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3480 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 139

Francisco Lopes Vasques.
Francisco de Sales de Mascarenhas Loureiro.
Jacinto da Silva Medina.
James Pinto Bull.
João Rocha Cardoso.
João Ubach Chaves.
Joaquim de Jesus Santos.
Joaquim José Nunes de Oliveira.
Jorge de Melo Gamboa de Vasconcelos
José Augusto Brilhante de Paiva.
José Luís Vaz Nunes.
José Manuel Pires.
José Maria Rebelo Valente de Carvalho.
José Monteiro da Rocha Peixoto.
José dos Santos Bessa.
José Soares da Fonseca.
Luís Folhadela de Oliveira.
Manuel Augusto Engrácia Carrilho.
Manuel Herculano Chorão de Carvalho.
Manuel Homem Albuquerque Ferreira.
Manuel João Correia.
Manuel João Cutileiro Ferreira.
Manuel Lopes de Almeida.
Manuel Nunes Fernandes.
Manuel Seabra Carqueijeiro.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.
Mário de Figueiredo.
Paulo Cancella de Abreu.
Quirino dos Santos Mealha.
Rogério Vargas Moniz.
Rui de Moura Ramos.
Sebastião Garcia Ramires.
Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 66 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 15 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Estão na Mesa os n.ºs 136 e 137 do Diário das Sessões. Se nenhum dos Srs. Deputados deseja fazer qualquer reclamação, considero-os aprovados.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Como nenhum Sr. Deputado deseja fazer qualquer reclamação, estão aprovados.
Estão na Mesa os elementos fornecidos pelo Ministério do Ultramar em satisfação do requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Olívio de Carvalho, na sessão de 4 de Fevereiro findo. Vão ser entregues àquele Sr. Deputado.
Tem a palavra o Sr. Deputado Pinto Bull.

O Sr. Pinto Bull: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: duas palavras apenas, para manifestar a minha satisfação pela sequência feliz que, pela primeira vez, vejo emprestar, em tão curto lapso de tempo, a um empreendimento tendente a valorizar o nosso ultramar.
Refiro-me à passagem pelo porto de Lisboa da moderníssima unidade da marinha alemã Warther Herwig, que parte hoje para Cabo Verde, onde vai proceder a investigações piscatórias e de biologia marítima nas zonas pesqueiras do arquipélago, para confirmar os resultados das prospecções anteriormente efectuadas com o fim de se saber se é econòmicamente aconselhável a concretização da instalação naquela província de uma base pesqueira.
Na verdade, por notícias divulgadas oportunamente pelos órgãos da imprensa, foi anunciada a passagem por Lisboa de um grupo de peritos alemães de pesca, os quais, em Dezembro ultimo, se dirigiram para Cabo Verde com o fim de fazerem uma rápida prospecção com vista à formação de bases pesqueiras naquele arquipélago.
Ficou-se conhecendo, assim, a intenção de duas companhias mistas, qualquer delas trabalhando com capitais nacionais, mas financiadas pela banca alemã, de se instalarem na província de Cabo Verde, uma no Barlavento e outra no Sotavento, com o fim de se dedicarem à pesca racional e à industrialização dos seus derivados, e, segundo noticiaram os jornais, dispondo de capitais susceptíveis de atingirem a ordem dos 250 000 contos.
Felicito, pois, a província de Cabo Verde, por intermédio dos meus colegas e ilustres Deputados por aquele círculo, pela rápida e feliz sequência que tiveram os estudos preliminares para a instalação dessa grande fonte de receitas e meio seguro, talvez o único no arquipélago, para garantir o bem-estar à portuguesíssima gente daquelas ilhas crioulas e, como bom vizinho, desejo sinceramente que os resultados dos estudos em curso sejam satisfatórios, de modo a permitir que se concretizem, o mais rapidamente possível, as instalações dos dois complexos industriais, que, estou certo, muito virão a contribuir para o desenvolvimento de Cabo Verde, que bem precisa de ser acudida.
Felicito igualmente o nosso Governo pela política feliz que vem seguindo em prol do desenvolvimento desses pedaços do mundo português, espalhados por essa África misteriosa, mas atraente, aceitando, mesmo nestes momentos difíceis que estamos atravessando, a assistência técnica e financeira que alguns países amigos se propõem dar-nos, sem se deixar influenciar pelas enormes preocupações e canseiras que nos traz esta maldita guerra sem quartel que os nossos inimigos mantêm acesa em duas frentes do nosso ultramar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Felicito por fim os capitalistas e organizações nacionais e estrangeiras integrados nas duas sociedades de pesca em formação, pela coragem de que dão provas nestes conturbados tempos em que vivemos, aplicando os seus capitais em realizações desta ordem, e, como bom português que sou, auguro sinceramente que tudo decorra como desejam, para que, num futuro muito próximo, comecem a sentir a rentabilidade económica e social dos investimentos realizados.
Que este magnífico exemplo sirva para galvanizar os tímidos e velhos do Restelo, que nesta encruzilhada difícil da vida nacional hesitam em dar aquele mínimo de contributo que a Nação deles exige nesta hora de sacrifícios para todos, e que para alguns jovens vai até à perda da própria vida, solicitando apenas parte dos seus capitais para a concretização de empreendimentos rentáveis e outros de grande alcance social nas parcelas do Portugal de além-mar, que os nossos maiores nos legaram e nós temos o dever de manter, não só pelas armas, mas sobretudo pelo desenvolvimento racional a que têm jus, para que se possa estabelecer um melhor equilíbrio económico e social entre todos os portugueses, qualquer que seja a sua etnia.
E oxalá os estudos que o Warther Herwig vai fazer a Cabo Verde com a colaboração de um perito do Centro de Biologia Piscatória, da conceituada Junta de Investigações do Ultramar, possam ser brevemente ampliadas de forma a abrangerem a primogénita província