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Diário das Sessões do Senado

micróbios pode haver, forçando-nos, ao chegarmos a casa, a fazer uma barreia às narinas e às barbas, quem as usa, como eu.

Temos as águas do Tejo; e, se não há canalizações para as transportar para a cidade, podíamos aproveitar os carros que existem, que iam até junto do rio, onde com uma bomba seriam cheios rapidamente. Não sei porque não se faz isto.

Com respeito à Companhia das Águas, é preciso vermos que há um contrato, mais ou menos planeado, entre a Câmara e a Companhia, o que deu lugar a um projecto de lei, que está há muito tempo na Câmara dos Deputados.

,; Porque é que não entrou ainda em discussão esse projecto?

A situação actual é que não pode de maneira nenhuma continuar., pois dá lugar a grandes injustiças e prejuízos para certos consumidores da Companhia, visto que quem possui o seu prédio tem de pagar os desarranjos que sofra a canalização que vai dos canos gerais à canalização dos mesmos prédios.

Toda a gente sabe que há ruas que não estão preparadas para grandes pesos, o que dá em resultado desarranjarem-se constantemente essas canalizações.

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Com certeza que não.

Pois actualmente os proprietários têm de pagar, sem terem contriboído em cousa alguma para esses prejuízoSj três e quatro vezes mais do que deviam pagar pelo seu consumo de água.

Esta situação, repito, não pode ccnti-nuar.

Segundo informações que tenho, no novo contrato esta questão ficava mais ou menos arrumada.

Eu tenciono chamar a atenção do Ministro competente, quando ele vier a esta Câmara, para este assunto, a fim de ver se esta velha questão das águas de Lisboa entra num caminho que garanta mais higiene à cidade' e aquelas vantagens naturais a que os consumidores de água, que estão hoje nnma situação verdadeiramente desgraçada, têm direito.

Era isto o que eu tinha a dizer.

O orador não reviu.

O Sr. Joaquim Crisóstomo:—Não sei qual é a situação do novo Governo. .Uns dizem que nasceu morto, e outros dizem que a sua vida ó muito curta.

O Sr. D. Tomás de Vilhena (interrompendo):— Quem disse isso a V. Ex.a?

O Orador:—Dizem-no os jornais, e a opinião pública; em toda a parte se diz, não sei se com verdade se sem ela, que o Governo novo pouco durará..

Para mim, é muito desagradável que assim aconteça, porque entendo que, na conjuntura difícil que-o País atravessa, é indispensável que as cadeiras do Poder sejam ocupadas por homens de competência e com prestígio para dirigirem os altos interesses da Nação, de modo a resolverem os problemas graves, que exigem uma solução rápida e imediata.

O Sr. D. Tomás de Vilhena (interrompendo):— V. Ex.a dá-me licença?

jtí apenas para contar uma pequena anedota.

Uma vez no Conselho de Estado no Paço da Bemposta, no tempo de D. João VI, começou «m Conselho de Ministros às 9 horas da manhã e por volta das 5 da tarde ainda continuava, terminando sem só ter- resolvido cousa nenhuma.

En:ão, D. João VI levantou a sessão. «Mas não se resolveu cousa nenhuma», disseram os conselheiros.

«Não faz mal, Portugal governa-se por si mesmo». Risos.

O Orador:—A ser verdade o que diz o Sr. D. Tomás de Vilhena, temos de alterar a Constituição, fazendo desaparecer o Poder Executivo e ficando simplesmente dois poderes: o Legislativo e o Judicial, sendo o Executivo substituído pela burocracia, que se limitaria a executar as leis, independentemente da intervenção de iim poder com a competência que a Constituição reconhece do Poder Executivo.

Mas. como a revisão constitucional só se faz por períodos, e como esta Câmara não tem poderes constituintes, temos de nos contentar com o diploma fundamental da nossa nacionalidade.