28 DE FEVEREIRO DE 1964 3403
da Secção Administrativa, a Subsecretária do Turismo dispõe de duas direcções-gerais: a Direcção-Geral de Promoção de Turismo e a Direcção-Geral das Empresas e Actividades Turísticas. A Direcção-Geral de Promoção de Turismo é constituída por três serviços: Serviço de Propaganda Turística (projectos; propaganda e publicidade); Serviço de Informação Turística (documentação e estatística; oficinas de turismo); Serviço de Fomento Turístico (coordenação turística; formação turística; infra-estruturas turísticas). A Direcção-Geral das Empresas e Actividades Turísticas dispõe de três serviços: Serviço de Alojamento Turístico (hotelaria; crédito hoteleiro; acampamentos turísticos); Serviço de Actividades Turísticas (agências de viagens; profissões turísticas; assuntos vários); Serviço de Inspecção Turística.
Creio merecer destaque a atenção dada em Espanha à informação turística, à propaganda, à política de alojamentos e aos transportes.
O labor das oficinas de informacion de turismo estende-se não só a todo o território nacional, como a mais de vinte das principais cidades da Europa e da América.
Ainda no ano de 1963, o Ministro da Informação e Turismo, ao inaugurar em Munique a Oficina Espanola de Turismo, acentuava que a mesmo, se destinava a encaminhar para Espanha o turismo dos estados da Baviera e de Baden-Würtemberg, assim como o da Áustria, enquanto não fosse aberta uma repartição em Viena. E logo anunciou outra repartição a abrir em Düsseldorf.
Mas esta multiplicação de oficinas pelo estrangeiro é acompanhada de uma intensa propaganda da Espanha, realizada com o apoio dos inúmeros meios hoje disponíveis. Basta referir: o plano da Subsecretária de Turismo, para 1964, relativo à campanha de publicidade turística a realizar nas principais revistas e diários dos Estados Unidos, América Espanhola, Inglaterra, Itália. Alemanha, Bélgica, Holanda e Escandinávia; os prémios de turismo para periódicos, revistas e periodistas nacionais e estrangeiros (50 000 pesetas o 1.º prémio, em cada caso, relativamente a 1963); ou, ainda, a profusão de sugestivas publicações em que se enaltece, o património monumental e artístico, o sol, o mar, as frutas ou os festivais de Espanha.
Em Janeiro de 1962 a capacidade hoteleira do Espanha traduzia-se em 1520 hotéis e 620 pensões (de luxo e de 1.ª classe), com um total, respectivamente, de 68 717 e 10 039 quartos. Isto sem incluir as pensões de 2.ª e 3.ª categoria, as casas de hóspedes e pousadas, num total de 13 520 estabelecimentos, com 141 626 quartos (cf. a citada publicação Espana).
Para se ter uma ideia do caminho percorrido neste sector deve esclarecer-se que em 1901 o número de hotéis era de 1038, com 43 599 quartos, e as pensões de luxo e de 1.ª classe totalizavam 280 estabelecimentos, com 4627 quartos.
Mas já nos primeiros nove meses de 1963 se abriram em Espanha mais 459 estabelecimentos hoteleiros, num total de 13 580 quartos e 23 591 camas.
A capacidade hoteleira de Madrid é hoje. do 33 452 camas. Assim se compreende que a capital de Espanha tenha recebido nos dez primeiros meses do 1963 cerca de 768 000 turistas.
Só os paradores e álbergues do Estado, num total de 38 estabelecimentos espalhados por toda a Espanha, alojaram, em 1962. mais do 300 000 pessoas, tendo proporcionado a sua exploração um rendimento líquido de 8,5 milhões de pesetas.
É claro que o crédito hoteleiro apoia este desenvolvimento. Instituído em 1942, com um fundo de 25 milhões de pesetas, eleva-se hoje esse fundo II 1400 milhões. Mas já «uma nova dinâmica no crédito hoteleiro» se anuncia.
Vão destinar-se 117,5 milhões de pesetas à- construção de hotéis em determinadas regiões de Espanha até agora menos favorecidas pela iniciativa privada no que respeita à promoção do turismo [Cervera (Lérida), Almeria, Lugo, Lagunas de Ruidera, Punta Umbria (Huelva), Badajoz, Cáceres, Ribadesella (Oviedo). etc.]. O Estado oferece créditos aos possíveis construtores e empresários, condicionando a sua concessão a uma série de requisitos relacionados com a categoria do hotel, o número de quartos, a localização, etc. Estes empréstimos, anunciados para concurso público no Boletim Oficial do Estiado, serão concedidos a espanhóis que disponham de terrenos convenientemente localizados, se comprometam a iniciar as obras no prazo de três meses e a terminá-las volvidos dezoito meses. Os prazos de amortização variam entre 20 e 25 anos.
No que respeita a transportes, limitar-me-ei a referir dois aspectos: a renovação dos caminhos de ferro, estradas, transportes marítimos o aéreos processada em Espanha: o sentido prático e empreendedor que tem fomentado iniciativas de forma a canalizar os estrangeiros para este país.
O «Plano de Modernização da R. E. N. F. E.» de 1959 marca um momento decisivo na valorização dos caminhos de ferro. A rede electrificada já atingia em 1963, em Espanha, 4136,5 km, com uma potência de 466 823 kWA.
O «Plano Geral das Estradas» pretende até 1977 actualizar a rede espanhola, prevendo-se um investimento de 177640 milhões de pesetas. De resto, o número de veículos em circulação no país subiu de 122 653 em 1941 para 1 004 700 em 1960, ou seja quase dez vezes mais.
A lei de protecção e renovação da frota mercante- espanhola data de 1956.
Com cerca de 2 milhões de toneladas (das quais 700 000 necessitadas de rápida substituição) e 45 estaleiros navais, com uma capacidade de produção anual de 450 000 t, a Espanha encara, como foi patenteado, no ano findo, no seu I Congresso Nacional da Marinha Mercante a renovação da frota.
Os três primeiros reactores DC-8 da companhia Ibéria (Linhas Aéreas de Espanha, S. A. do 1. N.º L.) entravam ao serviço na Primavera de 1961. Primeiro na linha de Nova Iorque, depois na das Caraíbas (México e Venezuela) e finalmente na América do Sul (com prolongamento até Santiago do Chile), este foi um grande sucesso da aviação comercial espanhola. Logo em 1962 quatro Caravelle da Ibéria passaram a ligar Madrid, Barcelona e Palma aos principais centros europeus.
A primeira parte desta modernização da frota- aérea espanhola, que inclui mais três reactores, além dos sete referidos, impôs um investimento de 32 milhões de dólares (cf. a citada publicação Espana}.
A isto se juntou, de resto, a modernização do tráfego aéreo interno, também realizado pela Ibéria e pela Aviaco.
Mas logo em 1961 se colheram os frutos deste esforço. O número de passageiros-quilómetro foi de 969 milhões, ou seja mais 22 por cento do que no ano anterior.
Uma política de largas concessões ao tráfego aéreo internacional permitiu, de resto, elevar o tráfego não regular (charter) a 436 000 passageiro, ou seja cerca de metade do tráfego regular (934 000). Em 1961 os aeroportos internacionais espanhóis registavam 1 390 000 passageiros.
O aeroporto de Barajas que nas estatísticas europeias ocupava já em 1901 um lugar de relevo, com um movimento de chegadas e partidas superior a 1 100 000 con-