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356 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 86

debaixo do burel vestiam o arnês, até aos lavradores, cavaleiros da conta, que durante séculos foram a muralha viva da grande casa lusitana.
Este render da guarda tem na verdade, Sr. Presidente, o alto significado de que, muito acima das pequeninas, mesquinhas ou sórdidas razões que possam manter alguns afastados da cansa que de todos é, continuam a iluminar a alma portuguesa os grandes imperativos históricos, que são, no fundo, as próprias razões da sobrevivência nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Este render da guarda quer dizer que a Nação é a mesma: é aquela que depois de Tanger disse que o solo sagrado que é Portugal não se troca, não se resgata, não se negoceia, nem quando o preço da troca seja o sangue 'dos seus príncipes.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A mesma Nação, que continua agora atenta à voz de Salazar quando diz que Portugal não é para dar nem para vender, nem tão pouco para trocar ou para discutir, e que é o sen solo que apenas importa, ainda através dos supremos sacrifícios, defender, para legar aos nossos filhos tão intacto como o recebemos de nossos avós.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Noticiaram os jornais que na hora da partida foi entregue àquelas forças a bandeira da Pátria. E não é para afirmar a nossa certeza de que essas forças saberão ser dignas dessa bandeira que estou a usar da palavra. Sobre isso não há dúvida, creio, no coração de ninguém. É para dizer que estamos com eles, que sabemos ser dignos deles.
Esses soldados que as mães abraçaram na hora da partida, esses jovens que vão para longe honrar e defender o nome do seu pais, devem ter bem a certeza de que todos somos solidários no seu esforço e sacrifício e que aqui neste velho berço lusíada, cabeça e fortaleza de um império que vai em oito séculos, a alma da grei se conserva vigilante na defesa de uma unidade espiritual que não consentiremos seja perturbada na guarda de muralhas, onde não poderíamos permitir nem brechas, nem portas de traição.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - É a Pátria que confia nos seus soldados, Sr. Presidente, e confia com a certeza de alma que nos dá a de que eles podem em seus postos confiai- em todos nós.

Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Bartolomeu Gromicho: - Sr. Presidente: pedi a palavra para enviar para a Mesa o seguinte

Requerimento

Requeiro que, pelo Ministério das Corporações e Previdência Social, me sejam fornecidos os seguintes elementos:

a) Desde quando funciona o Sindicato dos Guias-Intérpretes?
b) Qual é o sen estatuto regulador?
b) Quantos sócios estão actualmente inscritos?
a) A lista nominal dos sócios e localidades ou zonas onde exercem a sua função.
e) Quais as habilitações que serviram de base a licença ou certificado de guias-intérpretes sindicalizados?
f) São estas licenças passadas segundo os termos do artigo 3." do Decreto n.º 10 292, de 14 de Novembro 'de 1924, ou com base noutras disposições legais posteriores?
g) Há limite de idade para a admissão de guias-intérpretes devidamente habilitados ou que requeiram o exame referido no citado artigo 3.º?.

O Sr. Presidente: - Está na Mesa, enviada pela Presidência do Conselho, uma proposta de alteração da Constituição Política, proposta que vai ser enviada imediatamente à Camará Corporativa e, nesta Assembleia, às Comissões de Legislação e Redacção e Política e Administração Geral e Local.
Escuso de frisar a VV. Exas. a importância da proposta que neste momento é remetida à Assembleia Nacional. Basta lembrar que se trata da alteração do estatuto fundamental da Nação.

Pausa.

O Sr. Presidente :- Tem a palavra o Sr. Deputado Nunes Barata.

O br. Nunes Barata: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: tem-se salientado inúmeras vezes nesta Assembleia Nacional o preocupante desequilíbrio existente entre Lisboa e o resto do Pais, ou ainda, em grau de menor intensidade, entre o Portugal do litoral e o Portugal das montanhas interiores.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - O notável surto de desenvolvimento conhecido pelo Pais nas últimas décadas beneficiou de forma mais intensa a zona de Lisboa.
O ilustre relator dos pareceres sobre as contas públicas, nosso admirado colega engenheiro Araújo Correia, num esforço todo feito de clarividência, tem demonstrado anualmente aspectos desta excessiva concentração e recomendado, com insistência, soluções tendentes a atenuá-la.
Os meus votos são ainda neste momento para que o Governo, compenetrado dos inconvenientes económicos, sociais, demográficos e até políticos da situação criada, tome urgentemente medidas para evitar que se agrave um mal já hoje de repercussões bem deletérias na vida portuguesa.
Sr. Presidente: confinado este problema à região do circulo eleitoral que represento nesta Assembleia, desejaria chamar as atenções do Governo para a zona da comarca de Arganil.
Quando há um século se iniciavam os trabalhos preliminares da carta corografia de Portugal, proporcionava-se a um dos seus colaboradores, o geógrafo Gerardo Pery, oportunidade para um melhor conhecimento da região das Beiras.
O relato das excursões de Gerardo Pery manteve-se inédito até 1951, ano em que foi publicado pelo Boletim do Centro de Estudo» Geográficos da Faculdade de Letra» de Coimbra. Ora esses apontamentos, escritos em 1860, valem hoje, além do mais, como elementos que permitem um confronto entre o estado das regiões do Centro de Portugal em duas épocas.