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3 DE JUNHO DE 1959 841

O Orador: - ... concordou imediatamente em receber os cumprimentos desse Sr. Deputado, e posso dizer que esse Deputado era um Deputado trabalhista brasileiro.
Ao Sr. Presidente da República manifestou a sua surpresa por ver o ambiente de carinho com que tantos milhares de pessoas daquela região o acolhiam, o saudavam e dele se acercavam, aquele ambiente de confiança, contrário ao que lhe tinham feito constar no Brasil, com que o Chefe do Estado português passava por entre as multidões, despreocupada e descontraidamente, e a forma respeitosa, vibrante e entusiástica com que por essas populações era saudado e acolhido. E porque nós somos uma Câmara essencialmente política e temos de recolher aqui os indícios da maneira como se porta e como reage a opinião pública perante a acção governativa; foi essa uma razão que me levou a assinalar aqui o facto; e ainda outra e talvez a mais forte: procurar que ficasse aqui registada a onda de ternura, de simpatia e de adesão com que o Sr. Presidente da República, pelo seu carácter e personalidade, é estimado e adorado por toda a população portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Daqui quero, Sr. Presidente, testemunhar uma vez mais ao Sr. Presidente da República a honra e, mais direi, o inefável prazer com que toda a região ribatejana o viu visitar a nossa província e a maneira como S. Ex.ª soube acolher e entender as vibrantes manifestações que lhe foram dirigidas no exercício da alta função que com tanta dignidade desempenha.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Nunes Fernandes: - Sr. Presidente: ainda retenho nos meus olhos os olhares de pavor da laboriosa e pobre gente de Rio Bom, concelho de Lamego, e os meus ouvidos ainda guardam os gritos de angústia daqueles que, tocados pela desgraça, viram desaparecer entes queridos e arrastados pelas águas torrenciais os seus próprios haveres e as suas reduzidas economias.
Na noite de 27 de Maio as forças incontroláveis da Natureza levaram a miséria a muitos lares de Rio Bom.
Seis dos seus habitantes perderam a vida, levados, com as suas casas, pela corrente caudalosa.
Dez famílias ficaram sem lar e muitas mais viram destruídas as próprias hortas com que se alimentavam.
O quadro que se apresentava aos olhos das pessoas que iam medir a extensão da catástrofe era impressionante e aterrador.
Aquilo que, momentos antes, era o orgulho dos habitantes de Rio Bom, tudo desapareceu em pouco mais de dez minutos.
Hortas vicejantes, a atestarem a nobreza da terra, vinhas e pomares devidamente tratados pelas mãos carinhosas daquela gente de trabalho e agarrada ao seu torrão, foram levados pela corrente caudalosa da imensa mole de água, que tudo destruía na sua passagem.
Foram grandes e inexcedíveis os actos de solidariedade e de verdadeiro heroísmo que se praticaram nessa noite tremenda e notáveis os actos de caridade cristã exercidos junto dessa pobre gente.
São grandes os movimentos de carinho por esses desgraçados, enlutados pela morte e lançados na mais cruciante miséria.
Já o Governo, por intermédio do ilustre governador civil do distrito, que tanto honrou esta Câmara quando aqui ocupou o seu lugar de Deputado, tomou iniciativas, que bem demonstram o cuidado e atenção que é norma nestas emergências.

O Sr. Virgílio Cruz: - Muito bem!

O Orador: - Impõe-se, porém ir mais longe e conceder uma nova casa às dez famílias que viram arrebatados pelas águas os seus lares.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Temos, felizmente, à frente do Ministério da Assistência um homem dinâmico, empreendedor e compreensivo, que saberá dar a sua substancial contribuição para o efeito.
Também as trovoadas causaram enormes prejuízos nos ribeiros das freguesias de Sande e de Lazarim, do sacrificado concelho de Lamego, destruindo as margens e causando grandes prejuízos nos prédios marginais.
Espero que pelo Ministério das Obras Públicas, através dos serviços hidráulicos, se faça a correcção dos ribeiros destas localidades, levantando as paredes e expurgando o seu leito dos entulhos, de modo a dar livre curso às águas e permitir que os terrenos possam continuar a produzir os seus abundantes frutos, e a Repartição dos Melhoramentos Rurais possa dar o seu contributo para a restauração dos caminhos destruídos.
Ainda neste sector, não faltará o dirigente indispensável à consecução do fim em vista.
O ilustre titular da pasta não atraiçoará, por certo, a sua notável e bem conhecida missão de prover às notadas deficiências e males dos povos.
Finalmente, o ilustre titular das Finanças também não deixará de providenciar em ordem a isentar de contribuições os proprietários atingidos, para que eles possam recompor as suas propriedades.
Somam alguns milhares de contos os prejuízos sofridos.
O movimento de solidariedade e auxílio mútuo da região, sentimento vincadamente cristão, necessita do auxílio do Governo para que a pobre gente de Rio Bom se aperceba de que ele vai a toda a parte onde seja necessária a sua presença, pois é essa a linha de rumo do Estado Novo.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. José Sarmento: - Sr. Presidente: no passado dia 8 do corrente mês os jornais publicaram a notícia de que tinha sido aberto concurso público para a construção do edifício destinado à Reitoria da Universidade de Lisboa.
Essa notícia, que muito congratulou todos aqueles que a esta Universidade se encontram ligados, mostra que o nosso Governo continua debruçado sobre os seus anseios, e à medida que vai sendo possível vai dando satisfação aos seus desejos.
Bem sei que muito mais agradaria ao sector universitário se mais rapidamente o Governo atendesse às suas necessidades mais prementes, mas também se compreende que, devido às solicitações dos mais variados sectores, todas elas implicando um aumento de despesa, o nosso Governo se veja obrigado a escalonar os empreendimentos que é mister realizar.
Segundo se depreende das notícias publicadas, o novo edifício da Reitoria da Universidade de Lisboa ficará amplamente dimensionado, de maneira a poder desempenhar cabalmente e durante largo período a missão que terá de cumprir.
Para se fazer uma ideia do aumento de volume da população escolar da Universidade de Lisboa, e portanto