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3402 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 136

contos do crédito e 4 136 000 contos do débito, os transportes (1 842 000 contos no débito t. 471 000 contos no crédito), as transferências privadas (303 000 contos no débito e 1 173 000 contos no crédito) e os «diversos» (1 490 000 contos no débito e 1 173 000 contos no crédito) movimentaram montantes superiores ao turismo.
E embora em 1962, como se acentuou na proposta da Lei de Meios para 1964, as receitas do turismo tenham aumentado 63 por cento, relativamente ao ano anterior, encontramo-nos infelizmente a grande distância dos outros países da Europa.
Já em 1960 a balança do turismo proporcionava à Suíça 34,6 dólares por habitante, à Áustria 24,4 dólares por habitante, à Itália 11,2 dólares por habitante e à Espanha 8,2 dólares por habitante. Pois em Portugal anilaria à volta de 2.5 dólares por habitante se contabilizássemos os valores do crédito (678 000 contos) e menos de metade se operássemos apenas com o saldo da balança do turismo (305 000 contos).
A evolução do número global de turistas estrangeiros que nos têm visitado, em confronto com o que se tem passado nos outros países da Europa, é igualmente ilustrativa sobre o nosso atraso relativo [cf. as publicações Le Tourisme en Europe (O. E. C. F., 1960) e Le Tourisme dans les Pays de l'O. C. D. E., 1962].
Portugal recebeu, em 1950, 70 307 turistas e, em 1961, 375 450.
Pois neste entretempo a evolução processou-se nestes termos nos outros países da Europa:

[Ver Tabela na Imagem]

As percentagens de crescimento relativo deveriam acusar entre nós índices elevados, dada a modéstia do ponto de partida. Mas mesmo assim os números não nos são favoráveis no confronto com outros países.
Entre 1960 e 1961 o número de turistas aumentou em Portugal 6,5 por cento. Pois nesse entretempo e expansão foi de 37,2 por cento na Turquia, de 28 por cento na Grécia, de 23,6 por cento na Jugoslávia e de 22,4 por cento na Espanha.
Alargada a análise a um período mais dilatado (1953-1962) - em que se esbate o processo de «explosão» turística dos últimos anos -, o acréscimo foi de 20 por cento na Espanha. 19 por cento na Jugoslávia, 16 por cento na Grécia e só 12 por cento em Portugal. Deste modo, pode dizer-se que os nossos companheiros de infortúnio na Europa menos desenvolvida, [cf., por exemplo, Besoins et Moyens de l'Europe (Tendance et perspectives de dix-huit pays,). Paris, 1962 ainda no turismo têm conhecido maiores sucessos do que Portugal.
A própria duração média de permanência de turistas, que em 1961 foi, em Portugal, de 3,5 dias, atingia na Áustria 6 dias, na Itália 5,2 dias e na Jugoslávia 4,2 dias (cf. Le Tourisme dans les Pays de l'O. C. D. E., citado).
A importância e actualidade do turismo encorajam-me a deter-me com mais algum pormenor no que se tem passado no país da Europa a que por todas as razões nos encontramos mais ligados: a Espanha.
O desenvolvimento económico social de Espanha, nos últimos anos, deu lugar a que se falasse num «milagre espanhol».
O «Plan de Desarollo», que agora começa a executar-se e se segue ao «Piau de Urgência», prevê para o quadriénio, 1964-1967 um crescimento anual à taxa de 6 por cento, devendo no final deste período obter-se uma renda nacional de 905 000 milhões de dólares, ou seja uma capitação de rendimento de 469 dólares.
Os investimentos públicos, que no período de 1959-1962 atingiam cerca de 172 000 milhões de pesetas, passarão, no quadriénio 1963-1967, para 335 000 milhões, ou seja o dobro.
Ora o turismo continuará a constituir um dos principais apoios desta situação progressiva de Espanha.
Em 1962 as exportações espanholas atingiram cerca de 750 milhões de dólares e o turismo rendeu 475 milhões, ou seja quase 65 por cento. No ano findo, e até 30 de Novembro, os 10 milhões de turistas que tinham já visitado a Espanha proporcionaram à balança do turismo 600 milhões de dólares, ou seja à volta de 16,8 milhões de contos.
Prevê-se que em 1967, último ano de execução do «Plan de Desarollo», a Espanha receberá mais de 13 milhões de turistas.
Qual a proveniência destas correntes turísticas?
Se nos reportarmos u 1961, verifica-se a grande preponderância dos Franceses (3 332 032, ou seja 44,6 por cento do total), seguidos a distância pelos Ingleses (740052. ou soja 9,9 por cento do total), pelos Alemães (480 549, ou seja 6.4 por cento), pelos Norte-Americanos (459 771 ou seja 61 por cento), pelos Portugueses (381 636) o pelos Italianos (258 467).
Que procuram os estrangeiros em Espanha.
O turismo estrangeiro (especialmente nórdico e centro-europeu) - escreve-se na primorosa publicação Espana (edição do Serviço Informativo Espanol)- busca fundamentalmente em Espanha as águas cálidas do Mediterrâneo, podendo afirmar-se que quatro quintos dos turistas se dirigem para a beira-mar. Madrid, como cidade capital do país e terminal de inúmeras linhas aéreas, constitui um núcleo cada dia mais importante, que se projecta na cintura turística dos seus arredores - Ávila, Segóvia, Toledo, Escoriai, Vale dos Caídos e Arranjuez. As ilhas Baleares e as Canárias acusam as maiores permanências nas duas temporadas turísticas. O chamado triângulo bético (Córdova, Sevilha e Granada) desfruta de um turismo de passagem, com permanências de uma semana, o qual costuma desembocar na chamada Costa do Sol, cuja expansão turística revela cada ano maior impulso. A costa do Norte vê-se apenas povoada no período do Verão, constituindo a região mais estacionária do país turístico.
Que fez a Espanha para merecer este boom turístico?
Naturalmente que Deus dotou-a com o sol e o mar, mas os Espanhóis souberam colaborar na obra de Deus, tirando das generosas dádivas da Natureza o melhor proveito.
Pode dizer-se que na estrutura orgânica da administração pública o turismo ocupa em Espanha um lugar de relevo compatível com a sua importância.
O Ministério da Informação e Turismo dispõe de uma Subsecretária de Turismo. Como organismos autónomos existem a Administração Turística Espanhola e a Administração da Polícia de Turismo. Como serviço com carácter especial, o Instituto de Estudos Turísticos. Além da Secção de Obras e Construções de Interesse Turístico e