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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 180 234

ciais e económicas, o regime e forma de trabalho de cada região e o grau de cultura da população da região a que os livros se destinam».
Presentemente o serviço ide escolha de livros tem actuado com o mais apurado bom senso, pois que, auscultando a realidade, conhecedor do tipo da mentalidade, do teor das ocupações, do género de preocupações e do nível médio de conhecimentos característicos dos meios rurais, vem esforçando-se no sentido de que o recheio das bibliotecas a instalar seja integrado por aqueles livros que melhor possam ser compreendidos e assimilados, exactamente por esteirem dentro da linha de interesse da gente das mossas aldeias, e, assim, se viabilize e melhor expanda a criação de hábitos de leitura, da boa leitura, que é mister, na realidade, generalizar mais e mais.
Em reanimo: é consolador afirmar-se que na constituição das bibliotecas rurais tem-se verificado, e verifica-se, toda a ponderação e a maior cautela, estando sempre presente a ideia do carácter peculiar das pessoas dos nossos campos e vivo, inalteravelmente vivo, o anseio de que ao realize, paira, cada num, e todos os seus usuários, o binómio cultura-formação.
Em anotação rápida direi que são dez as secções em que se classificam e nas quais se agrupam as diferentes espécies bibliográficas, cada uma delas comportando um número variável de subdivisões.
As secções discriminam-se por esta forma:

1) Religião. Moral. Apologética;
2) Educação;
3) Estudo da língua e literatura portuguesas;
4) História. Geografia. Viagens;
5) Hagiografias e biografias;
6) Sociologia;
7) Poesia. Romance e conto. Teatro;
8) Iniciação à arte. Folclore. Regionalismo;
9) Divulgação da ciência e das técnicas;
10) Publicações periódicas.

Não vou dizer a VV. Ex.as quantos exemplares fórum já publicados relativamente a todas as subdivisões destas secções. O número deles seria verdadeiramente enorme.
Mas, como um vago índice exemplificativo, esclarecerei que os da secção de educação atingem a casa dos 15 402 e que verbi gratia os da secção de história, geografia e viagens montam a cerca de 15 572!
Da leitura atenta de um dos magistrais discursos de S. Ex.ª o Subsecretário de Estado da Educado Nacional - o discurso pronunciado já em 3 de Dezembro de 1955, notável, sem favor, pela ordenação de ideias, clareza de pensamento, vastidão de conhecimentos, sentido das realidades e vincado cunho pedagógico - se infere a razão de ser da criação da editorial Colecção Educativa, dos fins que ela se propôs, com os melhores resultados práticos plenamente evidentes e sem cujo concurso a bela tarefa já erguida no campo da expansão e aproveitamento do bom livro não seria o triunfal remate da grande cruzada nacional, de resultados amplamente vitoriosos, visando o apagamento da nódoa do analfabetismo.
A parte as publicações, tão úteis, de carácter doutrinário, informativo e de propaganda, poderiam citar-se múltiplas obras editadas pela Colecção Educativa de índole diversa, todas construtivas, irradiadoras de cultura geral, como é evidente, e esmeradamente apresentadas, numa quantidade total de quase 750 000 exemplares.
Realce-se que estuo presentemente em publicação - também obra da Colecção Educativa - algumas dezenas mais de volumes, que atingirão a casa dos 900000
exemplares. Por último aduziremos que da revista Campanha, por meio da qual vem sendo feita uma sementeira dos melhores princípios contributivos para que se produzam sazonados frutos culturais, foram publicados 37 números, com uma tiragem de tal maneira elevada que perfaz já um somatório global de 2 910 000 exemplares.
Reassumiu a presidência o Sr. Presidente, Albino dos Reis:

Sr. Presidente: embora em breve descritivo, não deixarei de acrescentar que o regime estabelecido para aproveitamento dos livros constantes dos ficheiros das bibliotecas foi baseado em plausíveis critérios de ordem prática, caracterizado na sua observância pela maior maleabilidade, a fim de que se facilitem e mais possam render o gosto e a tendência da leitura, a qual poderá ser feita na sala onde a biblioteca funciona ou no domicílio do requisitante, tanto durante o período das aulas como aos domingos, dias feriados e nas férias oficiais.
E ainda digno de menção e de louvor haver-se, estabelecido, pelo que toca aos leitores infantis ou mesmo adultos, em certos casos, a realização de reuniões, a decorrerem sob a presidência dos professores, atinentes à averiguação da forma como as leituras foram assimilo das e visando a tirar eventuais dificuldades, esclarecer dúvidas ou desfazer incompreensões.
Óptima medida, que se revestirá, inquestionavelmente, do maior alcance. E terão, de facto, as bibliotecas constituído centros de interesse para a população campesina?
Não pode afoita e consoladoramente responder-se com uma rotunda afirmativa, pois, tomando por base estudos que foi possível levar a cabo no que concerne apenas ao funcionamento de algumas das mais antigas bibliotecas, a bem dizer da primeira fase de instalação, apurou-se que o movimento de requisições foi apenas de 120 000. E muito? E pouco? Creio, no entanto, que tem um significado animador, essencialmente se não abdicarmos da ideia de que a gente dos nossos meios rurais tem um condicionalismo de vida que mal lhe permite ler e que a sua capacidade e os seus hábitos de leitura eram, na realidade, mínimos.
Vem a propósito frisar a circunstancia de que. efectivamente, para que a acção educativa das bibliotecas das nossas aldeias possa atingir a plenitude desejável do seu rendimento, antes de mais se justifica e impõe a criação prévia do que pode qualificar-se de literatura de iniciação popular.
julga-se, por isso, que, sob o incentivo do Estado, uma acção intercolaborante por parte dos nossos autores e editores que conduza à consecução daquele objectivo será prenhe de resultados relevantes, lucrando o problema da cultura e auferindo vantagens o mercado do livro português, pelas advenientes condições provocadoras do seu maior desafogo.
Sr. Presidente: adentro do âmbito e da actividade da Campanha Nacional de Educação de Adultos é bem cabida a referência, que para ser justa tem de ser elogiosa, à organização e influência das bibliotecas circulantes. Ainda que a largos traços, apraz-me destacar o que as define e caracteriza, detendo-me, por instantes -, a esmiuçar os seguintes pontos:
a) Orientação superior que enformou a sua criação;
b) A quem se destinam;
c) Dados estatísticos da sua organização;
d) Ideia do seu funcionamento;
e) Diversidade dos seus tipos e obras que lhes dizem respeito.