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13 DE FEVEREIRO DE 1971 1661

partida e chegada de toda a minha actuação política. Só a ela sirvo e servirei, entregando-lhe o limite máximo das minhas parcas potencialidades. Doesse a quem doesse. Ferisse quem ferisse. Sem tibiezas nem hesitações. Quem queira servir a Nação com toda a sua alma só encontra limite no próprio limite da felicidade do povo que a forma.

E é assim que aqui estou, insubordinado, rebelde e irreverente quanto convenha aos interesses que defendo, contra tudo e contra todos os que consciente ou inconscientemente estorvem o progresso político, social e económico da Nação e a afastem dos parâmetros do Mundo de hoje.

Vozes:- Muito bem!

O Orador: - Com o coração no passado sim, mas com a cabeça bem ao alto e a espinha bem vertical a perscrutar o futuro.

Eu sei o risco que comporta a dedicação exclusiva ao bem supremo da Nação.

Contra esses, logo se desencadeia a intempérie desordenada (e às vezes abe bem ordenada) dos que a tudo sobrepõem o seu bem pessoal em inconfessados interesses, sob o apanágio de convicções isoladas e monologastes do exclusivo da verdade e do patriotismo.

Mas a Pátria Portuguesa não foi o fruto de ajustes políticos, criação artificial mantida no tempo pela acção ide interesses rivais. Foi feita na dureza das batalhas, na febre esgotante das descobertas e conquistas com a força do génio. Com o trabalho intenso e ingrato, esforço sobre-humano na terra e no mar, ausências dilatadas, a dor e o luto, a miséria e a fome. Almas de heróis a amalgamaram, fizeram e refizeram a História de Portugal. Não puderam erguê-la com egoísmo, com comodidades, com medo da morte e da vida, mas lutando, rezando e sofrendo. Cada um deu, na modéstia ou grandeza dos seus prestámos, tudo quanto pôde e por esse tudo lhes estamos gratos. Foi assim que a definiu, em 1040, o Doutor Oliveira Salazar. Pois é por essa Pátria que eu me bato, pois é essa também a minha verdadeira, noção de Pátria!

Ataques anate ou menos violentos, ameaças, cartas, ameaças ou fechadas, insulte, e alguns partindo até de quem mas teria obrigação de os evitar, deixam-me indiferente.

Com um leve piparote, afasto o salpico e sigo em frente.

Ao ultrapassar a adolescência, o meu saudoso e honrado pai apenas me disse: "Sê homem".

A sua frase austera, embora comovida, nunca deixou de ser o meu rumo.

Não me eximirei assim a denunciar a traição, esteja onde estiver, oculte-se onde se ocultar, ainda até que se acoberte em disfarces de pureza. Ponto é que a conheça!

E quanto a isto, por aqui me quedo!

Ir mais além, e quanto mais além poderia ir, nem é neste momento aconselhável nem oportuno, exactamente à luz que sempre me dominai, repito, do superior interesse nacional, que se sobrepõe, vincadamente pai" mim, que a sirvo sem outra mira de Urano que não seja a da sua felicidade, ao esforço ou à retaliação de natureza meramente pessoal.

Mas que fique aqui bem claro e bem vincado: Nunca denunciarei levianamente ou por mera suspeito. Quando o fizer, por trás de mim estará sempre uma bateria de copiosos argumentos, apojados em factos conscientes e concretos.

Um outro ponto me merece tombem um, aparte rápido e especial:

Vem-se falando com demasiada1 frequência da existência de uma ala mesta Assembleia, a que uns generosamente vão chamando de liberal, outros, depreciativamente, progressista, e outros até com subtil ironia a sala dos Namorados".

Não deixa de ser curioso acentuar que à força de se quererem ver elas e pluralismos se incentiva, afinal, o acantonamento dos que encontraram na validade do diálogo construtivo a melhor forma. de esclarecimento para a construção do futuro.

Assim se é empurrado ao denominador comum que poderá levar à existência de uma verdadeira ala, responsabilizada então e amarrada então a um programa exaustivo, com ponto de partida no passado, sem o amesquinhar, e papel de relevo na construção do futuro, sem o subverter. E que o aceitara corajosamente!

Denunciar erros, exautorar incapacidades, mostrar desmandos; combater a inércia, o desinteresse e o comodismo; não esconder, nem camuflar, só porque é necessário prestigiar a autoridade porque é autoridade; pretender a participação de todos na vida pública e desejar a consciencialização do grande povo, pela necessidade de um diálogo vivo e permanente entre governantes e governados, ultrapassando, sem modernismo exagerado, a ideia do Estado Providencia; reconhecer anquilosamentos e desejar e colaborar na sua reforma; ambicionar e combater para que haja menos fome e que não se morra de frio; procurar uma eficiente assistência médica e medicamentosa; querer uma melhor redistribuição dia riqueza nacional; desejar o acesso de todos aos benefícios da civilização; estimular e procurar exaustivamente tirar o maior proveito das potencialidades morais e materiais do País; não regatear o elogio franco e oportuno, nem a crítica construtiva e eficaz; lutar pela promoção dos direitos cívicos, é todo um vasto programa de trabalho que se configura e desenha. Mas então, se há esse programa e se há ala que por ele se proponha, nesse regimento alinho eu. Porque só neste trilho se pode chegar à desejada justiça social e À construção de um verdadeiro Estado social.

O Sr. Cunha Araújo: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Se V. Ex.ª promete ser breve ... e que eu prometi ao Sr. Presidente ser breve também.

O Sr. Cunha Araújo: - E só para dizer que me estou a congratular, porque também pertenço a essa ala. Com as reivindicações que acaba de. apontar, estou inteiramente de acordo com V. Ex.ª

O Orador: - Tenho muito prazer em ouvir isso exactamente da boca de V. Ex.ª.

Sr. Presidente, Saca. Deputados: Em .três frentes, Guiné, Angola e Moçambique, batem-se pela paz, honrada e briosamente, soldados de Portugal. São os mesmos homens, os mesmos ousados, os meamos atrevidos guerreiros que acompanharam Afonso Henriques e o Mestre de Ávis, que, em intermináveis viagens, descobriram novos mundos, que venceram, com inexcedível audácia, as campanhas da independência, que repeliram as invasões, que reafirmaram, através dos séculos, à custa de sangue e de glória, a perenidade da Falaria.

Esses homens empenham-se em conservar em valores e em virtudes o que herdaram do passado, transmitindo-o ao futuro, permanecendo alerta, repelindo ataques, defendendo lares, protegendo vidas e haveres, impedindo a violação das sagradas sepulturas de antepassados, olhos