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28 DE ABRIL DE 1953 1125

Que sucederia na Península, o quiçá na Europa, se não fora a ajuda moral e material concedida à Espanha (ovação) nos momentos em que os seus melhores filhos se batiam e morriam gloriosamente para conservar intactas as suas tradições e as suas liberdades?
Grande ovação.
Passados os acontecimentos é fácil, muito fácil, ter opinião segura quanto à forma de melhor proceder em tal emergência; mas decidir, e bem, quando tudo é nebuloso e incerto, é virtude reservada apenas aos homens que a Providência consagrou e esclareceu.
Apoiados gerais.
Nos anos críticos que durou o último conflito mundial, mercê da sua inteligência e da habilíssima apreciação dos factos, o Presidente Salazar conseguiu para Portugal a posição que mais convinha, sem que resultasse agravo dos compromissos que nos ligavam a nações amigas. As mulheres portuguesas não podem esquecer aquele que, sem a mais ligeira quebra para o brio nacional, conseguiu evitar que os seus maridos e filhos fossem lançados na terrível tormenta que ensanguentou a terra de cabo a cabo.
Nesse transe, de tantas preocupações, em que pôs toda a sua vontade de bem servir, revelou-se aos Portugueses e ao mundo como diplomata, no mais perfeito significado da palavra.
Calorosos aplausos.
Normalizada a vida financeira do País e passados os tempos negros das guerras, do mesmo modo que cuidava de melhorar a nossa economia, lançava as bases em que deveria assentar o futuro político da Nação, ou seja, estabelecia as condições políticas, administrativas e sociais, garantia do ressurgimento nacional.
Grandes aplausos.
Não se deteve um momento - que a vida é bem curta para tamanha empresa - e perante um mundo em plena crise, sem rumo, sem farol, dá ao País uma doutrina e um programa.
O nosso estatuto constitucional, inspirado nas melhores tradições portuguesas e elaborado em conformidade com as realidades do presente, criou um Estado capaz de defender os verdadeiros interesses nacionais.
Se já antes se impusera por magnífica actuação ao. conduzir a nossa política externa, mostra, mais uma vez, a sua clarividência ao estruturar a organização política da Nação, apontando a estrada larga por onde agora e no futuro as sucessivas gerações podem confiadamente caminhar.
Grandes aplausos.
Entanto, o Governo presidido pelo Sr. Doutor Oliveira Salazar dá impulso decisivo à economia nacional, pelo aproveitamento dos bens e aperfeiçoamento de métodos de trabalho, de modo a permitir no futuro um rendimento que dê aos Portugueses vida mais fácil e desafogada.
Constroem-se pontes, fábricas e portos; erguem-se barragens para aproveitar as águas dos rios, que correm imiteis para o mar; activa-se a prospecção dos minérios que jazem no subsolo; levantam-se hospitais e escolas ; procura-se melhorar as condições das terras e empregar novos processos no trabalho agrícola, e tantas e tantas outras benfeitorias - que é um louvar a Deus! - levadas a cabo por esse Portugal fora de aquém e além-mar.
Já sem surpresa - que não é indiferença - o País assiste continuamente à conclusão de grandes realizações.
Calorosos aplausos.
O professor ilustre de há vinte e cinco anos é hoje um grande homem de Estado, respeitado universalmente, realizador de uma obra administrativa e política notabilíssima.
Essa obra abarca todos os sectores das actividades do Império e, sendo prodigiosa no plano material das suas realizações, não é menos grandiosa no que respeita aos problemas do espírito.
Se em dado momento, dominou a preocupação do cuidar do alimento do corpo, sem o qual o homem não pode subsistir, jamais foi descurada a cultura do espírito sem o que a vida perde sentido e beleza.
Grandes aplausos.
E aspiração dos Portugueses e meu ardente voto que a Providência conserve a saúde do Presidente Salazar a fim de poder continuar a sua patriótica missão para prestígio de Portugal, sua prosperidade e grandeza.
Uma calorosa e demorada ovação sublinhou as últimas palavras da mensagem do Chefe do Estado.
O Sr. Presidente da Assembleia Nacional, em nome do Chefe do Estado, declarou encerrada a sessão. O Sr. Presidente da República retirou-se da sala das sessões com o mesmo cerimonial da entrada.

Eram 16 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados presentes à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.
Adriano Duarte Silva.
Afonso Enrico Ribeiro Cazaes.
Alberto Cruz.
Alberto Henriques de Araújo.
Albino Soares Pinto dos Reis Júnior
Alexandre Alberto de Sousa Pinto.
Américo Cortês Pinto.
André Francisco Navarro.
António Abrantes Tavares.
António de Almeida.
António Augusto Esteves Mendes Correia.
António Bartolomeu Gromicho.
António Calheiros Lopes.
António Carlos Borges.
António Cortês Lobão.
António Joaquim Simões Crespo.
António Júdice Bustorff da Silva.
António Maria da Silva.
António de Matos Taquenho.
António Pinto de Meireles Barriga.
António Raul Galiano Tavares.
António dos Santos Carreto.
António de Sousa da Câmara.
Armando Cândido de Medeiros.
Artur Proença Duarte.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Avelino de Sousa Campos.
Caetano Maria de Abreu Beirão.
Carlos Alberto Lopes Moreira.
Carlos de Azevedo Mendes.
Carlos Mantero Belard.
Carlos Monteiro do Amaral Neto.
Carlos Vasco Michon de Oliveira Mourão.
Castilho Serpa do Rosário Noronha.
Daniel Maria Vieira Barbosa.
Délio Nobre Santos.
Diogo Pacheco de Amorim.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.
Francisco Cardoso de Melo Machado.
Francisco Eusébio Fernandes Prieto.
Frederico Maria de Magalhães e Meneses Vilas Boas Vilar.
Gaspar Inácio Ferreira.