O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4168 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 169

Quiseram VV. Ex.º demonstrar, nessa emergência, uma magnanimidade! e uma fidalguia que de todo o coração agradeço, pedindo licença para estender o meu agradecimento a todos quantos, nesta Casa, igualmente se interessaram por mim. Bem hajam VV. Ex. mos.

Sr. Presidente: Quis o Sr. Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho honrar, no último sábado, o distrito de Coimbra, presidindo, na Figueira da Foz, a uma reunião normal de trabalhos da comunidade distrital, integrada pelos Srs. Presidentes e Vice-Presidentes dos dezassete municípios, representantes da União Nacional, funcionários superiores dos serviços do Estado e outros elementos de relevo dá vida local.

Versaram-se nessa reunião, que, como as restantes 38 que a antecederam, foi superiormente orientada pelo Sr. Governador Civil e assistida pelos Deputados do círculo, os mais importantes problemas do distrito e d II região.

Nesta, convocada com o fim especial de se encarar r desenvolvimento do turismo na privilegiada zona do Centro do País e nomeadamente no distrito de Coimbra, em que às prodigalidades da Natureza não tem correspondido a integral compreensão dos responsáveis, foram referidas ao ilustre governante, em extenso sumário, as nossas grandes necessidades, sumário adrede preparado por comissão formada pelos representantes dos municípios, secretariado pelos serviços de turismo da Câmara Municipal de Coimbra.

Nesse relatório, cada município deixou bem assinalada a sua posição, ficando, por isso, claramente demonstrada a verdade irresusável que tantas vezes se tem procurado trazer aqui ao plano que lhe pertence, qual seja a de que, nas grandes tarefas do nosso engrandecimento, é absolutamente imprescindível e preciosa a colaboração dos municípios.

Na verdade o Sr. Dr. Paulo Rodrigues, tendo ouvido referir detalhadamente as necessidades de cada um dos dezassete conselhos do distrito de Coimbra, apontadas com impressionante objectividade e com os olhos postos nos grandes primados da política nacional, não escondeu a sua ambição de poder contar, para melhor estudo dos muitos problemas do seu importante sector de governo, com relatórios semelhantes dos restantes municípios do País, igualmente ordenados.

Pôde ainda S. Ex.ª tomar efectivo conhecimento de quanto são justas e cabidas as petições repetidamente feitas ao Governo, não só pelas forças vivas locais como ainda pelo seu representante nesta Câmara, sobre os grandes problemas de cuja solução depende todo o desenvolvimento económico, social e político no distrito de Coimbra.

E pôde ainda o mesmo ilustre governante nesta sua memorável visita de trabalho aperceber-se das ansiedades dos abnegados presidentes das dezassete câmaras municipais do distrito, reflectindo as próprias ansiedades dos seus povos perante 0:3 comandos do Plano Intercalar de Fomento e da Lei de Meios agora em discussão.

Ë que, ao saber-se ser intenção do Governo encarar e resolver na vigência daquele Plano e desta lei muitos dos problemas que nos torturam, o maior dos quais reside no actual desaproveitamento da bacia do Mondego, causador de tremendas implicações nos já famosos campos a jusante de Coimbra, cada vez mais empobrecidos e assoreados, logo se afirmou uma atitude de verdadeiro agradecimento, aliás já muito bem traduzida nesta Câmara pelo Sr. Deputado Santos Bessa no seu magnífico discurso há dias proferido.

E como se tratasse de problemas de turismo regional, foi amplamente reconhecida a necessidade de valorizar cada vez mais e com a maior urgência toda a empobrecida

região central, criando aos seus povos o desejo de permanecerem nos seus rincões, para se sustar a corrente emigratória que a degrada completamente, numa depredação de valores que está a tomar aspectos de verdadeira calamidade.

Significou-se, por isso, ao Governo, na pessoa do nosso ilustre hóspede, a par do muito que tem de fazer-se com urgência, a nossa esperança e o nosso agradecimento pelos propósitos já manifestados, a despeito de serem ainda e apenas linhas de possível rumo, mas não já rumos devidamente traçados!

Não se pode falar em turismo construtivo quando se sabe que escasseiam as vias de comunicação, quando não há água abundante, quando a electricidade é apenas uma ambição, quando tem de viver-se em pleno obscurantismo ou quando, finalmente, se não encontram nas povoações os meios indispensáveis ao teor de vida civilizada dos nossos dias.

Por isso se reconheceu que o distrito de Coimbra, na plenitude do seu território, tem de ser dotado de todos esses meios para que os seus povos deixem de emigrar e se fixem nas suas origens, enriquecendo-as com o seu trabalho e com as suas iniciativas, como tanto interessa ao engrandecimento e prosperidade nacionais.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Se não pode interessar ao turismo, como efectivamente não interessa, todo um amontoado de desolações resultante das carências da vida local, com terras incultas e povoações em declínio, tal não pode interessar também ao equilíbrio político e económico da vida nacional.

Bazões há, portanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, nas reivindicações que vimos fazendo nesta Câmara em nome do distrito de Coimbra.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A valorização e a salvação dos 15 000 ha dos campos do Baixo Mondego, a continuação do caminho de ferro de Arganil, ingloriamente morto em Serpins, donde devia demandar as terras da Beira Alta, a rápida conclusão das obras do grande porto da Figueira da Foz e rede de barragens que o curso do rio Mondego torna possíveis, a construção da rede de estradas interconcelhias e inter-regionais cuja falta tanto se faz sentir, nomeadamente no concelho de Pampilhosa da Serra, e todo um vasto conjunto d"e imprescindíveis melhoramentos, já suficientemente conhecidos do Governo, são, na verdade, obras de grande alcance, marcadamente necessárias para o desenvolvimento do distrito de Coimbra e até dos distritos que o marginam.

Ouvimos, por isso, com grande satisfarão o Sr. Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho afirmar que as referências prioritárias do Plano Intercalar ao turismo do Algarve e da Madeira não significam qualquer desinteresse pelos problemas do turismo das outras regiões do País.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Isso nos deu II certeza de que se não esquecerão as exigências dos nossos centros turísticos de primeiro plano, como são as cidades de Coimbra e da Figueira da Foz...

Vozes: - Muito bem!