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3806 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 151

nos destinos da Pátria, una, política, jurídica e espiritualmente, na pluralidade das raças e na dispersão dos territórios.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Foi assim por toda a parte. No Norte e no Sul, no interior e no litoral, nos grandes e nos pequenos aglomerados populacionais, nas; fábricas, nos estabelecimentos de ensino e nos centros de acção e promoção social.
Foi assim na capital da província, e na Beira, essa progressiva cidade que se excedeu a si própria no acolhimento dispensado ao Chefe do Estado. Foi assim no Limpopo, em Vila Luísa, João Belo. Gaza, Inhambarie, Vila Pery, Tete, Quelimane, Nampula, Nacala, Vila Cabral, Porto Amélia...
E foi assim na ilha de Moçambique, onde até as pedras suo história de Portugal e onde o presidente do Município, interpretando o sentir da população, proclamou: «Aqui vivemos e, se for preciso, aqui morreremos pela Pátria».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: -E, como se não bastassem as manifestações produzidas no decurso da viagem presidencial a Angola, em Setembro do ano findo, empenharam-se agora as gentes de Luanda, Benguela e Lobito, na passagem do Sr. Almirante Américo Tomás para Moçambique e no seu regresso, em dar renovada exteriorização ao seu patriotismo e à sua fidelidade.
Depois, na ilha do Príncipe, como antes acontecera na Madeira, foi também «o mesmo espectáculo avassalador».
Ao chegar à metrópole, o nosso Presidente podia, com inteira razão, dizer que regressava com a alma em festa. Foi em festa que todo o Portugal o acompanhou e, afinal, o veio a receber e saudar aquando do seu regresso a Lisboa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - O Terreiro do Paço, na sua harmoniosa imponência, janelas engalanadas, bandeiras e pendões ao vento e & luz de um poente dourado, encheu-se de gente de todos os pontos do País e de todas as condições sociais. Governantes, magistrados, «militares, políticos, intelectuais e dirigente corporativos, lavradores, industriais e comerciantes, trabalhadores e a mocidade das escolas e das oficinas, todos comungando, religiosamente, no mesmo fervor nacionalista, lá estiveram a patentear ao peregrino de Portugal por terras de Portugal o seu profundo reconhecimento por mais um alto serviço prestado à Pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Na verdade, o Sr. Almirante Américo Tomás conseguira ser, uma vez mais, inexcedível de dignidade, de espírito de sacrifício e de simpatia humana.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Creio que esta Assembleia não podia deixar de sublinhar acontecimento de tão grande relevância política e de render ao Sr. Presidente da República as mais respeitosas e gratas homenagens.

Vozes: - Muito bem!

a Orador: - Em 1939, quando o marechal Carmona regressava a Lisboa- da sua viagem a Moçambique, as labaredas da guerra envolviam á Europa. Felizmente, tal não acontece agora, se bem que a tensão internacional assuma aspectos de séria gravidade. Contudo, nós estamos em guerra, uma guerra que, de fora, nos moveram com a cumplicidade criminosa da Organização das Nações Unidas. O significado da viagem presidencial avulta precisamente por isso, no plano do condicionalismo político actual e até no da própria perspectiva histórica. Esta visita é, com efeito, o natural prolongamento da que, há um ano, se efectuou às lusitaníssimas terras de Angola.
Desta vez, porém, e ao contrário do que sucedeu no ano passado, foi possível, embora ainda em limites modestos, romper a conspiração do silêncio da imprensa e outros meios de informação estrangeiros. O .Mundo foi posto ao corrente de alguns aspectos mais expressivos e do inegável alcaaice político da romagem presidencial. E pôde verificar-se, antes de mais, a ausência, em toda a parte, de qualquer discriminação racial no trabalho, no ensino, na administração, e na vida em geral. Mais: o Chefe do Estado andou à vontade em todas as terras, misturou-se com as populações nativas, que o vitoriaram e com ele conviveram momentos de carinhosa e comovente aproximação. Em que outra região africana, ou em que outros países, mesmo os havidos por mais. democráticos, teria isto sido possível?
Ficou bem patente que, mau grado a eclosão do terrorismo em 1961 e as precessões de diversa natureza sobre nós exercidas, as províncias ultramarinas portuguesas estão a progredir notavelmente em todos os domínios. Acentua-se o fomento económico, difunde-se o ensino nos seus diferentes ramos e graus, aperfeiçoa-se e alarga-se a assistência social e sanitária e estreitam-se cada vez mais as relações entre as diversas parcelas do território nacional.
Quer dizer: à parte a vigilância activa que em certas fronteiras somos obrigados a manter, especialmente no Norte de Angola e na Guiné, onde o nosso Exército servo abnegada e eficazmente a Pátria, as províncias portuguesas, numa África convulsionada pelo entrechoque de conhecidos interesseis exteriores, pelos desvios e contradições da O. N. U., pelas rivalidades de países não amadurecidos para a independência e pelas lutas políticas, muitas delas de índole tribal, são zonas de paz, que ao Ocidente importa conservar a todo o custo se, na verdade, ele pretende subtrair o continente africano ao domínio dos imperialismos russo e chinês.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sempre os Portugueses acreditaram que a história é feita pelo Homem, até porque foram eles quem fez a história de Portugal. Estão agora empenhados em demonstrar, mais uma vez, a validade da tese, de modo especial, a velhos e novos aliados. Uns, com uma experiência secular, parece não a saberem ou quererem aproveitar, preferindo navegar ao sabor das contingências precárias do momento, o que os pode conduzir a mais abdicações e abandonos e até, como aconteceu no caso de Goa, a não respeitarem compromissos de honra, sancionadas por tratados em pleno vigor.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Outros, sem raízes fundas no tempo e na vida de relações entre os povos, teimam, apesar dos