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Diário da Câmara dos Deputado»

Vi hoje com tristeza no Jornal uma entrevista a propósito da indústria das conservas, em que as forças vivas de Setúbal vêm queixar-se da desgraça em que se encontram, com sessenta fábricas fechadas, sem azeite, sem mercados, nem nada, emfiin, um horror!

Sr. Presidente: quis tratar aqui a fundo e a valer dessa questão do azeite.

Vim aqui declarar que estava preparado para a solucionar, e apresentei um primeiro projecto de lei, a que outros deveriam seguir-se; mas ninguém me prestou a atenção necessária.-Deixou se sair a azeitona, toda de Portugal, e agora que já emigrou, é que se finge querer acudir-lhe.

j É impossível fazer-se alguma cousa de útil quando o Parlamento parece resojvi-do a nada fazer!

Hoje estamos em face desta situação: por um lado vemos o Sr. comissário dos abastecimentos que não ?abe como há-de arranjar azeite; por outro lado está a indústria de conservas que também quere azeite.

Afinal ambos têm razão.

Mas se se dá azeite para a indústria de conservas, falta para o consumo do país; se se dá para o consumo do país, falta para a indústria, que se vê obrigada a cessar as suas funções.

l E tudo isto se dá porquê? Porque tem faltado, por parte do Estado, a fiscalização que devia ser exercida cabalmente pelas suas autoridades.

Todavia, são as forças vivas, que se queixam da falta de mercados e de azeite, as culpadas da situação presente.

O que há é falta de honestidade comercial no comércio português.

O comércio português exportou p;ira França e outros países latas de conserva, umas vazias, outras com peixe avariado, e tudo isto só fez sem a fiscalização do Estado ter punido, nem sequer perce^ bido.

Esta é a situação que entre nós vem de muito longe. Recordo-me ainda do tempo em que os nossos comerciantes mandavam para Angola amostras de vinhos A, B, C com os números l, 2, 3, etc.; recebidas na metrópole as encomendas dessas marcas, o que se mandava para lá era muito diverso das amostras e inferior na qualidade, que em nada correspondia.

Foram as chamadas forças vivas, com a sua falta de lisura comercia., que determinaram a crise que estamos atravessando, e originaram a situação desgraçada em que nofa encontramos sob-o ponto de vista cívico e dos interesses vitais da nacionalidade.

Sai um Ministro por não inspirar confiança e volta a mesma gente de quem na véspera se tinha desconfiado.

A verdadeira causa da queda dos Gro-vêrnos são os interesses partÍ3ulares prejudicados das parcialidades políticas.

Quando se apresentar o novo Governo, demonstrarei que estamos falseando os princípios constitucionais.

O que se passa no Parlamento ó contrário a todos os princípios.

Como membro do Partido Socialista, não estou imiscuído nas intrigas dos políticos.

Faço as minhas considerações, zelando os interesses nacionais e mais nada.

Aproveita-se a ocasião em que não há Ministério* para se aprovarem chuvas de projectículos, de afogadilho, que vão aumentar as despesas públicas.

Pela minha parte declaro que farei todo o possível para que não passem esses projectículos sem importância que representam um enorme encargo para o país.

Falarei duas, três, quatro vezes, ou quantas for necessário, para protelar o mais possível a aprovação desses projectos.

Tenho dito.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis):—Sr. Presidente: as palavras ontem proferidas aqui nesta Câmara, em nome da comissão de finanças, pelo Sr. António Maria da Silva, e que hoje foram corroboradas pelo Sr. Alberto Jordão, não podem ficar sem respos;a (apoiado do Sr. Pais Rovis<_-o ser='ser' mini='mini' mesa.='mesa.' sr.='sr.' pais='pais' p='p' por='por' essa='essa' dada='dada' polo='polo' resposta='resposta' nem='nem' não='não' kovisco='kovisco' pela='pela' deve='deve' mas='mas'>

O Sr. Pais Rovisco pediu, no legítimo cumprimento dum direito, que a comissão de finanças lhe dissesse o que havia sobre o projecto da magistratura.