O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 di Fevereiro de 1920

17

O Orador:—V. Ex.a era justamente nesta casa a pessoa que deveria ter mais competência para apreciar esta questão, por ser um dos membros da comissão de fomento a quem todos reconhecem valor para discutir assuntos desta natureza, e para mais é o relator.Seria um precedente péssimo se vingasse a opinião que V. Ex.a expendeu. Se V. Ex.a se declara incompetente, eu estou absolutamente convencido de que todos os outros Srs. Senadores fazem idêntica declaração, e nós só teremos um caminho, a seguir, renunciar os nossos lugares e esperar a dissolução das Câmaras*para que nas novas eleições venha para aqui um grupo de veterinários.

Falando da remodelação do funcionalismo V. Ex.a foi de opinião que não se devia tocar nos quadros nem quantitativamente, nem qualitativamente.

Eu não seL então, confesso, o que seja uma reorganização.

Eu reorganizei mas não aumentei as despesas nem o pessoal.

Deveria fazer uma redução para comprimir.

Esta doutrina da compressão é uma doutrina muito bonita, mas que o Parlamento não será capaz de executar.

E ainda que a queira executar segundo os moldes que vejo estabelecidos, essa comparação não dá de momento qualquer resultado.

Se não. dá de momento, nós temos de nos adaptar às condições tal qual elas são, cuidando o nosso fomento aumentando as nossas receitas para poder satisfazer a todos os encargos que agora se comprimem, mas que ficam na mesma, estou convencido disso.

Falou \T. Ex.:i na criação duma direcção geral.

Se V. Ex.a me dá licença eu afirmo de novo que não criei nenhuma direcção geral.

Já o disse. Basta ler o artigo 19.°

Já vê V. Ex.a que não criei nenhum lugar, pelo contrário, suprimi um.

O Si. Vicente Ramos:—£ Quantas di-rocções gerais tinha o Ministério?

O Orador:T—As mesmas que tem hoje.

- O Sr. Pais Gomes, a quem faço os

meus respeitosos cumprimentos, achou

que o assunto aqui debatido era estranho à matéria. Será.

Se o debate lhe deu a orientação que S. Ex.a observa, foi apenas porque veio a esta Câmara um documento oficial a que tinha obrigação de ligar importância.

Uma representação nos termos em que li a S. Ex.a, uma representação que negava a uma determinada classe a competência para determinados serviços.

Essa representação, justamente porque vinha duma corporação -que nos merece consideração, deve ser discutida.

Fi-lo por uma consideração para corn a classe, fi-lo por desagravo com outra classe e fi-lo por julgar que o devia fazer, visto que era um documento que a propósito tinha sido aqui apresentado.

S, Ex.a trouxe também para este assunto a memória duma pessoa de minha família, justamente a 'memória daquele que foi até hoje o único zootecnista português, Bernardo Lima.

S. Ex.a, trazendo o nome de Bernardo Lima para esta casa, fê-lo, com certeza, sabendo quem havia sido Bernardo Lima.

S. Ex.a, sabendo quem foi Bernardo Lima, deve saber que ele foi um dos primeiros agrónomos de Portugal.

Bernardo Lima era veterinário, e era. veterinário pela simples razão dt- que não podia ser agrónomo, e não podia ser agrónomo porque não havia nesse tempo o curso de agronomia em Portugal.

S. Ex.a conhece dois nomes notáveis na agronomia portuguesa, que foram Bernardo Lima e Ferreira Lapa, que eram agrónomos. Fizeram o curso de veterinária, e quem conhece os trabalhos de Bornardo 'Lima, trabalhos verdadeiramente notáveis, verificará que a maioria desses trabalhos são essencialmente agrícolas — trabalhos de economia agrícola, de zootecnia agrícola, de fomento agrícola, etc., trabalhos inegualáveis.

Bernardo Lima foi dos primeiros e mais potáveis, agrónomos do Pais. Bernardo Lima,' se não ora agrónomo por diploma, era-o pelos seus trabalhos de indiscutível e mcontestável valia.