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Sessão de 7 de Abril de 1921

pelo sacrifício, estes vão ser iguais nas homenagens e nas honras. Não porque uns desçam, mas porque outros sobem.

A igualdade dá-se, plena, luminosa como um sete-estrêlo, mas dá-se na apoteose, na glorificação, na santificação, digamos, por todos merecida.

A cada momento se diz que a História se repete. Não é bem verdade. A História

0 que faz é reproduzir-se, mas a reprodução, envolvendo, dentro de leis determinadas, à idea de semelhança, não impõe de forma alguma o pricípio de identidade.

E o que acontece neste caso.

Quem está na Batalha? Os guerreiros que firmaram, fundando-a definitivamente, a nacionalidade, e alguns daqueles que geraram a perturbanle tentação do mar. Estão lá homens que simbolisam a defesa do solo, do torrão fundamental da Pátria. Está lá, afinal, quem, como Non'Alvares, verdadeiramente, nos inscreveu o nome nos registos, do mundo. Antes de D. João

1 nós já existíamos, mas, depois dele, é que começamos a viver e a permanecer, juramos até aí a árvore plantada. Passemos a ser a árvore enraizada,-ensaiando os primeiros arrebatamentos da seiva.

E com eles estão os filhos, ínclitos infantes, um dos quais descobriu, pela visão do seu engenho, as terras maraviho-sas que os nautas depois encontraram com as quilhas dos seus barcos.

EÍSCS homens, esses portugueses representam as primeiras gerações que se lançaram nas empresas sobrenaturais. Eles são o padrão pelo qual se pode ava-valiar da bravura e denodo daJRaça, porque de si ressumam heroísmo, gloria, martírio e dor. Para descobrir e con-.quistar o, em duas palavras — Descobertas e Conquistas f — se resume a epopeia portuguesa antiga, que soma do valor dispendido, que opulento, capital do esforço desbaratado! Sempre heroísmo, é corto ; sempre bravura, sem dúvida; mas nem sempre vitória, nem sempre fortuna.

Ah ! Que o diga a História trágica-ma-rítima, tam cheia de naufrágios e desventuras, ou em guerras com os elementos, quando, no dizer de Camões:

.... os ventos que lutavam, Corno touros idómitos bramando, Mais c mais a tormenta acrescentavam, Pela miúda enxárcia assoviando:

Ou quando, entre gentes inimigas, como na tragédia de Supúlveda, os homens e as mulheres acabavam, supliciados, de terem visto

.morrer com farae os filhos charos.

E depois das próprias pedras

............ abrandarem

com lágrimas do dor, do inágua pura. "

Na Batalha» em resumo, estão homens que de vez fundaram e dilataram a Pátria.

E os que vão entrar ?

Os que lá vão entrar defenderam e conservaram essa mesma Pátria.

Irmãos gémios dos outros, parecem-se com eles sem serem iguais.

Equivalem-se.

Sobretudo são gémeos os Serranos e o Infante Santo.

Porque o infante morto pela Pátria, em reféns para que não se perdesse Ceuta, uma parcela de Portugal, morto em holocausto, de morte resignada e dolorosa, e os serranos, que caíram nas trincheiras e no sertão, realizando o seu sacrifício com melancólico, saudoso, mas impertér-rito heroísmo, são dignos de que a grati* , dão nacional perpetuamente os irmane, como expressão intangível desse princípio, sagrado de que, perante a integridade e a independência da Pátria, nada há que prevaleça além da obrigação de morrer, servindo-a.

i Que a mesma benção os cubra a todos!