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Sessão de 2 de Setembro de 1922

a certeza de que a viagem do Chefe do Estado possa ser levada a efeito das Canárias ao Rio de Janeiro.

E indispensável ,que S. Ex.a se explique, como indispensável é que se dê resposta à pregunta do Sr. Agatão Lança.

A Câmara deve lembrar-se das palavras do Sr. Ministro do Trabalho, quando respondeu ao Sr. Morais de Carvalho.

O Sr. Presidente:—Peço a V. Ex.a

que dê directamente as explicações que deseja dar.

Não posso admitir que se desvie do assunto.

O Orador :— Requeiro que o Sr. Ministro da Marinha explique à Câmara se acha arriscada a' viagem das Canárias para o Rio, se procedeu ou não à experiência das máquinas ; e se em harmonia com as declarações do Sr. Ministro do Trabalho à Câmara o Governo está assegurado realmente, de que a viagem só se fará nas mais completas condições de segurança para o Chefe de Estado. ^ E ainda necessário saber-se quais os trabalhos feitos pelo Governo para disso se assegurar.

Protestos da maioria.

O Orador:—É uma questão que julgo nacional; e por isso desejo as explicações do Sr. Ministro da Marinha.

Não me .alongarei nas minhas explicações, já que V. Ex.a, Sr. Presidente, assim o entende, nem estou disposto a ser tratado com a delicadeza de que a maioria usa.

O Sr. Abílio Marcai:— Devo lembrar a V. Ex.a que é a hora de se passar à or-do dia.

O.Sr. Alberto Jordão:—Num assunto desta ordem que tem realmente impressionado a opinião piiblica, e que a mim como republicano me tem impressionado, desejo em duas palavras declarar o motivo por que não combati o requerimento do Sr. Carvalho da Silva.

É certo que as explicações do Sr. Ministro da Marinha não me satisfizeram, mas não tenho elementos bastantes para criticar a acção do Governo.

Se os tivesse combatê-la-ia com boa vontade.

Houve factos que muito me impressionaram.

A ida para bordo do Porto do Sr. Presidente da República: foi inoportuna, visto que não estavam feitas devidamente as experiências., como deviam estar ; e nesta ordem de ideas não me podiam satisfazer cabalmente as explicações do Sr. Ministro da Marinha.

O Sr. Carvalho da Silva:—Aqui não há especulação política. É -uma vergonha. É aprovada a acta.

O Sr. Ministro da Marinha e, interino, dos Estrangeiros (Vítor Hugo de Azevedo Coutinho):—Apenas duas palavras em resposta a algumas explicações que foram pedidas ao Governo.

Pregunta-se: £ o navio fez experiências ou não fez?

Eu não sou Ministro do Comércio, mas S. Ex.a já referiu à Câmara, antes das preguntas do Sr. Carvalho da Silva, que o Governo procurou por todas as formas assegurar o prosseguimento.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo):— Não foi essa a minha pregunta; mas se o Governo procurava assegurar--se de que essa viagem prosseguiria.

O Orador:—Exactamente.

Já o disse ontem.

Colhemos informações detalhadas, sobre a importância das avarias produzidas, para termos a segurança de que o navio poderia prosseguir viagem, ou de que seria necessário ir outro qualquer navio.

De resto o Governo por todas as formas providenciaria de forma a que a viagem do Chefe de Estado fosse feita em condições de não prosseguir nestas condições desagradáveis.

Uma voz :— E uma vergonha ; é uma vergonha.

O orador não reviu.

Pedidos de licença