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8 Diário das Sessões do Senado

ções feitas por esta Casa do Parlamento, por êsse facto.

As minhas relações com V. Exa. são relativamente recentes, mas nem por isso deixei de considerar sempre V. Exa. como uma das pessoas de melhor vontade dentro da República, de maior seriedade nos seus actos e da mais alta lialdade em toda a sua vida exercida até para com os seus maiores inimigos.

Eu acentuo um facto que o Sr. Castro Lopes já frisou, e é que a eleição de V. Exa. foi por unanimidade, o que é deveras significativo num Parlamento onde £S opiniões estão constantemente a dividir-se.

Ainda mesmo as listas brancas que apareceram não significam divergência nessa eleição, significam qualquer melindre das pessoas que as deitaram, que com o case nada tem.

Espero que V. Exa. oriente os trabalhos da nossa Câmara com aquela mesa:a sinceridade e honestidade cem que tem sabido orientar toda a sua vida.

Esta eleição representa simplesmente uma homenagem ao talento de V. Exa. e nunca uma habilidade política de que êste, Câmara seria incapaz. (Muitos apoiados). O Senado da República compreende que deve ir para a dissolução, impõe-se a vontade do Povo que é a única soberania possível, dentro dos países e por isso mesmo quando elegemos V. Exa. fizemo-lo como homenagem à fé republicana, de que tem dado provas veementes.

Disse.

O Sr. João José da Gostei: — Os ilustres Senadores que me antecederam fizeram de V. Exa. os maiores elogios, merecidos, porque a fé republicana que se acha encarnada em V. Exa. é para mim uma garantia suprema.

Represento aqui o comércio de Lisboa e do Perto. Ora é-me grato declarar que V. Exa. encontrará sempre no comércio o apoio á causa republicana, porque o comércio foi sempre pelas novas instituições. (Apoiados).

Para V. Exa. vão, pois não só os votos das corporações que represento como a declaração do respeito e consideração que tenho por V. Exa. (Apoiados).

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Queiroz Veloso: — Sr. Presidente: bastava o Sr. Castro Lopes, antigo leader da maioria, ter falado em nome da Câmara para eu nada ter que acrescentar às suas palavras.

Mas desde que alguns Senadores, individualmente, quiseram associar-se à homenagem por êle prestada a V. Exa., os outros representantes de classes aqui presentes delegaram em mim o encargo e a honra de tomar tambêm a palavra, para significar a V. Exa., Sr. Presidente, não só a nossa estima pessoal, mas a nossa franca consideração política.

Nu eleição unânime de V. Exa. não houve da nossa parte a menor habilidade. Se elegemos V. Exa. Presidente não foi para nos servir de escudo, pois temos a firmo convicção do nunca, haver faltado ao estrito cumprimento dos nossos deveres. Elegemo-lo únicamente pela sua intemerata fé republicana, porque assim consagrava o Senado em V. Exa. a fundação da República. (Apoiados gerais).

O Sr. Castro Lopes: — Viva o Presidente do Senado!

Vozes: — Viva!

Em seguida todos os Srs. Senadores, redactor da sessão e taquígrafos do Congresso se levantam, dando palmas voltados para, o Sr. Presidente.

O Sr. Castro Lopes: - Viva a República!

Vozes: — Viva!

Seguidamente ouve-se uma nova salva de palmas.

O Sr. Presidente: — Mais uma vez sou obrigado a usar da palavra para agradecer comovidamente as expressões que os Srs. Senadores se dignaram dirigir-me. Agradeço-as como uma prova da grande solidariedade que existiu sempre entre todos os membros desta. Câmara, solidariedade que é uma garantia dum futuro melhor, mais ditoso para a nossa Pátria. (Apoiados). Eu espero, Srs. Senadores, que essa solidariedade jamais se quebrará, não só entre o Presidente e o Senado, mas tambêm entre todos os membros desta Câmara. (Muitos apoiados).

Vozes: — Muito bem. Muito bem.