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Sessão de 26 de Abril^de 1921

no continente é vulgar darem-se tumultos bem mais graves, e em que o número de vítimas é muito superior. Todavia, se esse movimento se tem generalizado, seria muito grave para nós, e de consequências extremamente desastrosas. Mas, felizmente, não teve reflexo nos trabalhadores das roças, que são emigrantes; e tanto assim foi, que esses trabalhadores cooperaram com os europeus na manutenção da ordem.

Restabelecida a ordem, o encarregado do Governo tomou as medidas, que se impunham ao espírito de todos, medidas que merecem os nossos louvores, como foram o desarmamento da polícia, e a entrega das armas àqueles, que mais garantias ofereciam para a manutenção da ordem, e que eram os europeus, começando, daí em diante, a polícia 'a ser feita por europeus. A par disso, pediu também para Angola que lhe enviassem uma força militar, tendo efectivamente embarcado para S. Tomé umas 100 praças. Porém, quando lá chegaram já a ordem estava restabelecida.

Dois outros factos contribuíram também para o estabelecimento da normalidade naquela ilha;. e foram: a publicação dum decreto, que tende a fazer justiça a todo o funcionalismo, subvenciò-nando-o convenientemente, sendo a própria colónia que intervém,, não na fiscalização, mas no arbitramento prévio desses vencimentos ; e o inquérito que mandei fazer à Curadoria dos Indígenas, inquérito que foi ordenado por instâncias do encarregado do Governo.

Em virtude da grande celeuma que se levantou, tive dificuldades para conseguir arranjar pessoa competente a fim de tomar sobre si aquele encargo, e só passado algum tempo é que consegui que um juiz da Relação se presjtasse a fazer esse inquérito. Assim se deu uma satisfação à opinião pública, porque sendo a sociedade constituída por diversos elementos, é necessário transigir com eles.

Resta-me agora encontrar pessoa idónea para colocar à frente do Governo da província.

O Sr. Sousa e Faro:—Apoiado.

O Orador:—Por isso mesmo que o encarregado do Gevêrno, cansado e certa-

mente mal disposto com tudo o que se tem passado em S. Tomé, tem pedido instantemente a nomeação do governador.

É essa a medida que na primeira oportunidade apresentarei ao Senado.

O orador não reviu.

O Sr. Sousa e Faro: — Sr. Presidente: pedi a palavra, para explicações, porque desejava agradecer ao Sr. Ministro das Colónias os esclarecimentos que me prestou, salientando ao mesmo tempo que os acontecimentos, que se deram em S. Tomé não tiveram repercussão em toda a ilha.

Quero ainda recomendar a S. Ex.a o Sr. Ministro das Colónias que dê plenos poderes ao novo governador, a fim de reorganizar a polícia da ilha, por que não se compreende que ela ainda seja composta de nativos.

O Sr. Cristóvão Moniz:—Em nome da comissão de fomento mando para a Mesa um parecer, lembrando a V. Ex.a, Sr. Presidente, que a proposta a que se refere este parecer deve ser enviada também à comissão de finanças.

O Sr. Rodrigo Cabral: — Sr.Presidente: pedi a palavra a fim de mandar para a Mesa o projecto de lei, que se refere aos Transportes Marítimos do Estado. Sabe V. Ex.a que, em uma das últimas sessões,- tive ocasião de me referir à vantagem de se passar aquela nossa frota mercante para companhias, embora deixando asseguradas garantias ao Estado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: pelo meu ilustre colega da pasta das Colónias, Sr. Paiva Gomes, fui informado de que o Sr. Júlio Ribeiro se tinha referido à questão, que hoje agita a opinião publicai dos mutilados de guerra.

Logo que tive conhecimento dos factos que a imprensa relatou, procurei pôr-me em contacto mais íntimo com essa questão.