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854 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 48

prazer e a honra de até nós chegar. Daí, o cada um de nós ter vertido as suas melhores galas e as portas da cidade mais leve e alegremente terem rodado nos seus gonzos, abrindo-se de par em par.
Para mais, a visita não era um acto de cortesia, antes uma sessão de trabalhos que os ilustres visitantes iam ter entre nós - prova real de que os preocupavam os problemas que nos preocupavam. Mais um motivo que nos torna devedores de muita consideração e estima.
Iniciou es ia série de honrosas visitas S. Ex.ª o Ministro do Interior, Dr. Alfredo dos Santos Júnior. Ia presidir às comemorações de 40 anos de paz, de ordem, de progresso - paz, ordem e progresso em que tem uma grande quota-parte, como programador clarividente da administração local, como sustentáculo seguro da ordem pública. Pela acção por S. Ex.ª desenvolvida, pela honra da visita e pelas palavras de confiança que nos ditou, as gentes do meu distrito ficaram-lhe particularmente reconhecidas.
Chegaram, logo a seguir, SS. Exas. o Ministro do Exército, coronel Joaquim da Luz Cunha, e o Subsecretário da mesma pasta, tenente-coronel João Pinheiro. Levavam com eles o glorioso batalhão de caçadores n.º 3, que há anos havíamos visto partir, e que agora, igualmente moço, voltava a dar vida u cidade com a sua donairosa presença. Por isso, a ela afluíram gentes de todo o distrito a bendizer o regresso de seus filhos, de seus parentes, de seus amigos, que a SS. Exas. ficavam devendo. A alegria que lhes ia na alma, e que o rosto, afinal, bem espelhava, é prova do reconhecimento em que se encontram.
S. Exa. o Subsecretário visitou-nos depois, e mais uma vez, já em Novembro, para estudar o problema das novas instalações do batalhão. Ponto assente: vai dar-se início à 1.ª fase, como os jornais já noticiaram.
Não era ciso para estarmos mais gratos ainda, se possível fosse?
S. Exa. e Ministro da Justiça, Prof. João Antunes Varela, checou a seguir. Visitara os Palácios da Justiça de Moncorvo e Miranda, e depois esteve em Bragança, em cujo sal f o nobre da Câmara foi recebido.
Com a sua viagem completou-se a obra material que, como titular da pasta que em boa hora sobraçou, podia levar a cabo - todos os serviços dependentes do seu Ministério ficai em devidamente instalados.
A todas quantas obras materiais deixava aqui ou acolá sobrepunha-se, porém, e agora, o que então era ainda simples projecto de um grande código, e depois o calor da sua presença e a firmeza e fulgor do seu verbo eloquente: «o mar anda efectivamente revolto, mas a nau portuguesa, pela mão firme de Salazar, segue avante, no seu destino histórico».
As gentes do meu distrito quereriam ver e ouvir todos os dias S. Exa., cuja simples presença lhes incutia coragem e esperança. Mas porque a tal presença não têm direito, eles esforçar-se-ão por ter sempre presente a linha de rumo que lhes deixou apontada, enquanto à tempestade não de inteiramente lugar a bonança. E pela sua parte tudo farão a fim de que os palácios de justiça e cadeias que fez erguer para outra coisa não sirvam que não seja o fazer drapejar ao vento, bem lá no alto, por cima de todos nós, a branca bandeira da paz.
Depois, e acompanhado pelo director-geral do Ensino Técnico, Dr Carlos Proença de Figueiredo, incansável sempre que estão em causa problemas do «seu» ensino, andou por terras de Bragança S. Ex.ª o Subsecretário de Estado da Administração Escolar, Dr. Alberto Carlos de Brito. Tinha ido certificar-se das condições do edifício da que viria a ser a actual Escola Técnica de Moncorvo, o depois haveria de estudar problemas vários respeitantes à Escola Técnica de Mirandela e à secção do Liceu de Bragança ora instalada naquela vila.
A satisfação que causou a criação da escola e da secção não tem limites, ou, se preferirmos, tem os limites que têm os sacrifícios de toda a ordem que a maior parte das nossas gentes faz, na esperança de que o pão que com muito suor arrancam às fragas venha a ser para seus filhos um tudo nada menos amargo. Imensamente reconhecidos pelos relevantes serviços prestados à educação nacional em todo o País, e nomeadamente no seu distrito, sob a criteriosa e proficiente orientação de S. Ex.ª o Ministro da Educação, Prof. Inocêncio Galvão Teles, as gentes de Bragança encaram serenamente o dia de amanhã, na certeza de que os seus anseios serão realizados - o edifício da Escola de Mirandela, que queriam ver começar a erguer-se, a ampliação do novo edifício da de Bragança ou o restauro do velho, velho quase tanto como a salve-rainha, e porventura uma secção da Escola de Bragança ou, melhor ainda, uma escola técnica industrial em Miranda do Douro.
S. Exa. o Ministro das Obras Públicas, Eng.º Eduardo de Arantes e Oliveira, chegou ùltimamente. Dignou-se inaugurar o abastecimento de águas de Macedo de Cavaleiros e antes havia presidido a uma sessão de trabalhos lio Governo Civil de Bragança. Registámos a sua satisfação sempre que ouvia dizer que este ou aquele trabalho estavam prontos - o que era prova de quanto vivia os problemas que lhe eram afectos - e registámos também a promessa de que, concluídos os trabalhos em curso, noutros se iria pensar.
Em nosso espírito ficou bailando, desde então, teimosamente, a necessidade da regularização do rio Fervença - problema dentro em pouco resolvido, ao que parece - e estoutros mais prementes ainda: o edifício da Escola Técnica de Mirandela, a ampliação da Escola de Bragança, que tem andado a servir-se de um outro edifício sem o mínimo de condições pedagógicas, e a conclusão daquele malfadado desvio da via férrea em Bragança, para não falar noutros, a que breve nos referiremos.
Que o ritmo extraordinariamente vertiginoso de realizações por S. Ex.ª levadas a cabo no distrito não esmoreça, e estará reduzido ou até anulado, dentro em pouco, o atraso que, durante muito tempo, nos colocou muito aquém das demais terras do País.
Sr. Presidente: Estava em nosso espírito o dizer duas simples palavras de gratidão e respeito a quem se dignou honrar-nos, sobremaneira, visitando-nos em nossas casas - palavras nossas, como transmontano que somos; palavras dos nossos comprovincianos; que nos elegeram seu porta-voz.
Pois tais palavras - e outras não temos para agora -, naturalmente sentidas, pelas razões logo de princípio expostas, e forçosamente simples, que outras não conhecemos - jamais quando deixamos falar o coração-, tais palavras, dizíamos, estão ditas.
Desde a última sessão legislativa as gentes do distrito de Bragança tiveram a honra de receber os ilustres membros do Governo que indicámos. Sentiram-se, assim, menos sós; viveram, assim, momentos altos, ao ver que começavam a ser lembradas.
No céu abriu-se-lhes um novo raio de esperança. Que as nuvens que ainda o toldam se dissipem inteiramente, a fim de que gentes e terra, sob o calor bendito de um céu totalmente aberto, possam e queiram, ou melhor, queiram e possam desabrochar nos frutos de oiro que em potência contêm.