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19 DE ABRIL DE 1961 589

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Em 1959 Moçambique contraiu, assim, dois empréstimos: um de 150 000 contos, outro de 30 000 contos.
O primeiro, no Ministério das Finanças e concedido por fracções, que serão levantadas no período de 1959 a 19G2 (63 000 coutos, como vimos, em 1959; o outro, no Conselho de Câmbios, levantado em fracções, segundo as possibilidades de crédito do mesmo Conselho (em 1959 utilizaram-se, como se verifica do quadro transcrito, 7000 contos).
Moçambique revela, proporcionalmente, mais do que Angola, a presença da agricultura e, sobretudo, dos serviços na sua estrutura económica. Queremos dizer igualmente que a projecção da indústria extractiva, e mesmo transformadora, é aqui menos sensível, sem isto significar serem pouco importantes as perspectivas que oferecem tais sectores. Por outro lado, o comércio reflecte dois condicionalismos da província: um território vastíssimo e uma população diminuta. Daqui uma pulverização de actividades, com acentuada presença de intermediários, e a fraca força económica das unidades de retalho.
Convém, por outro lado, salientar aquela nota que vulgarmente se destaca no confronto entre a ocupação de Moçambique e a de Angola- (mormente nas explorações agrícolas). Em Moçambique realiza-se mais acentuadamente através de grandes empresas, enquanto na África Ocidental Portuguesa se desenvolve largo esforço (a par, é certo, de empresas grandes) de actividades mistas e pequenas iniciativas individuais.
Na impossibilidade de alinhar números sobre á produção agrícola, socorremo-nos, ao menos, dos valores de exportação de alguns dos principais produtos, o que permite uma ideia da importância do respectivo sector na economia:

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Dos produtos de consumo interno destacam-se o milho (produção em 1959: 150 000 sacos por parte, dos agricultores europeus e 60 000 por parte dos indígenas), o arroz, a mandioca e o amendoim.
É fácil asseverar que a produção agrícola de Moçambique se pode incrementar substancialmente. Algumas culturas, como o tabaco e o chá, deverão constituir elementos de apoio ao povoamento europeu.
Os efectivos pecuários da província, embora de importância, estão igualmente longe de esgotar as possibilidades que aqui se oferecem.
Eis os números de maior interesse, segundo o arrolamento de 1958:

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Salientámos já a relativa modéstia das indústrias extractivas.
Esta é uma ideia que nos parece pacífica. Assim, por exemplo, no relatório da Associação Industrial Portuguesa de 1958 escrevia-se a tal propósito:

A exploração dos recursos minerais da província está longe de atingir o grau que seria de desejar. Praticamente só a produção de carvão, prestes a atingir a capacidade das instalações (300 000 t) desempenha um papel de relevo na economia da província, visto que a exploração de minérios radioactivos foi suspensa nas minas do Mavuse - as mais importantes - e a existência do petróleo em condições económicas constitui ainda uma incógnita. Note-se, entretanto, que a concessionária (Mozambique Gulf Oil Company) já gastou mais de 250 000 contos em pesquisas infrutíferas e que, de acordo com o novo contrato (...), será obrigada a gastar, juntamente com a Mozambique Pan American Oil Company - nova concessionária -, 85 500 contos em três anos e mais 57200 contos nos dois anos subsequentes. Moçambique receberá a renda anual de 2860 contos, pagos adiantadamente, enquanto durarem as pesquisas, e no caso de vir a ser encontrado petróleo contará com 12,5 por cento de todo o produto bruto e ainda 50 por cento dos lucros líquidos das empresas.