O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6 DE MARÇO DE 1959 277

Vozes altamente qualificadas e outras que por o não serem nem por isso deixam de ter jus a audiência superior apreciaram alguns aspectos actuais da vida política portuguesa e salientaram a necessidade e a urgência de a fortalecer ao calor dos ideais da Revolução Nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Não houve transigências doutrinárias, nem cobardes renúncias, nem aquela excessiva prudência que vive paredes meias com o medo, a deserção ou a derrota.

Vozes: - Muito bem, muito bem I

O Orador:-Pois foi no Porto - cidade e gente às vezes tão mal julgadas e compreendidas - que elementos do seu escol ergueram alto a bandeira das nossas reivindicações políticas, sociais e económicas, bandeira que nada e ninguém conseguirá abater, tão certos estamos do acerto e possibilidades das nossas soluções doutrinárias e orgulhosos da obra que, dentro delas, pudemos realizar.
De cabeça erguida, com inteira liberdade e independência, se reclamou o robustecimento da nossa .acção política, que tem de ser confiada a quem, pela sua formação moral e doutrinária, pela sua devoção patriótica, se identifique com os objectivos da Revolução.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Ninguém pode dar aquilo que não tem.
Por isso se não pode esperar acção válida e profícua, no terreno político e no plano da administração pública, dos que não vivem os nossos princípios, dos que não sentem as nossas inquietações, dos que não sofrem com os nossos erros ou insucessos.

Vozes: - Muito bem I

O Orador:-A vida política dos nossos dias, e perante as arremetidas de adversários e inimigos de diversos matizes, não se compadece com tibiezas e indecisões, com complacências e compromissos.
Reclama o ardor do mais puro entusiasmo, uma fé que arraste os mais fracos e vença os mais incrédulos, a coragem das atitudes claras e bem definidas.
À aridez de uma técnica, meio secundário, havemos de contrapor, não para a negar mas para a superar, uma política, meio principal e superior, a que tudo temos de subordinar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Não vemos que outro caminho possa dar-nos a vitória total que desejamos.

Sr. Presidente: se a política deve estar sempre presente no Governo e na Administração, reconheceu-se também que havemos de empenhar-nos em a instaurar por toda a porte, não como instrumento de interesses pequeninos, mas como condição necessária para a realização dos nossos ideais.
Este sentido de orientação postula, antes de mais, uma larga obra de apostolado político e doutrinário, que leve à inteligência dos portugueses de todas as idades e condições as verdades da nossa doutrina, que são, afinal, elemento indispensável para as conquistas de ordem espiritual e material por que, e justamente, todos ansiamos.
A paz, o progresso, o bem-estar colectivo e individual não surgem do nada: filiam-se directamente em determinados conceitos doutrinários, como a guerra, a desordem, a estagnação, a miséria e a fome resultam de outros.
Torna-se, assim, mister levar por diante, mas com decisão, uma obra de esclarecimento e educação que torne compreendida e aceite esta verdade essencial. .
Temos de ganhar novos adeptos, não para que sejam meros guardiões dos objectivos já alcançados, mas obreiros interessados e insatisfeitos do muito que temos para realizar.
Abrem-se largas perspectivas ao nosso labor futuro se soubermos ser autênticos em nossos anseios de justiça social, sobretudo se soubermos, para além do desejo legitimo de melhorias materiais, dor um sentido alto à vida, enchê-la de um ideal superior.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Sr. Presidente: a obra da nossa Revolução tem de ser continuada com a compreensão e ajuda de muitos - já que alguns se excluem dessa glória -, de muitos portugueses.
Repete-se o que há bem pouco foi dito: não basta governar para o Pais, é preciso governar com ele.
Temos, pois, de encontrar fórmulas adequadas de representação nacional...

Vozes: - Muito bem, muito bem I

O Orador:-... que dêem expressão autêntica e viva às legitimas aspirações dos povos, aos seus interesses maiores.
Este problema, de evidente complexidade e transcendência, desdobra-se em dois aspectos muito importantes: um, directamente ligado à orgânica constitucional; outro, ao espirito com que a acção governativa se exerce.
O primeiro a seu tempo se tratará.
O segundo bem poderia desde já definir-se num sentido mais aberto às sugestões e reclamações que das populações sobem até ao Poder, se não para as entender, ao' menos para as escutar e esclarecer.
A autoritarite de burocracia e de técnica é uma doença da autoridade...
Saneemos o ambiente da nossa administração pública pelo exercício de uma autoridade revestida dos seus atributos naturais, e por isso firme e resoluta, mas compreensiva e humana.
Não é pedir de mais.
Sr. Presidente: todos quantos servem a Revolução Nacional estão naturalmente interessados na sua continuidade, pelo que devem a Pátria e ao sen futuro.
Este sério problema esteve também presente, como os já enunciados, nas reuniões políticas que vimos comentando.
Antes de mais, afirmou-se com toda a veemência uma inquebrantável fidelidade à chefia política de Salazar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-É que dela depende, na hora presente, tão cheia de preocupantes incertezas, a continuidade da própria Revolução.
Simplesmente, tem-se a convicção segura de que Salazar merece de nós mais do que a fidelidade .à sua chefia indiscutível.
Salazar tem de criar connosco as condições necessárias à continuidade da sua obra.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Devemos-lhe este serviço. Isto quer dizer que os nacionalistas esclarecidos devem a Salazar mais do que uma adesão pessoal e uma gra-