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JSessão de 6 de Marco,, de 1920

.oifestada pelo Sr. Procópio de Freitas, meu ilustre colega, com relação à nomeação, ou contrato do Sr. João de Almeida para ir dirigir as obras públicas em Cabo Verde.

E associo-me ao seu desejo porque o Sr. João de Almeida não pode de forma .alguma ir prestar serviços "dessa respon-.sabilidade.

Não pode, nem deve.

Apoiados.

Essa província, que é bastante infeliz, .que há longos anos atravessa uma crise profunda, que, parece estar debaixo da pata da fatalidade, não pode de forma nenhuma admitir no, seu seio outra fatali-.•dade, qual é,a~ da nomeação do Sr. João de Almeida para o citado cargo.

Dito isto, Sr.. Presidente, permita-me V. Ex.a que eu. volte a tratar dum assunto que reputo, de importância, e que se re-íere ao abandono nos cais da Alfândega -de Lisboa de 24 aviões adquiridos no tempo do Governo do Sr. António Maria da -Silva, os quais, segundo afirma o Diário de Noticias, estão completamente dete-.riorados. . - •

Há cerca de um ano, aqui destas cadeiras, chamei a atenção do Governo para a abandono a que esses aviões estavam votados.s . - .

Descansei, convencido de que as palavras, muito embora de um parlamentar •muito humilde, muito modesto com© sou, produziriam no emtanto o natural efeito.

• Mas enganei-me, Sr. Presidente. Mais uma desilusão feriu o. meu espírito, ficando apenas" convencido de .que os homens que passam pelas -cadeiras ;do Poder se esquecem completameníe de administrar e de zelar com patriotismo os interesses do Estado.

No Ministério da Guerra há um grupo de homens, não sei se sargentos ou oficiais, que se encarrega de fazer os déspacho.s na alfândega. . . .: •

• Por consequência esses homens não podem ignorar que os referidos aparelhos ali se encontram há muito tempo .a deteriorar-se. . .,..,..

. Ou esses homens -pouco se preocupam com os interesses, do Estado, ou 'fazem parte dessa estatística publicada no Diário de Lisboa onde se afirma que no ]\íi-nistório da Guerra se encontram 640 indivíduos que recebem-os seus .vencimen-

tos sem prestarem sequer um minuto de serviço ao Estado.

.Sr. Presidente: devo, declarar a V, Ex.a e à Câmara que há 27 anos administro estabelecimentos do Estado, e na minha administração, tenho sompre demonstrado o maior cuidado, o maior zelo por tudo aquilo que me está confiado.

JR tanto assim que, em muitas ocasiões, chego a esquecer-me que. seu um simples .administrador, convencendo-me que de facto sou o legítimo proprietário de todos esses artigos, de todas essas máquinas, zelando com interesse, com cuidado, .com -actividade, com honestidade, tudo o que me confiaram. . . •..

Por isso protesto energicamente, ,.em nome dos que querem a boa administração do Estado, contra essa incúria, con-' trà esse desleixo, que bem pode classificar-se até de crime.

'.O Sr. Álvares Cabral: — Muito bem.

O'Orador: — Fala t alguém que tem o direito de o fazer por todas as .razões, -esperando daquele cuidado, daquela atenção, e daquele zelo.com que V. Ex.a costuma presidir aos trabalhos desta Câmara que tome em consideração as minhas palavras, muito humildes, é certo, mas muito patrióticas, para as levarão conhecimento de quem .de direito, a fim;de^ como se diz na local do Diário de Noticias: «ainda se salvar qualquer cousa do. que para ali está». .

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva): —Sr. Presidente: fui informado pela Mesa/que o Sr. Procópio de Freitas preguntara se havia sido nomeado director das obras públicas de Cabo Verde o Sr. João de Almeida.; .

Suponho que. esse .senhor se encontra presentemente, corno .contratado,. fazendo o serviço de director das obras públicas em Cabo Verde. .

, Procurarei obter informações mais precisas para poder informar melhor o aludido Sr.° Senador.

O orador não reviu.