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18 DE NOVEMBRO DE 1064 3805

Portugal era no seu tempo, e mais seria no futuro, um país africano, haveria de glorificar-se na ocupação, organização e defesa das terras de além-mar e na definição e execução da política externa destinada a dar. como deu, plena cobertura diplomática, a empresa tão decisiva para a nossa, sobrevivência.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Julho de 1939! O marechal Carmona, que um ano antes proclamara em Angola, na foz do Zaire, de modo solene, «a unidade indestrutível ë eterna do Portugal de aquém e além-mar», é acolhido, apoteòticamente, em Moçambique, cujas terras percorre no meio da mais vibrante emoção das populações, que exaltavam, na excelsa figura do Chefe do Estado, a Pátria e a sua grandeza.
No ambiente internacional acentuavam-se os prenúncios da guerra que havia de deflagrar muito em breve. A catástrofe deu-se, efectivamente, quando o Chefe do Estado regressava da sua memorável viagem. Iam pagar-se, tragicamente, erros acumulados, fruto de imperdoáveis ingenuidades dos condutores de algumas das grandes potências. Não chegou mesmo a ver-se em diferente partilha de territórios e zonas de influência em África, que levaria a sacrificar a integridade de províncias ultramarinas portuguesas, o processo de evitar o flagelo que. se avizinhava? A visita presidencial do Verão de 1939 foi, assim, efectuada no momento mais próprio e havia de constituir um marco na evolução do Regime e na nossa vida colectiva.
Na verdade, alcançada a- regeneração do País, estabelecidas as bases constitucionais do novo Estado, definidos os princípios orientadores da política corporativa, asseguradas as condições preliminares da reconstituição económica, afastado da Península Ibérica o perigo comunista, graças à cruzada sublime do povo espanhol, a que demos eficiente cooperação, o Regime preparava-se para completar e consolidar a sua institucionalização e para imprimir à nossa economia acentuado ritmo de desenvolvimento, capaz de permitir a melhoria do padrão de vida da nossa gente e mais equitativa distribuição da riqueza.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Mergulhada a Europa na conflagração mundial, o Governo Português, consciente de que «aumentavam muito os seus trabalhos e responsabilidades», logo dirigiu um apelo à Nação para que apoiasse o esforço reclamado pelas novas circunstâncias e consentisse nos sacrifícios necessários. E, embora procurando não abandonar a obra do renascimento em curso, teve de votar-se predominantemente à tarefa de impedir que fôssemos envolvidos no conflito. Na histórica nota de 2 de Setembro de 1939, o Governo afirma que «considerará como o mais alto serviço ou a maior graça da Providência poder manter a paz para o povo português, esperando que nem os interesses do País, nem a sua dignidade, nem as suas obrigações lhe imponham comprometê-la».
A Providência iria fazer o milagre, ao iluminar a inteligência e ao temperar a vontade do homem que nos preservou da guerra e que logo no dia do seu início advertiu o País de que diante de tão grandes males se fazia mister ânimo forte para vencer as dificuldades, acrescentando: «e da prova que ora der sairá ainda maior a Nação».

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador:-Agosto de 1956! Moçambique recebe, triunfalmente, o Presidente Craveiro Lopes. Por toda a parte trasbordam o patriotismo e o entusiasmo. Canta-se o Te das horas gloriosas e, na formosa Catedral de Lourenço Marques, em cujos vitrais parecem ganhar vida as figuras de D. Nuno. D. Sebastião e D. João IV, de S. Francisco Xavier e S. João de Brito, do beato Inácio de Azevedo e do padre Gonçalo da Silveira, apóstolo e protomártir de Moçambique, é exaltada, pela voz do Eminentíssimo Cardeal Gouveia, a nossa fé em Deus e a nossa crença nos destinos de Portugal. «Do Portugal - disse o insigne purpurado- das Conquistas e Descobrimentos, do Portugal missionário, do Portugal desta hora linda em que vivemos do resgate nacional».
E essa era mesmo uma hora alta do ressurgimento pátrio.
Atenuadas as perturbadoras repercussões da guerra, o País, que experimentava já os benefícios do Plano do Fomento, assistia à elaboração de nova e mais vasta programação económica, à conclusão vitoriosa da Campanha de Educação Popular, que extinguira o analfabetismo entre as crianças sujeitas à escolaridade obrigatória e estabelecera seguras condições de mais rápida e ampla elevação cultural do povo português, e ainda à votação, pela Assembleia Nacional, de importantes diplomas, como o Estatuto Jurídico das Corporações, que iria permitir ao Regime completar institucionalmente a evolução exigida pelas suas premissas doutrinárias.
Infelizmente, porém, já então, em diversos meios internacionais, se desenvolviam manobras tendentes a envenenar a opinião pública mundial a nosso respeito e a fazer vacilar o nosso granítico propósito de manter a unidade da Pátria.
Por isso, a visita presidencial a Moçambique, juntamente com aquelas de que, nesse período, foram objecto outras províncias ultramarinas, havia de assumir o significado de uma clara afirmação de vontade - da nossa inquebrantável vontade de resistir, a todo o custo, às pressões que sobre nós se exerciam e aos ataques de que seríamos alvo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: -Julho de 1964! Na maravilhosa baía do Espírito Santo fundeava, a 23 desse mês. o Príncipe Perfeito, que «levava Portugal como passageiro» na pessoa do seu venerando Presidente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Momentos depois. Lourenço Marques em peso vitoriava o Chefe do Estado, numa apoteose de almas em frémito, num clamor unânime de indefectível portuguesismo.

Vozes: - Muito bem,, muito bem!

O Orador: - E, perante este quadro magnífico, o almirante Américo Tomás dá testemunho público da sua confiança no futuro: «Tenhamos fé. pois foi sempre a Fé que valeu aos Portugueses nas horas de maior perigo. Essa Fé será a garantia do triunfo, do triunfo que Deus não negará ao povo heróico que mais cristandade fez no Mundo».
A esta jornada, outras, muitas outras, se seguiram, caracterizadas todas ela* pelo mesmo arrebatamento patriótico, pela mesma solidariedade humana, pela mesma autenticidade política. Brancos, negros, mestiços, católicos, muçulmanos, mas todos portugueses, irmanados nos mesmos anseios, fizeram inequívoca profissão de fé