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920 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 216

de vós, talvez diante de iodos. Vem de muito longe a minha jornada nesta Casa, onde sempre me envolveu um ambiente de consideração, de estima e de amizade, de dignidade cívica e de aprumo moral, que, facilitando o exercício das funções da Presidência, me prendeu para sempre a esta parte tão larga da minha vida e me obriga para com todos os que me deram a sua inestimável camaradagem.
Toda esta sorte de recordações e de sentimentos tumultua dentro de mim ao despedir-me de vós, após quatro anos de trabalho em comum, e só posso desafogar-me da opressão do momento pensando que, apartados embora, o nosso diálogo de aspirações e de afectos permanecerá.
Srs. Deputados: termina a legislatura no meio de graves preocupações para o País. Refiro-me aos acontecimentos do ultramar, essa parte integrante de Portugal que a ambição de uns, a desorientação de alguns dos grandes responsáveis pelo curso dos acontecimentos do Mundo e o instinto primitivo de rapina intentam separar do velho tronco lusitano. Ao regressarmos à nossa vida privada, façamos, altamente, perante a Nação, a afirmação da nossa confiança nos destinos imortais do velho Portugal sob a direcção firme, segura e patriótica do Presidente do Conselho.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Prestamos a nossa homenagem a todos, militares ou civis, que comi a sua dedicação, a sua coragem e os seus inarráveis sacrifícios, têm servido a causa sagrada da Pátria e honrado o nome português no Mundo!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Ligados para sempre à honra e à responsabilidade do alto cargo que exercemos, o nosso dever e essa responsabilidade não acabam com o termo da legislatura. Proclamemos, pois, pela terra portuguesa, a nossa fé inabalável no futuro, na vitória esplêndida, que há-de coroar a batalha em que toda a Pátria está empenhada, se todos os portugueses se derem de alma e coração, com os braços, com o cérebro, com o sangue, com a, bolsa, com o trabalho, nos campos ou nas oficinas, aios púlpitos, nas cátedras ou nas altas esferas da Administração, a esse objectivo supremo: «manter» que foi divisa gloriosa de um dos infantes da «ínclita geração» -, manter intacto o nosso Por-

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - E não esqueçamos que, no meio da incompreensão, quase geral, do Mundo a nosso respeito, há que cerrar fileiras, reforçar a nossa coesão e unidade e rodear com o nosso caloroso apoio os que têm sobre os seus ombros a tremenda responsabilidade dos destinos portugueses.
A tarefa ingente que aí está posta não é de um partido, de uma facção, de um grupo ou de uma classe: é uma tareia verdadeiramente nacional. A Assembleia Nacional, ao encerrar esta sua última sessão, em nome da Nação, que lhe confiou o mandato, exprime, sem reservas, o seu apoio incondicional ao venerando Chefe do Estado, expressão superior da unidade infrangível da Nação, a quem dirige, mais uma vez, as suas respeitosas saudações.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - É com estes votos e estes sentimentos que me despeço dos dignos Deputados da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Está encerrada a sessão.

Eram 19 hora s e 40 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Américo da Costa Ramalho.
Camilo António de Almeida Gama Lemos de Mendonça.
Carlos Alberto Lopes Moreira.
Fernando António Uuñoz de Oliveira.
Joaquim Mendes do Amaral.
Jorge Pereira Jardim.
José Dias de Araújo Correia.
José Fernando Nunes Barata.
Manuel Cerqueira Gomes.
Ramiro Machado Valadão.

O REDACTOR - Leopoldo Nunes.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA