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Sessão de 12 de Dezembro de 1923 11
ciplina, obedecendo apenas aos seus chefes legítimos, que estão com o Govêrno e com o regime.
O prestígio da autoridade em cousa nenhuma foi deminuído; e apraz-me dizer que a zona de guerra, onde se declarou o movimento, dentro em pouco obedecia à intimação que lhe fez o Sr. Ministro da Marinha, rendendo-se.
É-me agradável consignar que, ao anoitecer, a tripulação revoltada seguiu para a prisão sob uma escolta de marinha, não sendo preciso outro auxílio senão o da marinha, estando o resto das unidades absolutamente disciplinadas.
Devo ainda dizer à Câmara que o vapor Minho saiu paca os Açores tripulado por marinheiros, podendo afirmar-se que a greve marítima está terminada.
Na noite de hoje devo sair o cruzador Carvalho Araújo, que já tinha serviço destinado.
São absolutamente falsos quaisquer boatos que em sentido contrário possam correr.
De maneira que eu posso dizer que ás fôrças de terra e mar estão inteiramente disciplinadas e ao serviço dos poderes constituídos, obedecendo às leis e prontas a defender o País e o regime.
Eram estas as notícias que eu queria trazer à Câmara.
Quando fôr o momento oportuno, eu estou pronto a responder a V. Exas., porquanto não julgo que esto seja o momento de muitas palavras, mas de actos.
O Govêrno, sem precipitação, mas com energia, tem realizado os actos que julgou necessários, e reconhecendo que passadas poucas horas do início da revolução estava tudo tam sossegado que o Chefe do Estado, tendo conhecimento por mim de que havia sossêgo na cidade, pôde andar pelas ruas de Lisboa sem o menor agravo, e por fim avistou-se com o Govêrno, no último local que S. Exa. visitou, e ainda se encontrou com um grande grupo de oficiais.
A polícia pôde cumprir as minhas determinações, mercê da cordura da população, pois apenas necessitou de empregar os meios suasórios.
Por agora nada mais tenho a declarar à Câmara.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Vasco Borges: - Não me arrependo de ter apresentado um requerimento para em negócio urgente tratar d a alteração de ordem pública, que esteve para haver em Lisboa.
Sr. Presidente: com efeito, o que ante-ontem se passou em Lisboa não foi mais do que um comêço de alteração de ordem pública.
Apoiados.
Não apoiados.
Isto mesmo o confirmado por aquela opinião que a Câmara acaba de ouvir ao Sr. Presidente do Ministério.
Disse S. Exa. que o movimento não passou do seu início.
Isto disse S. Exa.; por consequência não foi além de ter-se iniciado.
O Sr. Lelo Portela: - Mas iniciou-se.
O Orador: - É precisamente o conhecimento do que se passou, a declaração que hoje veio aqui fazer o Sr. Presidente do Ministério, e a sua atitude, que fazer com que ou não possa sentir me satisfeito com as declarações de S. Exa., por ter de considerá-las absolutamente incompletas, absolutamente menos v satisfatórias.
Pois, Sr. Presidente, todos sabemos que o movimento revolucionário, efectivamente, não foi além de três tiros disparados do mar e de uns foguetões lançados em terra.
O Sr. Presidente do Ministério entendeu dever adoptar precauções para o efeito de dominar um movimento que, conforme o próprio Sr. Presidente do Ministério disse, se iniciava ou esboçava.
Com efeito, nessa noite andava-se tranquilamente na cidade de Lisboa; não houve perturbações nas ruas; funcionaram os teatros; fez-se na cidade quási a vida normal; circularam os eléctricos até a s horas habituais, o5 todavia, ontem o Govêrno não compareceu nesta Câmara, e nas notas oficiosas publicadas nos jornais da manhã vê-se o contrário que um novo perigo havia.
Apoiados.
O Govêrno continuava a postos, e, todavia, os factos não explicam uma tal atitude, porquanto os acontecimentos não tinham ido além do início duma revolução logo esmagada.