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120 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 172

João Mendes da Costa Amaral.
Joaquim Dinis da Fonseca.
Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim de Oliveira Calem.
Joaquim de Pinho Brandão.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
Jorge Botelho Moniz.
José Dias de Araújo Correia.
José Diogo de Mascarenhas Gaivão.
José Garcia Nunes Mexia.
José Guilherme de Melo e Castro.
José Luís da Silva Dias.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Manuel Colares Pereira.
Manuel Domingues Basto.
Manuel França Vigon.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel Lopes de Almeida.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Manuel Maria Vaz.
Manuel de Sousa Meneses.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
Mário de Figueiredo.
Miguel Rodrigues Bastos.
Paulo Cancela de Abreu.
Ricardo Vaz Monteiro.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
Teófilo Duarte.
Tito Castelo Branco Arantes.
Vasco Lopes Alves.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 70 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 16 horas.

Antes da ordem do dia

Deu-se conta do seguinte

Expediente

Telegrama

Do presidente da comissão de turismo da Figueira da Foz a sugerir a inclusão no Plano de Fomento do crédito hoteleiro para empresas que ofereçam garantias.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Castilho Noronha.

O Sr. Castilho Noronha: - Sr. Presidente: passa hoje uma data duplamente grata - grata para a Igreja e grata para Portugal.
Vão já decorridos quatrocentos anos. Ao sopro adusto da morto sucumbia numa remota e solitária ilha o gigante do apostolado cristão no Oriente - S. Francisco Xavier.
Que desoladora e pungente cena!... Longe da sua família, longo de seus irmãos na religião, longe dos seus cristãos, que eram a sua mais cintilante coroa, longe das terras que haviam sido o teatro dos seus apostólicos feitos e próximo da terra em que ia iniciar um novo ciclo de triunfos, tombava, exausto de forças, o ínclito apóstolo que é justamente reputado como um dos maiores de todos os tempos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - No duro transe em que ele sentia esvair-se-lhe a vida não o penalizaria ver-se só, tendo apenas a companhia de dois jovens que lhe recolheram o derradeiro suspiro; não o penalizaria a própria morte que tão prematuramente vinha pôr termo à sua existência. O que verdadeiramente o penalizaria era ver que diante de seus olhos moribundos se desdobrava um mundo novo com uma imensa multidão de almas que ele, na sua insaciável sede de evangelização, quereria ganhar para Cristo.
No mesmo dia em que Xavier cessava de existir despontava a radiosa aurora a prenunciar o sol de glória que iluminaria para sempre a sua bendita memória. É que o apóstolo cristão não morre nunca. Vive nas páginas imperecíveis do nosso hagiológio; vive nos templos que a piedade cristã erige em sua honra; vive, principalmente, no coração dos que lhe devem o precioso dom da fé.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É o que está a realizar-se em toda a plenitude com a memória do grande santo. No momento angustiante da sua morte ele, decerto, vislumbraria, numa visão antecipada, que, a contrastar com a solidão e o isolamento do lugar em que morreu e foi sepultado, viriam, a breve trecho, colossais apoteoses em consagração do seu nome e da sua memória.
A maior de todas até à data é a que se realiza hoje na velha cidade de Goa, sob a presidência do Eminentíssimo Cardeal-Legado, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, o com a assistência dos Exmos. Ministros da Justiça de Portugal e de Espanha, em representação dos respectivos Governos, e de um grande número do bispos, clérigos e fiéis. Para essa histórica cidade, que está sendo o teatro da mais imponente glorificação de S. Francisco Xavier, convergem hoje as atenções de todo o mundo cristão.
Longe da terra bendita em que se assiste a tão emocionantes manifestações de piedade religiosa, acompanho em espírito essa formidável mobilização dos devotos do S. Francisco Xavier, que, sujeitando-se a todas as inclemências, a todos os sacrifícios, a todos os desconfortos, vão em piedosa romagem depor aos pés do santo o preito da sua gratidão e da sua veneração.
A vetusta cidade de Goa revive hoje os dias mais gloriosos da sua história.
Zona habitualmente envolta em silêncio e solidão, ela tornará hoje a ser a metrópole do Oriente que era no período áureo do seu esplendor. Para ela afluirão nos próximos trinta dias multidões compactas de peregrinos, sem distinção de raças, de cores, de religião, irmanados nos mesmos sentimentos, unidos por uma mesma alta finalidade.
Mal nos iria pensar que toda essa ruidosa mas comovente explosão de religiosidade é uma estéril manifestação de um gregorismo inconsciente. Contra uma tal afirmação erguer-se-ia um clamoroso protesto dos próprios peregrinos que se dirigem ao templo em que estão expostas ao culto público as venerandas relíquias do seu santo patrono, com o entusiasmo, com a consciência, com a satisfação de quem lhe presta a sua devota homenagem.
Tão-pouco essas romagens são manifestações do um sentimentalismo piegas, não tendo, por isso, nada que as imponha ao nosso respeito.
Esta outra afirmação teria o seu formal desmentido no doce murmúrio de preces esperançadas que se fazem ao santo, dos ex-votos - expressão agradecida do reconhecimento pelos favores e graças recebidos - que se acumulam junto do túmulo do santo. Nessa magnífica parada de devotos de Xavier, que dá à exposição