Deputados

avante a viagem, os viajantes e a sua respectiva comissão.

Em todo o caso agradeço mais uma vez ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros a presteza com que acedeu ao meu pedido vindo trazer à Câmara as suas explicações acerca dGste caso, lamentando eu tam só que ele não tenha dado ensejo a servir de início à tam reclamada compressão das despesas, frase esta contra a qual ainda ontem protestava o Sr. Ministro das Finanças respondendo a um ilustre deputado que nesta casa iniciou a discussão da primeira f das propostas fa= zendárias de S. Ex.a É que o Sr. Ministro das Finanças decerto se esquecia já de que na declaração ministerial se afirmava que «polo que respeita à vida financeira do Estado o Governo administrará com severa economia os dinheiros públicos limitando todas as despesas ao mínimo irredutível». Não é, pois, por aqui que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, e digo-o com pesar, não iniciará o quinhão que lhe compete no cumprimento daquela promessa de declaração ministerial.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira): — Então V. Éx.a entende que deviam ser comprimidas essas despesas.

O Orador: — Essas ou quaisquer outras trás que, porventura, sejam exageradas.

Claro está que isto não qnere dizer que se suprimisse a Comissão de Separações ou que se deixe de lhe ministrar os recursos necessários para a sua manutenção emquanto ela for reputada como indispensável, ou ainda que para ela sejam nomeadas as pessoas de que o seu funcionamento carece e que para isso ofereçam os necessários requisitos de inteligência e competência. E não vejo que os possuíim as pessoas agora nomeadas pelo Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Todavia atenda S. Ex.a que ó chegado o momento de se pôr termo a essa orgia de passeatas constantes à custa do Estado de certos felizes da terra que, à custa do primeiro pretexto aventado, logo são expedidos para Paris, Eoma, Londres, Bruxelas, etc. A situação do País é muito grave e não se compadece com tais orgias administrativas e n Ho vai

de molde a que assim, sem mais nem menos, só pelo efeito de altas recomendações, se despachem bailaricos diplomáticos para dançarem a polaca em Varsóvia, ou em qualquer outra grande capital. Tenho dito, Sr. Presidente.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira): — Sr. Presidente : só duas palavras, porque não quero provocar uma demorada discussão deste as-" sunto. A 'Câmara tem de ocupar-se da discussão das propostas das finanças, que são de muito maior interesse para o Estado, do que o assunto que está em debate.

Começo por dizer que folgo por me ser dado o ensejo de vir à Câmara explicar a razão, em virtude da qual resolvi enviar para a comissão de reparações dois delegados, um delegado e um adjunto, em substituição do delegado e do adjunto que se retiram da comissão.

Não agradeci há pouco ao Sr. Eduardo de Sousa esse ensejo, mas agradeço-o agora devidamente. Se eu precisasse do que alguém tomasse a defesa dos meus actos, estava inteiramente satisfeito cora a defesa qne deles fez o Sr. Eduardo de Sousa.

S. Ex.a disse que não discutia a necessidade de enviar para a comissão de reparações um delegado e um adjunto.

Dá-me razão.

S. Ex.a entende que esses dois delegados devem ser remunerados.

Deu-m e razão.

S. Ex.a disse que esse delegado e esse adjunto vão, na comissão de reparações, defender os interesses do Estado.

Deu-me razão.

Referiu-se S. Ex.a ao elogio que eu fiz ao Sr. Vitorino Guimarães, bem justo e bem merecido, estranhando que eu não fizesse um elogio idêntico ao Sr. alferes Nordeste.

Sr. Presidente: quem dirige os trabalhos é o Sr. Vitorino Guimarães, e quem obedece à orientação dada por S. Ex.a ó o Sr. Nordeste. Evidentemente todo o bom resultado dos trabalhos realizados na comissão de reparações, em defesa dos interesses de Portugal, deve-se ao delegado, que é o Sr. Vitorino Guimarães.