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30 DE JANEIRO DE 1907 250-(3)

Reduzir o preço de custo dos materiais, produtos e serviços;
Melhorar a qualidade dos materiais, produtos e serviços existentes;
Reduzir o custo do funcionamento e da manutenção do material produzido;
Encontrar novas aplicações para os materiais, produtos e processos;
Descobrir materiais, produtos, processos e serviços susceptíveis de substituírem com vantagem os existentes;
Descobrir novos materiais, processos, produtos e serviços;
Aperfeiçoar as técnicas ou processos de fabricação ;
Encontrar aplicação para os subprodutos até então desperdiçados;
Recolher informações técnicas para orientação da escolha de materiais, processos ou produtos;
Enriquecer o património dos conhecimentos técnicos de forma a resultar elevação do nível de vida em geral e consequente criação de novos mercados.
Pode este enunciado parecer um tanto prolixo, mas tem, fora de dúvida, o mérito de focar objectivamente todos os aspectos a considerar na definição de um programa eficiente de investigação aplicada.
Acentua o relatório quantas vezes, justamente por falta de boa orientação, um laboratório nascido sob os melhores auspícios não consegue criar prestígio junto das entidades a cujo desenvolvimento e progresso se destina e formula esta afirmação, que merece ser meditada: «a investigação aplicada deve recear dois escolhos igualmente perigosos - a falta e o excesso de ambição», dizendo ainda mais adiante: «se os especialistas da investigação aplicada verificarem que os seus trabalhos despertam pouca atenção ou recebem fraco apoio financeiro, devem, antes de mais, pôr a mão na consciência e averiguar se a culpa não será deles próprios, quer por não terem aproveitado todas as oportunidades para fazerem valer as suas opiniões, quer por não terem sabido escolher os temas de trabalho de maior interesse cientifico e económico».
De tudo isto se conclui que uma programação objectiva constitui n pedra de toque do renome dos centros de investigação aplicada o da criação de um clima favorável, necessário para que sejam financeiramente apoiados, pelos estados ou pelos particulares, por forma a poderem manter eficiência e continuidade de actuação.
O que se passa neste capítulo em relação a cada centro de investigação verifico-se também quanto ao conjunto das actividades de um país nesse campo, donde a conveniência da criação de organismos de coordenação dos trabalhos naqueles realizados, organismos que, além dessa função, promovam e apoiem a cooperação entre empresas afins, despertem no grande público o interesse pela investigação e, finalmente, se esforcem no sentido do estreitar as relações entre o ciência e a indústria.
Para que os estabelecimentos de investigação possam dispor de suficientes recursos financeiros, sem os quais lhes será impossível progredir, é recomendada a política de isentar de impostos as importâncias gastas na investigação, pura ou aplicada, quer pelos próprios industriais, quer por particulares que se disponham a contribuir com doações ou legados para bem do progresso científico e económico dos seus países. Há já boje casos em que se vai ainda mais longe: na Alemanha Ocidental a taxa de imposto é reduzida a metade em relação aos rendimentos resultantes de invento industrial de manifesto interesse público.
Além disto, reconhece-se que os estabelecimentos de investigação oficiais têm de dispor de autonomia financeira que os livre de peias da contabilidade pública, com as quais se não pode coadunar eficiência de acção no ramo da sua actividade.
A extraordinária importância atribuída à investigação aplicada nos países industrialmente mais avançados ressalta bem das importâncias nela gastas. Do relatório da O. E. C. E. respigam-se alguns números impressionantes antes:

(ver tabela da imagem)

(a) Dos quais 3350 000 contos do Estado o 4 400 000 dos Industriais.
(b) Dos quais 19 200 000 contos do Estado e 38 800 provenientes de entidades particulares.

A última premissa - larga utilização e divulgação dos resultados conseguidos pela investigarão aplicada- só pode conseguir-se através de intercâmbio de informações, de facilidades na exploração das patentes e de serviços de documentação bem organizados e com larga expansão.
c) Em seguimento a este trabalho da O. E. C. H., promoveu a Agência Europeia do Produtividade daquele organismo, em Outubro de 1954, na Universidade de Nanei, uma conferência sobre a organização da investigação aplicada na Europa, na qual tomaram parle representantes de. meios oficiais, universitários e industriais, para apreciação dos progressos verificados nos países membros da O. E. C. E. em ma leria de .administração e organização da investigação científica e estudo da forma, de desenvolver a cooperação no campo da investigação aplicada.
Tomaram parte na reunião cerca de cem delegados representando a Alemanha Ocidental, a Áustria, a Bélgica, a França, a Holanda, a Noruega, o Reino Unido, a Suécia, n Suíça, os Estados Unidos e o Canadá, com a assistência de um representante da U. N. E. S. C. O. Mais uma vez se verificou a ausência de Portugal.
Após uma série de conferências e discussões foram aprovadas algumas conclusões, das quais se salientam as seguintes:
O papel crescente da ciência na indústria e o aquecimento de novas indústrias fundadas na ciência exigem um aumento constante dos meios de investigação aplicada:
A investigação aplicada depende estreitamente do acréscimo de conhecimentos baseados na investigação fundamental, ou pura, e esta. por sua vez, é estimulado pelas necessidades de desenvolvimento da indústria;
O principal papel das Universidades, em relação à investigação, é formar investigadores e fazer investigação fundamental. Em contrapartida, é desejável que, nos ramos industriais mais desenvolvidos, certas empresas, dispondo de largos recursos, possam destinar à investigação fundamental uma parte da actividade dos seus departamentos de investigação;
É recomendável confiar às Universidades, e particularmente aos institutos técnicos, a realização