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628 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 65

6) Industrias metalúrgicas, metalomecânicas e de material eléctrico

a) Evolução recente, situação actual e perspectivas.

25. O rápido desenvolvimento registado na metalurgia no decénio de 1958-1962 foi devido, sobretudo, ao incremento das operações metalúrgicas propriamente ditas, visando a obtenção dos metais nas suas foi m as básicas E de salientar que o valor da produção de cobre passou de 64 000 contos em 1958 para 109 000 em 1962, beneficiando da sua integração num complexo industrial que permite o aproveitamento do minério em boas condições económicas, nomeadamente pela obtenção complementar de outros metais Em contrapartida, a produção de estanho declinou sensivelmente, pois têm-se levantado dificuldades à importação de cassiterite e é insuficiente a produção nacional deste minério
As indústrias de ferro e aço registaram progressos substanciais, destacando-se a entrada em funcionamento da Siderurgia Nacional, actualmente com a capacidade de 200 000 t por ano, mas susceptível de alargamento
No fabrico de produtos metálicos, com excepção das máquinas e matei ia! de transporte, avultam algumas deficiências estruturais, como a pulverização das fábricas, a deficiente técnica, a falta de formação profissional e a ausência de disciplina na produção e comercialização, que têm entravado a conveniente organização e o desenvolvimento deste tipo de indústria.
Na construção de máquinas, aparelhos e material eléctrico, a produção tem-se elevado a ritmo bastante apreciável, sendo de destacar o esforço de auto organização que se está a processar na indústria de máquinas ferramentas, bem como os progressos conseguidos no fabrico de alguns tipos de máquinas operatórias.
A falta ou a irregularidade de encomendas têm dificultado a expansão das indústrias de construção naval e de material ferroviário, encontrando-se em declínio a produção de velocípedes sem motor, por outro lado, a fabricação de ciclomotores e respectivos motores aumentou lentamente.

26. As indústrias metalúrgicas, metalomecânicas e de material eléctrico utilizam cerca de 22 por cento dos recursos nacionais não provenientes da agricultura, em virtude da existência de ligações muito estreitas entre o sector e numerosas ou ti as actividades intermédios, por um lado, e a formação de capital, por outro Com efeito, 43 por cento dos recursos originados nestas indústrias destinam-se a usos intermédios e 33 por cento a formação de capital (representando 55 por cento da formação de capital realizada em toda a economia nacional)
Cerca de 40 por cento dos recursos utilizados corresponderam a importações, subsistindo, assim, numerosas lacunas na contribuição da produção nacional para o abastecimento do mercado interno Atendendo aos grandes volumes de equipamento que virão a ser necessários ao desenvolvimento económico nacional, mais premente se torna um esforço de coordenação, devidamente regulamentado, entre os vários programas sectoriais, bem como um cada vez mais elevado grau de domínio das técnicas de aplicação recente ou tirada por ensaiar entre nós, caso contrário, sei ú muito difícil assegurar participação adequada da produção nacional na satisfação da procura interna e evitar graves incidências sobre a balança comercial.
Do lado das utilizações, há que assinalar o reduzido valor das exportações A importância potencial da actividade exportadora é posta em relevo pela pequena dimensão do mercado interno, sendo certo, por outro lado, que o sector pode concorrer favoravelmente nos mercados.
estrangeiros com alguns tipos de bens, para os quais existem já experiências confirmadas das possibilidades da indústria nacional.

27. As perspectivas para o futuro levam a admitir a realização de importantes empreendimentos nos próximos anos Os de maior valor serão na metalurgia, devido à prevista ampliação da Siderurgia Nacional Esta empresa prevê realizar uma primeira ampliação destinada a elevar para 320 000 t por ano a actual capacidade A segunda ampliação deve aumentar aquela capacidade para 600 000 t por ano, prevendo-se a fabricação de produtos planos (chapa para construção naval, chapa fina e folha-de-flandres) e o alargamento da gama dos perfis agora fabricados
Espera-se que a participação dos perfilados nacionais no consumo interno suba de 36 por cento em 1963 para 46 por cento em 1906 Após as ampliações, a capacidade total ultrapassará as necessidades do mercado interno, pelo que se recorrerá a exportação dos excedentes.
Prevê-se também que em outras actividades do sector se realizem investimentos consideráveis, designadamente na indústria de ferro ligas (aumento da capacidade de produção de 110001 paia 120 5001 por ano, destinando-se 90 por cento da produção anual à exportação), na metalurgia dos metais não ferrosos (com vista aos seguintes aumentos de capacidade de produção anual cobre electrolítico, + 42001, chumbo, + 18001, zinco, +60001, bismuto, +101, e selénio, +21, aumentos estes, no entanto, ainda insuficientes para ocorrer à procura interna), na trefilaria de ferro e aço e tubos de aço (para racionalização de programas de fabrico tendo em vista a exportação), na fundição de ferro e aço, no fabrico de ferramentas manuais, na construção de máquinas geradoras de força e de equipamento das indústrias químicas e do petróleo, ca indústria de máquinas ferramentas, na construção de máquinas agrícolas e de máquinas têxteis, na construção de máquinas e aparelhagem eléctrica, na indústria de construção naval, e na construção e montagem de veículos motorizados

b) Objectivos propostos

28. Como sector chave no desenvolvimento económico nacional, assume a maior importância o respectivo crescimento projectado, o qual exige a estruturação e organização do sector por forma a contribuir decisivamente para melhorar o fraco poder concorrencial da maioria das empresas nele abrangidas
A pulverização da gama de fabricos, a indisciplina da produção, a falta de formação profissional, a fraca capacidade tecnológica, o carácter rotineiro dos métodos de gestão, a ausência de colaboração inter profissional e a incompreensão das alterações radicais a que está obrigada a economia portuguesa devem constituir as preocupações essenciais nas linhas de acção futura, quer para o sector privado, quer para os serviços oficiais competentes.

e) Investimentos

29. Os investimentos a realizar no sector, segundo as estimativas dos industriais, apresentam-se como segue.

[ver tabela na imagem]