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3534 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 141

tes, onde cardápios sugestivos fazem aguçar os apetites renitentes.
Após o almoço, em que foram servidos qualificados vinhos de mesa da região, com destaque para o roso da Quinta de S. Mateus e o branco maduro da Adega Cooperativa de Vila Real, visitámos a cidade, munidos de desdobráveis amàvelmente oferecidos pelas graciosas recepcionistas da comissão regional de turismo.
Na urbe, progressiva e limpa, e também nos arredores existem motivos de interesse turístico, com realce para alguns belos monumentos, como a Sé, o Palácio de S. Mateus, com o seu museu particular, a estação arqueológica romana de Panoias, etc.
Adquirimos postais e lembranças com motivos regionais, saboreámos as «viuvinhas», que são uma apetitosa especialidade doce, e, enquanto aguardávamos, pela tarde fora, o regresso daqueles que tinham optado por visitas a Mondim de Basto, a Alijo, à Régua, a Sabrosa e a Mesão Frio, ouvimos, com interesse, alguns vila-realenses relatar-nos o que havia sido o último grande circuito automóvel de Vila Real, que se realiza todos os anos em Junho, por altura das luzidas festas da cidade, e que aqui atraem milhares de entusiastas e forasteiros.
Já noite, chegaram os que haviam saído de Vila Real. Trocámos, impressões. Todos vinham encantados.
O panorama majestático, e único em Portugal, que se avista do monte da Senhora da Graça, em Mondim de Basto, a visão temerosa, esmagadora e imperecível das Fisgas de Ermelo, também em Mondim, o ambiente acolhedor da pousada de Alijo, e todo o manancial de inesgotável beleza que oferece, generosamente, a típica região do Douro, com os seus vinhedos sem fim a envolver, aqui e ali, em ternos amplexos de verdura, as suas casas solarengas, as suas quintas de renome mundial e os seus alvinitentes povoados - tudo isso vinha impresso, indelèvelmente, nos olhos deslumbrados dos que regressaram, tudo isso foi por eles descrito, enaltecido e cantado com sincero ardor!
Após o jantar alguns de nós foram ao cinema, que, segundo as informações colhidas, dispunha de uma sala de espectáculos ampla, moderna e confortável, onde os Vila-Realenses podiam passar agradavelmente algumas horas de ócio; outros espalharam-se pelos diversos cafés da cidade, quase todos de boa categoria; e outros, ainda, decidiram instalar-se no magnífico salão do hotel, e aí assistir, na televisão, a um programa de alto nível artístico, como habitualmente sucede.
Partimos rumo a Chaves na manhã seguinte, tranquila, amena, esplendorosa de sol!
A estrada larga, bem conservada o de bom traçado, incita a calcar rio pedal, e eis que num ápice, ao sair de uma curva, deparámos com as Pedras Salgadas, já no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
Percorremos a estância termal, escondida entre arvoredo denso, a emprestar frescura e bem-estar aos que ali procuram repouso e cura dos seus males.
Os aquistas, em número elevado, encontram alojamento condigno nos vários hotéis e pensões disseminados pelo parque.
Não faltam diversões aos hóspedes: remo no lago, patinagem no rinque, dança no pavilhão de chá, equitação, ténis, cinema, etc. E no Hipódromo das Romanas realiza-se anualmente um categorizado concurso hípico, que reúne a fina flor dos cavaleiros portugueses e alguns estrangeiros.
Mas Vidago espera-nos, e temos de prosseguir. Em dez minutos vencemos os poucos quilómetros que separam as duas magníficas estâncias termais.
Logo à chegada foi-nos dito que estava a decorrer uma prova do Grande Torneio Anual de Golf. Curiosos, quisemos assistir, misturando-nos com a legião entusiasta de mirones que seguia o jogo. Pudemos assim fazer todo o percurso com os seus: nove bogeys, e como entre, nós havia alguns golfistas, ficámos a saber por eles que o campo de golf de Vidago, sem ser o maior, é o mais bonito, o mais cuidado e o mais aprazível dos campos de golf portugueses.

O Sr. Virgílio Cruz: - Muito bem!

O Orador: - Finda a prova oficial, os nossos golfistas quiseram também deliciar-se com uma volta, o que puderam fazer sem dificuldade, pois no pavilhão respectivo havia, para alugar, quatro sacos com jogos completos de clubs, bem como bolas e tees.
Entretanto, e para não perder tempo, outros de nós dirigiram-se à piscina do Grande Hotel, moderna, de linhas elegantes, com relvado e guarda-sóis, prancha de saltos, reservado para crianças e bar.
Outros passearam pelo vasto parque, frondoso, perfumado, tranquilo; e viram o grande lago, pejado de barcos de recreio, o campo de ténis, o campo do golfinho, o rinque de patinagem, o pavilhão de venda de lembranças e «recordações. Nas alamedas, nas esplanadas dos cafés e dos hotéis, em toda a parte, uma pequena multidão de aquistas, turistas, simples forasteiros e visitantes das redondezas, tagarelava, despreocupada, feliz, e por certo rendida ao encantamento desse ambiente excepcional!
E foi assim que, já sem espanto, soubemos que as centenas de quartos dos numerosos hotéis e pensões de Vidago estavam ocupados e já comprometidos até fins de Outubro!
Com a mais lisonjeira das impressões, deixámos a cativante estância para vencer os últimos 17 km da jornada que iria terminar em Chaves. Porém, alguns carros da caravana, um pouco à frente, na ponte de Arcossó, derivaram à esquerda, à conquista ide Boticas, Montalegre e Carvalhelhos, com a promessa de se nos juntarem à noite, no Grande Hotel de Turismo de Chaves, onde todos ficaríamos alojados. A nobre e vetusta Aquae Flaviae dos romanos surgiu-nos ao longe, com a sua torre de menagem a dominar o vasto casado em volta, espreguiçado pela veiga fora.
À entrada um túnel de verdura, com 2 km de extensão em recta, deixa logo o visitante embevecido pela rara beleza desse pórtico espectacular.
Toda a urbe, a mais populosa do distrito, é um modelo de limpeza, arrumo e compostura. Tem carácter. Os habitantes são afáveis na sua tradicional franqueza, solícitos, prestáveis, delicados. O trânsito nas principais artérias, que é já intenso, está devidamente disciplinado, vendo-se polícias sinaleiros em todos os cruzamentos perigosos.
Não se vê cuspir no chão; não há pedintes nas ruas; não se ouvem palavrões, e muito menos obscenidades.
Dirigimo-nos à sede da comissão regional de turismo, modelarmente instalada, e aí, tal como em Vila Real, foram-nos oferecidos desdobráveis muito sugestivos, bem como cartas turísticas da região, completas e bem elaboradas.
Soubemos que as recepcionistas eram poliglotas, o que é nota interessante a referir. Guiados depois por um cicerone que a dita comissão colocou ao nosso dispor amàvelmente, visitámos os monumentos e lugares históricos da cidade e arredores.