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1122 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 229

os representantes qualificados de todas as formas do trabalho!
Muitos aplausos.
Mas a Câmara, por isso mesmo que é uma instituição representativa, tem o direito e o dever de traduzir, a par dos seus próprios sentimentos, os sentimentos da Nação.
É que o período de vinte e cinco anos que hoje se perfaz não conta apenas na vida do homem que durante ele suportou continuamente as responsabilidades do Poder: conta, e de que maneira, na história de Portugal.
Demorados aplausos.
Processou-se no- seu decurso uma tão extraordinária transformação na situação do País e em todos os sectores da vida nacional que se em 1928 alguém a predissesse só alguns raros iluminados a não considerariam impossível utopia.
Muitos aplausos.
E o milagre operou-se porque o governo do Estado deixou de ser joguete de ambições pessoais, de combinações partidárias, de interesses plutocráticos, de arruaças demagógicas, de campanhas tendenciosas, de secretos conciliábulos e de pronunciamentos militares, para se transformar no objecto elevado de uma consciência em que se projecta um pensamento serena e livremente conduzido pelo interesse nacional e servido pela firme energia de uma vontade que não sabe apenas comandar porque tem a virtude, ainda mais difícil e meritória, de se saber limitar!
Essa consciência, essa inteligência e essa vontade, postas ao serviço de Portugal para dar definição, coerência e eficiência ao governo do Estado, foram a consciência, a inteligência e a vontade de Salazar!
Ovação.
Em 1928 a Nação desejava-as. Desde 1926 que as esperava: não esquecemos que o movimento de 28 de Maio é que tornou possíveis o Governo de Salazar e a sua obra, e por isso a Câmara Corporativa recorda, celebra e honra nesta data a Revolução Nacional, expressão de aspirações indefinidas de que Salazar veio a ser o teorizador e o realizador.
Muitos aplausos.
O País confiou então a missão de cumprir os anseios manifestados no gesto unânime de 28 de Maio ao general Carmona, em quem depositou a plenitude do poder público.
Foi ao general Carmona que se deveu a manutenção de Salazar no Governo durante o longo período que decorreu de 1928 à sua morte. Com notabilíssima visão e excepcional força de carácter, Carmona soube resistir u todas as influências, a todas as intrigas e a todas as ameaças que durante esse lapso de tempo inevitavelmente haviam de tentar quebrar a sua solidariedade com o Presidente do Conselho. É esse o grande quinhão que pertence, na glória neste dia celebrada, à memória de Carmona.
Calorosa e demorada ovação.
Sr. Presidente da República: nascida do regime instituído pela Constituição Política de 1933, creio que assiste à Câmara Corporativa especial autoridade para afirmar que a obra de Salazar não pode ser considerada mero episódio destinado a ficar como um parêntese na história de Portugal.
Essa obra valo como uma lição e obriga como uma norma; é para as gerações vindouras um marco a assinalar o princípio de uma nova era em que de ano para ano o País se há-de esforçar por compreender e aplicar melhor todo o profundo conteúdo da mensagem de Salazar, cujos tópicos são a unidade nacional, o prestígio de Portugal e o bem do povo português!
Muitos aplausos.
Quer isto dizer que, para além da figura veneranda de Salazar, existe já uma doutrina que a transcende e uma obra que queremos permaneça viva através dos tempos como espírito fecundamente e incessantemente criador de novos benefícios e novas glórias!
Muitos aplausos.
A presença nesta sala e nesta sessão de V. Ex.ª, Sr. Presidente da República, é um acto de justiça para com o homem que todos os portugueses veneram e respeitam como verdadeiro benemérito da Pátria!
Calorosa e prolongada ovação.
Mas é mais: é a certeza para todos nós de que, unido em comunhão profunda com o que há de mais autêntico no génio nacional, o Chefe do Estado é penhor seguro de que a obra de Salazar continuará!

Grande ovação.

O Sr. Doutor Albino dos Reis: - Sr. Presidente da República: a Assembleia Nacional c, com ela, o Paia agradecem a V. Ex.ª o ter utilizado os altos poderes que a Constituição lhe confere para convocar esta soleníssima reunião conjunta das duas Câmaras e tornar assim possível que, por sobro todas as comemorações das bodas de prata ministeriais de Salazar, são, neste histórico recinto, que o mesmo é dizer em todo o mundo português, a voz, mais que todas autorizada, do supremo magistrado da Nação.
Aquilo que o Presidente da Assembleia Nacional intentara fazer, mas não pôde ou não soube, dentro das faculdades que o estatuto político fundamental da Nação lhe atribuo, realizou-o V. Ex.ª por esta forma mais grandiosa e impressiva, e a mensagem de V. Ex.ª encontrará, posso assegurá-lo sem hesitação, na representação nacional um acolhimento caloroso e unânime.
Apoiados calorosos.
Que o Chefe do Estado tivesse neste dia memorável um gesto, uma atitude, uma palavra de louvor ou de reconhecimento aos relevantes serviços do seu Primeiro-Ministro, prestados ao Pais em vinte e cinco anos da sua vida, era essa já uma homenagem, que, por vir de tão alto, desvaneceria legitimamente qualquer homem público. Mas não satisfazia a consciência de V. Ex.ª, que quis levar, até onde a Constituição lhe permitia, o seu altíssimo testemunho, perante a Nação e perante o mundo, de que eram rectos os caminhos por onde Salazar conduzira a Revolução em vinte e cinco anos de jornada e infrangível e perfeita a unidade do seu comando supremo.
Apoiados gerais.
Sr. Presidente da República: estava-mo reservado ainda a mim, aos esforços da minha palavra fatigada já e sem ardor, a subida honra de traduzir os sentimentos e a atitude da Assembleia Nacional ante esse ciclo excepcional dos últimos cinco lustros da política e da administração pública, e ante o homem extraordinário que,, com mão firme, doce e discreta, dirigiu, nesse longo período, os destinos da grei portuguesa.
Antes de mais nada, Sr. Presidente, avulta ao nosso espírito e desafia a nossa compreensão este caso perfeitamente singular na nossa vida nacional e muito raro mesmo entre. povos de maior maturidade e disciplina política - o de um consulado governativo de cinco lustros ininterruptos. 25 anos! 20 anos! A voz depressa o diz: são duas letras só. Mas para quantos grandes homens, no mundo, para quantos povos, eles não representaram o início e a consumação de um glorioso ou de um trágico destino!
Se tivesse de medir esse período pela referência a outros acontecimentos relevantes da vida do regime, eu verificaria, com mágoa, que ele começou quando ascendia no horizonte luminoso de Portugal a estrela política do saudoso marechal Carmona e termina dois