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Sessão de 6 de Março Oe 3925

O Sr. Presidente:—Devo explicar à Câmara o motivo por que não compareci a

essa exposição.

Desde que fui eleito, por unanimidade, presidente desta Câmara, entendi que era meu dever nunca faltar às sessões.

Foi esse o motivo por que não compa^-. reci. . .

S. Ex.a sabe perfeitamente a superior estima e alta consideração que tenho pelos Açores.

Conheço bem as suas belas qualidades cívicas e de trabalho.

Jamais eu poderia imaginar, por isso, que a minha ausência na valiosa exposição industrial dos Açores íôsse tomada como menos consideração.

Muitos apoiado*.

Vozes:—Muito bem, muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Oriol Pena (para explicações): — Sr. Presidente : estava há pouc.o num can-tinho da sala a conversar pacatamente com um dos meus colegas, depois de ter ouvido, com toda a atenção e muito agrado, a interessante e éalorosa oração de um nosso espirituoso colega, entoando um hino à terra da sua naturalidade, agora e sempre terra de Portugal.

Esse hino vinha a propósito da expo-sir cão de produtos açoreanos, promovida, ou auxiliada com interesse pelo jornal O Ser culo, inaugurada ontem' no antigo teatro de D. Maria o era entoado pelo nosso colega Sr. Machado Serpa, por quem tenho muita consideração e a maior estima, não podendo esquecer as boas relações; que entre nós tem havido, as conversações quási de amigos velhos em que transparece tam bem o seu belo carácter e.a. sua grande sinceridadè,..nem podendo também esquecer as 'deferências, e finezas que. S. Ex.a, pôr mais de uma.vez, me tem dispensado. , .•-..-.

Neste estado de espírito 'estava ainda quando me chocaram n s expressões • de: censura dirigidas ao Senado por um outro simpático colega, nosso, p.ela ausência de representantes, desta •Câmara, naquela festa, censuras que a inim também cabiam, porque, convidado amavelmente pelo director do Século para assistir à, inauguração desse certame, ali não compareci.

A exposição; ainda não fechou. (estará

aberta durante, alguns dias, terei tempo de a ver com vagar e de a apreciar devidamente. . .

Logo que recebi Q;convite, ao chegar a casa anteontem, à tarde, dirigi uma carta, ao administrador do jornal O Século agradecendo o convite e dizendo-lhe não poder comparecer.

As razões são óbvias para, quem co-.nheça a minha situação nesta, casa, mas não tenho dúvida em as dizer-Na situação em que me encontro neste lugar e nada. tem de misteriosa, todos podem supor que não me será agradável estar em ar de festa na proximidade imediata do Chefe do Estado. -

A S. Ex.a também não será indiferente ter de suportar a presença de adversários declarados.

^Para que hei-de colocar-me na contingência de fazer uma cousa para mim. penosa e de ir, a., lugares-, em qne o meu aspecto de retraimento, írieza ou indiferença possa ser taxado de criminoso, ou falto de cortesia.?, . ; - .

E elementar concluir estar o remédio na abstenção. o .

v Costumo falar claro para que me entendam.

Tenho conseguido até agora.impedir a colisão desagradável para ambos, evitando-a.

Continuarei a não ir, sempre que me possa eximir a fazê-lo, a qualquer sítio, onde oficialmente suponha, ou saiba, poder estar.o .Chefe do Estado.

Quando em qualquer, acto oficial não possa evitar esse encontro>s saberei conciliar : o quê a= mim mesmo, devo com o respeito e deferência dev;ido, por .portugueses ao Chefe dó Estado...português, sem,que a crítica, mesmo malévola,.tenha de me abocanhar. ......

'Disse. .:.'•••-.. V • - -••- ,

Q Sr., Proçópio de Freitas:—Sr. Presidente: recebi die facto, ontem,, pelas 13 horas,.-um çonyite da direcção do S.éculo para,:assistir ;à. inauguração da exposição de' produtos açoreanos.que,se ia realizar ontem mesmo;.no'T.eatro 'Nacional com a comparência- 4e. S. Ex.a o Sc. Presidente da República. - r.;, -- -r ••!:= , , .-.:•.