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Diário das Sessões do Congresso

Abílio Soeiro.

Mesquita Carvalho.

Augusto de Vasconcelos.

Vitorino Guimarães.

Pausa,

Entra na sala o Sr. Presidente da República e sobe à tribuna da Presidênciado Congresso.

O Sr. Presidente:—Está aberta a sessão.

Eram 15 horas e 45 minutos.

O Sr. Presidente:—Sr. Presidente da Bepública, Srs. Congressistas:

Cabe-me a honra de saudar, em nome do Congresso da República, o ralor português simbolizado nos dois heróis desconhecidos que desde hoje são nossos hóspedes. A homenagem que prestamos aos dois humildes soldados, é, no mistério que os envolve, a glorificação da raça portuguesa, raça de aventura, de sonho e de sacrifício.

Os dois mortos são a Pátria com o seu nome épico, as suas sublimes glórias e os seus desfalecimentos. Se este dia ó de luto, porque recorda aos corações portugueses a perda de seus filhos queridos, é também de festa dos Heróis, que combatendo pela liberdade do mundo, cimentavam, à custa J&Q seu sangue, a independência e a felicidade da Pátria.

Apagados os ecos das tremendas batalhas, depostas as armas pelos bravos combatentes da Grande Guerra, e volvidos aos seus pacíficos lares, cabe a nós não deixar estéril o sacrifício do sangue português vertido com tanta honra.

Un amo-no s todos, como um só homem, para, com o nosso esforço contínuo e constante e persistentemente aplicado, tornarmos a Pátria num Portugal Maior, e nada será mais agradável, nem maior prémio ambicionarão os que pela Pátria se bateram.

O exemplo está dado e por quem, em nome do Povo Português, o podia dar: o Parlamento da Republica vai conceder nma ampla amnistia aos presos políticos para que todos os portugueses, nesta hora grave para a Pátria, se entendam na Santa Jornada do engrandecimento da terra portuguesa, fazendo com que para ela raiem dias de felicidade e de beleza que serfio a recompensa de tanto heroís-

mo e de tanto sacrifício dos que pela Pátria morreram.

O Sr. Presidente da República (António José de Almeida):—As festas em honra dos Soldados Desconhecidos poderão não ser deslumbrantes, nias são com certeza, além de sinceras, coerentes e harmónicas.

Feitas pelo Povo, pelo Parlamento e pelo Governo, elas mostram, em todos os números do seu programa, um único intuito: fortalecer a unidade nacional, pondo em evidência a significação do presente, realçando e honrando a tradição e preparando as lições do futuro.

De facto não podia haver melhor sítio para o Povo desfilar perante o féretro dos Heróis de que o átrio do Congresso da República, onde os representantes do País deliberaram a intervenção de Portugal na Grande Guerra.

Aqui se discutiu a situação nacional perante o mundo.

Aqui se ventilaram as questões que o passo grave a que a Nação se arriscava podia desencadear na marcha dos seus destinos.

A grande empresa, a mais extraordinária do Portugal moderno, ideou-se, sobretudo, nas duas casas do Parlamento; concretizou-se, depois, nas trincheiras da Flandres, nos campos de África e no mar. A primeira parte pertence, na história, aos legisladores portugueses, que corajosamente, rompendo com preconceitos e trágicas apreensões, levaram o País para a arena onde se estava debatendo o destino dos povos. A segunda parte é devida aos soldados de Portugal, que, nos campos de batalha, cumpriram exactamente, devotadamente, freneticamente os desígnios do Parlamento.