DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 141 2556
(I. O. J.), o Comité para o Desenvolvimento do Comércio internacional (C. P. I. T.), o Congresso Mundial dos Médicos (W. C. D.), a Federação Mundial dos Investigadores (W. F. S. W.), a Federação Internacional dos Combatentes da Resistência (F. I. R.) e a Organização Internacional da Radiodifusão (O. I. R.), entre tantas outras, estão a actuar em uníssono no ataque ao mundo ocidental, e com mais ardor em relação aos países que corajosamente se mantém na primeira linha da defesa da civilização cristã. E dentro desta regra é que partidos comunistas e socialistas europeus, estes últimos servindo de guarda avançada nestas e noutras andanças marxistas, vão minando cientificamente os mais sólidos pilaras espirituais e materiais da civilização ocidental, preparando, conforme estratégia habilmente traçada, o caminho para a há muito premeditada marcha para ocidente dos exércitos eslavos, apoiados numa sólida indústria pesada, indústria erigida à custa do sacrifício de dezenas de milhões de pacientes camponeses e ainda desses muitos milhões de prisioneiros recolhidos em campos de trabalho forçado instalados para lá da cortina de sombra - cerca de 25 milhões, segundo alguns autores- e que constituem a mais importante alavanca da produtividade da indústria pesada soviética.
Esta a verdade e esta, também, a base de alguns negócios de grande tomo realizados com o mundo ocidental, como o da célebre troca de ouro caucasiano pelo trigo norte-americano o canadiano - trigo transladado, imprudentemente, dos silos do mundo livre para os armazéns à prova do ataques 'atómicos da Sibéria, passando a constituir para a Soviécia reserva estratégica de valor inçalculáve1.
E toda esta inqualificável transacção polítïco-comercial foi feita sob a égide de grandes poderes internacionalistas para os quais as fronteiras nada representam ou, quando muito, são linhas de demarcação ilusória que não é necessário, senão aparentemente, respeitar.
Uma das organizações internacionalistas responsáveis por estes negócios, indiscutivelmente, é a que comanda a extensa rede marxista espalhada por todo o Mundo.
A outra, talvez ainda mais poderosa, de carácter super-capitalista, tenta hoje dominar, na penumbra, as mais importantes actividades políticas do Novo Mundo.
"Que existe um governo invisível nos Estados Unidos que trabalha contra os interesses da nação e do povo norte-americano e que utiliza este grande país como instrumento da sua política internacionalista, eis algo que não há que demonstrar", afirmava, ainda recentemente, um jornalista do país vizinho. Só assim se compreende, na realidade, embora com os naturais contratempos, frutos de divergências locais ou regionais, o bom serviço que vem prestando à paz mundial, se assim podemos dizer, o uso do já célebre telefone vermelho . . .
• De entre esses contratempos, citaremos apenas dois, e isto para não incomodar VV. Ex.ma com mais longo relato. O primeiro definiu, contra o que estava previsto pelo internacionalismo mundial, o "rumo nacionalista" do marxismo eslavo, isto em consequência da vitória inesperada da política estaliniana sobre a do opositor internacionalista Trotsky. Este rumo determinou o ressurgir do nacionalismo em vários países do campo marxista - China, continental. Jugoslávia, Roménia e Albânia. O segundo será a falhada, mas ainda assim frutuosa, campanha do senador McCarthy, procurando libertar o SPU grande país das malhas da apertada rede lançada pêlos one worlders. A sua morte em condições misteriosas foi o sacrifício pago por um grande político cristão na luta contra o empório internacionalista, a coberto de várias fundações múltiplos satélites que giram em sua volta, em órbitas paralelas comandadas pelo sol das suas incomensuráveis fortunas.
Esta organização internacionalista domina inúmeras outras instituições de um e do outro lado do Atlântico, como o já célebre Instituto on Pacific Relations, cujos membros, pelo menos alguns deles - como Lattimore, Alger Hiss, entre vários -, foram castigados como perigosos espiões a soldo da Rússia; ainda as nossas bem conhecidas e sinistras organizações American Committee on África e African-American Instituto, principais responsáveis pela morte de milhares de portugueses de todas as raças, cobardemente assassinados nas províncias de Angola e de Moçambique; o Comité para a Europa Livre, e inúmeras outras instituições dispondo de fundos imensos, com larga penetração em diversas universidades americanas, na imprensa, em certas cadeias de rádio e de televisão, etc.
Só como mero exemplo direi a este respeito que o Institute on Pacitic Relations, hoje considerado como verdadeira agência de espionagem soviética, foi o grande responsável pela edição de numerosas publicações destinadas a inquinar politicamente as forcas armadas dos Estados Unidos.
E fico por aqui quanto a estes aspectos bem significativos, pois não chegariam dez tempos regimentais só para enunciar as malefícios que o mundo ocidental tem sofrido como consequência da insidiosa infiltração dos internacionalismo capitalista e marxista nos vários escalões da política e da administração europeia e americana.
De apenas para nós, europeus, nos acautelarmos contra novas e violentas ofensivas internacionalistas, lanço desta tribuna o aviso do que no Velho Mundo já se encontra uma activa gémula desse perigoso polipeiro instalado no Novo Mundo, e que em reuniões várias, com a assistência de ingénuos políticos europeus e sob a égide da pombinha branca da paz internacional, procura instalar dentro dos nossos muros os mais perigosos, por virulentos, elementos de dissolução. E isto, principalmente, onde campeia o já muito usado trampolim socialista ou aparentado.
Não nos devemos, por isso, admirar de que tão bom dirigida orquestra, a que boje não falta qualquer naipe, esteja continuamente, desde a gélida Suécia aos confins de outros pontos cardeais do socialismo europeu e do internacionalismo mundial, pretendendo abafar com os seus sons estridentes os êxitos incontestáveis da política ultramarina portuguesa, bem evidenciados por recente confirmação na última viagem à Guiné e Cabo Verde do nosso lídimo Chefe do Estado.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - É exactamente em relação ao Défit português, com o sentido que Servan-Seheiber deu ao Défit americain, que eu desejarei oportunamente, dizer algo nesta Assembleia política em continuação deste simples prefácio.
Contudo, para melhor poder então focar a posição nacional perante as tempestades que avassalam a Europa e o Mundo, julgo não ser de desprezar o que puder já ser fixado sobre conexões verificadas entre os destruidores ventos que sopram do Leste e do Oeste o que ameaçam aniquilar a prodigiosa civilização nascida há perto de 2000 anos nas margens desse mar imenso, que infelizmente, já não poderemos apelidar de mare nostrum.
E procurando sintetizar, agora dizendo como Vieira, não querer ser mais longo para poder dizer que fui breve, apresentarei apenas, quanto a acções levadas a cabo por