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1660 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 82

Em 10 de Março de 1967, ao (referir-me aqui ao color de belas praias e outras belezas paisagísticas que ornam todo o distrito de Setúbal, disse das carências fundamentais dos do Portinho da Arrábida, entro os quais os acessos, a dificultarem tudo o mais, e aludi, o que também fiz na minha intervenção de 29 de Abril de 1970, ao projecto da criação de um grande parque nacional, a aproveitar os maciços florestais do conjunto Almada-Arrábida-Setúbal, e que punha miai conda das praias arrabidinas núcleos turísticos enquadrados ma paisagem e servidos pela esteada marginai do Outão ao Portinho da Arrábida, em que se encanta o troço de Galapos agora autorizado, tal como o projecto turístico, tontos amos adormecido.

Congratulo-me, repito, com aã citadas decisões governamentais, confirmação da atenção que o Sr. Engenheiro Rui Sanches dedica aos problemas que lhe são postos e da forma década como lhes dá sedução. Coerente, todavia, com ás palavras que aqui disse em 29 de Abril de 1970 em defesa da riqueza natural da região de Setúbal e foram grito de alarme, felizmente ouvido coerente, ainda, com o aplauso que dei ao plano urbanístico da Arrábida, pelos cuidados nela postos para salvaguarda da beleza natural, faço apelo a todos quantos são (responsáveis para que a abertura da estrada Galapos-Portinho da Arrábida não seja ofensa irreparável para a serra mãe de poetas e geólogos, hoje considerada uma preciosidade geobotânica impar no mundo mediterrânico. O progresso é verdade não pode ser trovado, mas pode ser dirigido. Impõe-se que o da serra da Arrábida seja acompanhado com a mais estreita vigilância e o maior respeito por aquilo que na semra há de raridade a conservar.

Vozes: - Muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Barreto de Lara: - Sr. Presidente: Porque entrei tarde ontem na sessão, do que pedi oportunamente desculpa à V. Ex.ª, não tive oportunidade de ler um ofício, emanado da Presidência do Conselho, transcrevendo um telegrama da Liga Nacional Africana a propósito do meu protesto da manutenção de uma comissão administrativa, naquela Liga, há seis anos. Vá-se lá ser prior de uma freguesia destas!

Eu que, com a minha formação democrática, entendia que uma comissão administrativa seria sempre motivo de profunda preocupação, fosse de quem fosse, afinal chego à conclusão de que estes senhores gostam de comissões administrativas e que toda a luta que nós travamos aqui pela abertura e liberalização da vida política deste País afinal é uma luta inglória.

Não tive tempo de protestar na altura, nem de fazer esta manifestação, mas repito: vá-se lá ser prior de uma freguesia destas!

Sr. Presidente e Srs. Deputados: O prelúdio às considerações que vou fazer de há muito se me impunha. Simplesmente, ora porque um espírito aberto ao diálogo parecia dominar a Assembleia, e era evidente a inoportunidade, ora porque de repente se acendiam as fogueiras, e seria mais uma acha impolítica, até pelo equilíbrio que venho procurando manter, não desejei contribuir para um acirramento indesejável. Embora obviamente me situe num reduto - o dos que aqui me trouxeram - e não me feche ao diálogo construtivo do Portugal de hoje e do Portugal de amanhã.

Quando fui solicitado a anuir à candidatura a Deputado da Nação, tive o cuidado de vincar bem que acederia, sim, mas que intransigentemente me consideraria sempre, e só, titular de mandato outorgado pela Nação e como tal advogado do povo, e não de qualquer grupo ou partido, cujos interesses me determinassem a uma linha de rumo e a uma ordem de conduta que, à luz geométrica da minha consciência, fosse a de melhor tutela dos superiores interesses do País.

Declarei-me, todavia, de formação católica, democrata e republicano, ajuntando logo, porém, que isso não constituiria reduto inexpugnável, pois à formação ou ideologia pessoal sobrepunha o interesse da Nação e o dever de servi-la.

Acentuei vincadamente que todos os assuntos nacionais o meu interesse, recusando considerar-me um Deputado regional, posição mais cómoda mas inadequada, e antes Deputado da Noção.

Muito embora, e isso é evidente, a dorida e martirizada Angola, a Angola Portugal, estivesse na primeira linha do meu pensamento, não já e só pela ciência que mais tinha dos seus problemas, mós ainda e em principal porque a flagelação que ia causticava demandava uma exaustiva luta tenaz para trazer a lume as suas endemias.

E sem intuitos sensacionalistas, entes no são propósito de um trabalho construtivo, na colaboração fosse com quem fosse, desde que a palavra de ordem fosse a procura de remédios para curar doenças, e na busca de soluções que pudessem ao menos atenuar a encolhida posição de Angola, na enorme dimensão das suas potencialidades, no conjunto nacional, mas sempre com o assento tónico posto em que a primazia desses interesses seria a primazia da própria problemática nacional.

Pois Angola, na extensa dimensão das suas riquezas e no potencial económico e humano que representa, tem e terá de vir a ser, ao nível do País, célula base à volta da qual gravitarão num futuro mais ou menos próximo, queira-se ou não se queira, todos os interesses da grande Nação Portuguesa, que pode vir a ser uma grande potência e conquistar o direito a palavras de chave entre as grandes nações do Mundo.

Permita-se-me um parêntesis ao curso destas ideias e em seu reforço, uma pequena reprodução do que o Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, Luís Augusto Rebelo da Silva, dissera no relatório do célebre Decreto de l de Dezembro de 1869. Há mais de cem anos, portanto:

A província de Angola, pelos seus progressos e pelas suas fontes de riqueza, que leis benéficas e uma bem regida actividade tornarão copiosas com estimulo da agricultura e do comércio, promete engrandecer-se em um futuro próximo. Cumpre agora que a mão da metrópole, sem deixar de a guiar, lhe deixe correr desassombradas as boas aspirações.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pois, e retomando o curso das minhas afirmações, repetirei que foi assim que me defini a quem me solicitara a anuência à candidatura.

Assim fui aceite e sem qualquer reserva, e aqui estou, pois, habilitado pelo mandato da Nação, e não de qualquer grupo, mais ou menos influente, mais ou menos numeroso.

Não vi então, nem vejo hoje ainda, razão válida para me afastar do rumo anunciado.

A Pátria, disse-o em todas as ocasiões, ratifiquei-o com ênfase nos diálogos que persisti em manter com o meu eleitorado e repito-o hoje, é e será sempre o ponto de