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6 DE FEVEREIRO DE 1969 3095

É um grande centro importante do tráfego de mercadorias c de movimento do pessoas que ao caminho de ferro interessa facilitar.
O respectivo projecto está doidamente concluído, julgo que desde 1942, aguardando uma oportunidade de se lhe dar execução, agora tida como viável, o não se compreende que possa ser protelada mais uma vez.
Ainda outra correcção que se pretende, e esta de alto interesso turístico, é a do levantamento chi linha férrea que, partindo de Lagos, atravessa a Meia-Praia, para ser assente mais para o interior, de modo a permitir que nesta zona tenham viabilidade a; várias obras projectadas do apoio ao desenvolvimento turístico da província.
O Algarve não se pode dizer que esteja mal servido de estradas, em número, porquanto está ligado com o Norte por três vias de comunicação rodoviárias, mas os seus traçados são estreitos, cheios de lombas e de curvas, do que resultam inconvenientes e perigos de toda a ordem.
Para fugir a estes, está estudado um ramal, de cerca de 20 km, ligando Santana da Serra, no Alentejo, a S. Marcos da Serra, no Algarve, evitando-se assim as maçadoras curvas da serra, do Caldeirão.
Outra, hipótese se admite com o momo objectivo.
A construção de um outro ramal, ligando o sítio da Nave Redonda, na estrada que de Aljuslrel-S. Martinho-Odemira-Gare se dirige a Monchique, numa distância de cerca de 12 km, onde não há obras de arte de monta a encarar.
À solução definitiva e que serve de facto o trânsito actual e o previsto por efeito do turismo no Algarve é a da construção da auto-estrada referida no III Plano de Fomento, que partindo da Ponte Salazar, daria vazante ao movimento das grandes estradas internacionais com Lisboa e que, ao terminar em Vila Real de Santo António, se prepararia para atravessar o Guadiana pela falada e inadiável ponte e estabeleceria, assim, com as estradas que da Europa servem a Andaluzia, um verdadeiro circuito que se projectaria com inegável vantagem em todo o turismo continental.
No domínio das comunicações por via marítima, o Algarve pode dizer-se que se encontra bloqueado, visto que nenhum dos seus portos permite a entrada de paquetes de turismo, apesar de serem quatro - Vila Real de Santo António. Faro-Olhão, Portimão e Lagos -, que têm condições naturais para os receber.
Sabe-se que emprega? que exploram cruzeiros turísticos estão muito interessadas em incluir o Algarve nos seus roteiros.
Julga-se que com as obras iniciadas no porto de Portimão já seja possível no correntes ano consentir a entrada na sua barra de alguns paquetes e lazer desembarques ao abrigo dos molhes.
Com a desobstrução e regularização da barra do Guadiana, para o que estão sendo feitas instantes diligências, atendendo aos prejuízos que a sua obstrução está causando u. economia da zona, que o porto de Vila Real de Santo António serve, também se podo prever a inclusão do porto desta vila nos roteiros de paquetes de turismo.
A única via que está em condições de servir o desenvolvimento turístico do Algarve é a via aérea, pelo Aeroporto de Furo.
Porém, para o fazer mais eficazmente, carece de ser aberta, som restrições, ao tráfego internacional e do se dar à aerogare a dimensão que o tráfego exige.
Esta é a opinião que se tem, aliás confirmada frequentemente pelas agências de viagens que ao turismo dedicam a sua actividade.
Estes problemas das infra-estruturas que acabo de abordar, e aos quais me referi nesta Assembleia ainda recentemente, aquando da discussão do III Plano de Fomento, conjuntamente com a aprovação definitiva do planeamento urbano-turístico, cuja responsabilidade de execução deve ser entregue a uma única entidade, são os problemas fundamentais para o desenvolvimento turístico do Algarve. Não será de estranhar que insista pela solução destes problemas considerados básicos, visto que, apesar de tudo, subsistem e tendem a agravar-se.
É certo que ainda há outros de pormenor que também se tem do resolver com urgência e objectividade para que o referido desenvolvimento se processe sem retrocessos que ponham em perigo os altos objectivos regionais e nacionais que estão marcados e que por via do turismo se podem alcançar sem grande esforço, como sejam os de policiamento e limpeza das praia?, o da disciplina do exercício das actividades turísticas e da reforma da estrutura que a conjuntura recomenda para cobrir todo o Algarve com plena eficiência.
O turismo, com os seus efeitos multiplicadores sobre tantas actividades c como agente poderoso na colheita de divisas, tem-se mostrado entre nós factor preponderante no desenvolvimento e fortalecimento da economia e no progresso social e ao mesmo tempo da defesa da moeda, cobrindo, em grande parto, o fatal deficit da balança de mercadorias.
Apesar de os factos demonstrarem a verdade destas afirmações, que são já lugar-comum nas prédicas sobre turismo, o certo é que governantes e governados não estão ainda suficientemente convencidos de que é oportuno tomar as grandes decisões que elevem a indústria de turismo ao lugar cimeiro das indústrias de maior e mais benéfica- projecção na vida nacional.
As matérias-primas com que trabalha afloram exuberantemente por todo o território português, o que não acontece com outras tão acarinhadas.
O Algarve sente o muito que do turismo lhe tem vindo e prevê o mais que lhe poderá vir como estimulante e adjuvante da sua desenvolvimento regional, enfraquecido por efeito das crises abertas desde há muito nas actividades agrícolas e piscatórias, que têm sido a base da sua riqueza e que dia a dia se têm vindo agravando.
A província está voltada para a indústria do turismo com a mais justificada esperança e apetrechada com o melhor equipamento, no qual devem andar investidos cerca de 2 milhões de coutos e para a qual estão inclinados numerosos e categorizados projectos.
O Estado é o principal interessado na valorização e defesa dos capitais investidos, não só pelas razões referidas de interesse colectivo, mas também pelas comparticipações que tem nos investimentos.
Por tudo isto não se pode alhear do que no Algarve se passa em matéria de turismo nesta delicada emergência. Em nenhuma parte nem com mais vivos argumentos o Governo tem oportunidade de dar vida à opção que escolheu e deu a conhecer na nota final do relatório do Orçamento Geral do Estado para 1969. como directiva governamental, que reza assim:
incentivar os investimentos reprodutivos que maior influência possam exercer na disseminação regional dos efeitos do crescimento económico nacional.
Este crescimento tem no sector do turismo uma segura alavanca para o fomentar, o que solicita um aperfeiçoamento constante e progressivo, de modo a incentivar com equilíbrio os outros sectores económicos onde se projecta, com maior em menor evidência, e de modo a ser, efectivamente, factor precioso da proclamada política de desenvolvimento regional.