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8 DE JANEIRO DE 1963 1669

As. oscilações são grandes, talvez devido a natureza estudantil de uma parte da população da cidade, mas em qualquer dos casos o consumo é bem insignificante, se atendermos a uma população de mais de 50 000 habitantes.

Mesmo fazendo uma correcção n estes números e admitindo que 25 por cento do leite consumido não é registado as capitações serão ainda bastante baixas.

Igualmente com base em elementos oficiais estimaram-se os seguintes consumos, em litros, para a figueira da Foz:

[...Ver tabela na imagem]

A quebra dos números de 1958 deve-se talvez mais a uma fuga a fiscalização do que a uma diminuição efectiva nos consumos.

O nível dos consumos nos meses de praia (Julho, Agosto e Setembro) é três vezes superior ao dos outras meses. De qualquer modo, as capitações são insignificantes se tivermos em conta a população da Figueira da Foz (10 400 habitantes em 1950), a de Buarcos (6 194 habitantes) e o aumento estimado da população balnear (15 000 pessoas).

A produção leiteira regional poderia, segundo a Federação do Grémio da Lavoura, assegurar-se pelo sistema previsto no Decreto-Lei n.º 39 178, que dá à organização corporativa da lavoura a faculdade de erguer em exclusivo um serviço de recolha de leite para defesa económica da produção e sanitária do consumo.

Não há dúvida que a intensificação da pecuária, em novos moldes, poderá ser um dos grandes caminhos da agricultura do Mondego. Esperemos que ainda o anunciado plano de fomento pecuário beneficie efectivamente esta região.

3) Também a fruticultura tem as suas tradições nesta região (cf. por exemplo o relatório final do curso do engenheiro Archer de Carvalho, Subsidias para o Estudo da Produção e Comercio de Fruta" na Região da Coimbra).

Das 147 835 laranjeiras existentes em 1954 no distrito, 32 270 pertenciam ao concelho de Coimbra, 14 436 ao concelho da Figueira e 27 825 ao concelho de Mon-temor.

Os números relativos ao movimento de frutas nos mercados abastecedores de Lisboa e do Porto revelam que no quinquénio de 1956/1960 a região de Coimbra forneceu uma média anual de 427 188 kg de fruta, dos quais 281 565 kg para Lisboa.

Neste total avultavam as laranjas e as tangerinas, com 234 766 kg e 100 568 kg, respectivamente.

Numa visão de conjunto, ainda aqui, porém, poderíamos denunciar aquelas deficiências comuns a fruticultura do Pais: poucos pomares dignos de tal nome; persistência em plantio disperso ou promíscuo; vegetação de espécies desajudadas de cuidados de granjeio; flora frutícola pobre e desactualizada; baixa qualidade da produção; • insuficiências no panorama fitossanitário.

A conveniência de um abastecimento do mercado interno, as novas condições resultantes das fórmulas europeias de associação económica e as tradições e possibilidades da região justificam uma intensificação da fruticultura no vale do Mondego.

O Sr. Amaral Neto: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Com todo o gosto.

O Sr. Amaral Neto: - Enquanto lá tiver viveiristas que não suo capazes de fazer coisa que preste.

O Orador: -Eu já falo nos viveiros.

Ainda aqui terão lugar as exigências do anunciado plano nacional, actuando-se nos sectores da produção, do comércio e da industrialização.

Mais concretamente poderíamos, porém, referir algumas aspirações da região: localizar em Coimbra um núcleo de assistência técnica, integrado numa futura estação agrária da Bencanta; construir os armazéns indispensáveis; erguer, a exemplo da região de Alcobaça, uma conveniente solução cooperativa.

Relacionado com este problema está o da produção e do comércio das plantas de viveiro.

Nos concelhos de Coimbra, Miranda do Corvo, Lousa, Montemor-o-Velho e Cantanhede existem cerca de 1400 agricultores que produzem, para venda, plantas de viveiro. Destes só metade se encontravam há tempos devidamente inscritos. Ora os viveiristas clandestinos cultivavam uma área calculada em 64 ha, com mais de 1500 canteiros. No vale do Ceira tal actividade constitui mesmo importante fonte de riquezas.

Se o interesse nacional impôs que se regularizasse convenientemente tal actividade, o interesse local recomenda que não se lance mão de soluções radicais que agravem as situações económicas ou criem graves problemas humanos. Convirá, em suma, retirar da aptidão e experiência existentes o melhor apoio para uma reorganização a que não será estranha a ajuda dos serviços técnicos e talvez o ensaio de um enquadramento cooperativo.

Sr. Presidente: salientei que na industrialização reside um factor essencial ao fomento. Esta é uma preocupação comum nos esquemas de desenvolvimento regional (cf., por exemplo, Michel Phlipponneau, Lc probléme breton et le programme d'action regionale e, ainda, Inventaire des possibilites d'implantations industriclles en Bretagnc).

A actuação poderá dirigir-se no sentido de renovação de indústrias existentes ou de implantação de novas indústrias.
Como já afirmei inúmeras vezes, a reorganização industrial portuguesa deve ter ainda em conta a desconcentração. Parece-me assim defensável que esta reorganização permita a localização de indústrias na região do Mondego.

A abundância de energia, a existência de mão-de-obra com capacidade de adaptação e a rede de comunicações, tudo poderá justificar a instalação de tais unidades.

Já no plano da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola se previa, como salientei, a instalação de uma fábrica de adubos sintéticos junto da estação velha, em Coimbra.

As potencialidades energéticos do Mondego poderão, de facto, conjugar-se com as indústrias químicas.

A perspectiva de um grande porto na Figueira Foz harmonizar-se-ia, por exemplo, com a construção de uma refinam de petróleo.

Dado que o condicionalismo do plano director de Lisboa leva a arredar desta região algumas indústrias novas, como a de montagem de automóveis, estas poderiam também instalar-se nas terras do Mondego.