O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE MARÇO DE 1959 339

O Sr. Presidente:-Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Alberto Cruz.

O Sr. Alberto Cruz: - Sr. Presidente: o assunto da presente intervenção, pela transcendência do sen significado, tem de ser proferido com singeleza e brevidade.
É o que vou fazer.
Nos fins do próximo mês de Abril faz 70 anos de idade o Sr. Presidente do Conselho, o Prof. Doutor António de Oliveira Salazar.
Manda o grande e humano sentimento da gratidão assinalar essa data, com o maior júbilo, em todas as parcelas territoriais que constituem o grande Império Português, que, por mercê do gigantesco esforço desse homem e da sua total renúncia aos prazeres da vida, engrandeceu e tornou respeitado, como outrora, no concerto mundial das nações.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador:-Nem por sombras vou apreciar a grandiosa obra do renascimento português operada por esse estadista, obra que nem os seus mais ambiciosos e encarniçados inimigos contestam.
Quero somente, como revolucionário do 28 de Maio, dessa revolução que, como já aqui disse, foi feita sem sangue, sem ódios e sem rancores, e só com o pensamento na grandeza da Pátria ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:- ... contribuir para ser prestada inteira justiça ao providencial estadista que conseguiu materializar os anseios dos revolucionários idealistas, intérpretes, por seu turno, dos anseios de todos os bons portugueses dignos desse nome.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador:-É a altura também de todos os pais de família agradecerem a Salazar as horas de preocupação, incerteza, angústia e vigília constante que passou para preservar os seus filhos, essa nossa querida e generosa mocidade, da hecatombe da última grande guerra e evitar a destruição dos nossos lares e fazendas nesse cataclismo mundial.

Vozes: - Muito bem, muito bem I

O Orador:-A juventude dos anos de 1939 a 1945 jamais poderá esquecer esses factos e a gratidão devida ao estadista que presidia então ao Governo da Nação e que, por desígnios providenciais e vontade dos homens, ainda preside, e presidirá por largos anos, aos destinos de Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Sugiro, pois, aos Srs. Governadores Civis que reunam nos seus distritos todos os seus presidentes de camarás municipais e com eles elaborarem o programa dessa homenagem, que deve ser simultaneamente simples mas do maior significado.
A mesma sugestão faço aos Exmos. Governadores de todas as nossas províncias ultramarinas.
Estendo ainda a sugestão da homenagem a todos os núcleos de portugueses espalhados pelo Mundo, especialmente à patriótica e grande colónia portuguesa do Brasil, que de Salazar receberam o orgulho de proclamar bem alto a sua nacionalidade bem portuguesa (apoiados), cujo prestigio no momento presente não receia confrontos com o de qualquer pais do Mundo.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - A manifestação de todos os portugueses, espalhados por todos os continentes, será também a prova real da nossa unidade, em face da gravidade da hora presente, em volta da Pátria e do grande obreiro do seu ressurgimento.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Aqui fica a sugestão, com a certeza e profunda convicção de não necessitar de um pedido aos ilustres representantes da imprensa aqui presentes para darem a esta ideia todo o relevo que ela merece e impõe.
Por mim, só peço a Deus que continue a proteger a vida e saúde de tal estadista, a fim de continuar por muitos anos a prodigiosa e formidável revolução já feita em todos os sectores da vida nacional, até à materialização completa do seu o nosso sonho de grandeza e prestigio deste tão amado Portugal.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. José Sarmento: - Sr. Presidente: somente duas palavras, para louvar. Na passada quinta-feira, 12 do corrente, foi nomeada, por portaria, uma comissão para elaborar um projecto de reforma das Faculdades de Ciências.
Bem haja o Governo por em boa hora se ter decidido finalmente a atacar este magno problema. A referida reforma, que hoje mais do que nunca se impõe, será, portanto, uma realidade num futuro que espero não seja muito remoto.
Como tantas vezes aqui disse, muito particularmente na parte que diz respeito à física, o actual plano de estudos das Faculdades de Ciências é aproximadamente o mesmo que era quando, em 1911, elas foram criadas. Isto é, oficialmente o nosso ensino não tomou conhecimento do extraordinário e exclusivo crescimento deste ramo da ciência.
Nesta época, em que o desenvolvimento económico do Pais está Intimamente dependente do seu grau de cultura cientifica - haja em vista o que aqui foi dito quando do debate sobre a lei que criou o Instituto Nacional de Investigação Industrial -, não se pode menosprezar o ensino científico e a criação de investigadores sem se comprometer o desenvolvimento económico.

Vozes: - Muito bem !

Q Orador:-Como é sabido, o crescimento de um país, como o de um indivíduo, deve ser harmónico. Todas as suas partes devem ser cuidadosamente acompanhadas. O deficiente crescimento de uma delas pode comprometer todo o conjunto. Por isso, o Governo, através da futura reforma das Faculdades de Ciências, vai tentar acelerar o ritmo do desenvolvimento do sector cientifico, para que este possa acompanhar o rápido crescimento que se nota em todos os outros sectores.
Há já alguns anos, Sr. Presidente, que tenho vindo a chamar a atenção do Governo sobre este magno problema.
A primeira vez foi em Fevereiro de 1904, ao felicitar o Governo pelas criações da Junta e da Comissão de Estudos de Energia Nuclear.
A segunda foi em Abril de 1955, ao discutirem-se as Contas Gerais do Estado de 1953. Nessa altura destaquei as graves deficiências do nosso ensino cientifico e apontei como algumas delas se poderiam atenuar.
A terceira foi em Janeiro de 1956, ao louvar o Governo pela promulgação dos Decretos-Leis n.os 40 360, 40 364 e 40 378, que aprovaram, respectivamente, os planos de estudo das Faculdades de Medicina, Instituto Superior