O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário das Sessões ao Senado

testo pela interrupção das sessões, e sobretudo por esta scie de querer o Poder .Executivo representado nesta cusa para assistir à discussão de projectos que lhe não interessam, mas sim ao' Poder Legislativo e ao pais inteiro.

Por este caminhar fechamos as portas do Parlamento, visto que o tempo da prorrogação dos trabalhos parlamentares está a terminar, e ficam muitos projectos que interessam ao país ainda por discutir.

Há um, por exemplo, que figura na ordem do dia há uns quatro meses. Refere--se à aposentação extraordinária de funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros, acerca da qual não necessita o Ministro respectivo de dar a sua opinião, porque não afecta os interesses do Estado, mas afecta simplesmente os interesses dos funcionários desse Ministério, e que estão contentes com a apresentação deste projecto de lei.

Temos ainda outro, o projecto de lei n.* 920, que já está impresso, mas que ainda não figura na ordem do dia por te-' rem paralisado as sessões desta Câmara. Eefere-se ao reconhecimento dos direitos, que são sagrados, dum oficial do exército que foi professor, e ainda p ó, não obstante o Sr. Álvaro de Castro ter determinado que a lei em vigor fosse substituída por uma outra, afastando esse militar do lugar de professor do Colégio Militar, lugar que tinha conseguido por meio de ^concurso.

Este projecto de lei repara esta flagrante injustiça.

Não figura na ordem do dia, e eu re-queiro que V. Ex.a, Sr. Presidente, consulte a Câmara se permite que esse projecto entre em discussão.

Além disso, desejo aproveitar esta oca-sSo paru dizer a V. Ex.a que também existe na l.a Secção um projecto da mi-• nhã autoria, que se refere à casa Bur-nay, em que um funcionário do Ministério das Finanças, levado ali não sei por que mílo, mas fatalmente por aquela inão que não está apostada a defender os interesses do Estado. Eefere-^se a una funcionário que está hoje na repartição dos câmbios, e que já foi guindado ao lugar de secretário do Banco de Portugal. Refiro-me ao Sr. Soares Branco, oficial de engenharia, que nenhum republicano soube encontrar desde 5 de Outubro de 1910 até

agora, a não ser naquela data famosa que figura na história da República com o nome de «movimento das espadas», com Pimenta de Castro, porque foi 'ele um dos organizadores do movimento. Dois ou três anos passados, por amizades conquistadas no Colégio Militar, vai para o Ministério das Finanças, ali manda e impõe os actos financeiros ao país. e hoje, além de lente da Escola de Guerra e de adjunto da comissão dos câmbios,, é o secretário nomeado pelo Mi-.aistro das-Finanças, que representava a casa Burnay, numa vaga para secretário do Banco de Portugal.

Estas hão-de pagar-se.

Duas revoluções goradas não quere dizer que a terceira não vingue. Duas revoluções que não conseguiram triunfar, pela má organização republicana, não quere dizer que não triunfe a nova, aquela qrjti há-do derrubar, contra a vontade de três ou quatro sequazes desta República que não é democracia, as nomeações que algumas, pessoas do Poder Executivo têm feito de falsos republicanos e' de criaturas que nada devem à democracia, ò talvez nem mesmo ao patriotismo.

O projecto que apresentei ia contra a casa Burnay, que pretende, contra a opinião dum seu sócio, e ainda contra o texto dum artigo do Código Comercial, que eu hei-de citar na ocasião própria, transformá-la em banco.

O instituto oficial do Ministério das Finanças, que trata da questão dos câmbios, não obstante o pedido que fiz para que me fosse enviada uma cópia do requerimento feito pelo sócio da casa Bur-nav, chamado Henri Burnay, assim como cópias do di spacho da Inspecção Bancária e do Ministro das Finanças, ainda não se dignou mandar qualquer' resposta.

Contra dois precessos que estão no Tribunal do Comércio lavrou-se um despacho ministerial convertendo a casa comercial Henri Burnay em casa bancária.