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4 Diário da Câmara aos Deputados

nham protegido uma das partes interessadas no litígio.

Como, porém, tenho por norma fazer justiça aos meus maiores inimigos, quanto mais aos amigos queridos, devo dizer a V. Exas. que, ao proferir aquelas palavras, eu não tive intuito algum de magoar aquele distinto médico, nem sequer pelo meu pensamento passou qualquer cousa de desagradável a sou respeito, tanto mais que eu sei que êle protegia aquela questão unicamente com o espírito de humanidade.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Américo Olavo: - Sr. Presidente1 encontra-se na Mesa um projecto de lei, que tem os pareceres favoráveis da comissão de correios e telégrafos o da de finanças, e que diz respeito à criação de um solo regional na Ilha da Madeira, destinado à organização de um museu e de uma biblioteca municipal.

Sabem V. Exas. que existia na Madeira um notável museu - assim lhe podemos chamar - do história natural, e que com as modificações trazidas pela implantação da República na organização dos serviços religiosos, foi transferido para um sótão da câmara municipal, onde se perdeu quási que por completo.

Acontece também que os serviços da biblioteca da Câmara se encontram de tal maneira instalados, que servem mais para pasto do traças e de ratos do que servem para estudo das pessoas que deles necessitam.

Acresce a tudo isto que, com o arrolamento dos bons das congregações religiosas, desapareceram dois dos mais notáveis conventos que existiam na cidade, e assim foram dispersos vários objectos de arte que a Cies pertenciam.

A Câmara Municipal do Funchal, no louvável intuito de os retinir, resolveu emitir um solo, que entregaria ao Estado, para o efeito do venda em determinados dias, dando-lhe uma parte e guardando o restante, o qual seria aplicado na compra de um prédio destinado à conveniente instalação dos livros e objectos de arte.

Na Mesa tenho pendente um requerimento, no sentido de se discutir com urgência o projecto de lei a que me referi.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: - Sr. Presidente: desejava a presença do Sr. Ministro da Agricultura, a fim de tratar com S. Exa. sôbre o regime cerealífero e preço do pão.

Pedia a V. Exa. a fineza de o mandar prevenir.

Não está presente o Sr. Ministro do Interior, mas eu peço a V. Exa. o favor de lhe transmitir as minhas considerações.

O País aguarda que S. Exa. o Ministro do Interior resolva o problema do jôgo.

Da última vez que S. Exa. foi Presidente do Ministério, ouvindo as minhas reclamações o de muitas pessoas, encerrou as casas de jôgo; e agora todos estão esperando que S. Exa. coerente com o seu proceder, as encerre também.

Elas estão sendo protegidas pela polícia, que às portas, sentados em cadeiras, fiscalizam o jôgo.

Essas casas continuam abertas, indo lá jogar pessoas que se alcançam, gastando o que lhes não pertence, e acabando tragicamente.

O Sr. Domingos Pereira, que certamente é coerente com os princípios do Partido Republicano Português, que tem no sou programa a proibição do jôgo, não deixará de mandar encerrar essas casas, pois há muitos clubes que não existiam, tanto em Lisboa, como fora, onde hoje só joga.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Já mandei prevenir o Sr. Ministro da Agricultura.

O Orador: - Suspendo as minhas considerações até chegar o Sr. Ministro da Agricultura.

Pausa.

Entra na sala o Sr. Ministro da Agricultura.

O Sr. Tavares de Carvalho (continuando): - Desejava que V. Exa. me dissesse que procedimento adopta sôbre regime cerealífero e preço de pão, que deve baixar, tanto mais que a colheita de trigo foi abundante.

V. Exa. sabe que o povo de Lisboa e Pôrto almoça em geral café e pão.

V. Exa. não se deixará seduzir pelo canto da sereia, o fará todo o possível