O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 DE NOVEMBRO DE 1972 3949

sua falta e deficiências ocasionam ao bem-estar das terras delas carecidas.
Lembrei, circunstanciadamente, em várias intervenções as carências rodoviárias, ferroviárias e fluviais.
Não vou repetir o que disse, simplesmente confessar que para algumas tento conservar n esperança.
Todavia, recordar as necessidades primárias de toda esta região subdesenvolvida é dever fundamental e faz parte dia razão por que aqui me encontro.
Ao plano rodoviário do meu distrito e suas ligações com núcleos imprescindíveis ao seu desenvolvimento dediquei a minha primeira intervenção nesta Assembleia e precisamente no primeiro dia em que esta iniciara o período de antes da ordem do dia.
Alguns lanços de estradas nacionais e muitas municipais se construíram ou estão em vias de conclusão e outras, já estudadas, aguardam o seu começo.
Mas tudo isto, que parecerá muito, ainda é pouco em relação ao que está por fazer.
Felizmente que os estudos preliminares da Região Centro do IV Plano de Fomento consideram fundamental para o desenvolvimento do distrito de Viseu novas estradas funcionais, como, por exemplo, a que se dirigirá a Aveiro.
Entretanto, o Norte do distrito aguarda que nesse estudo seja incluída também a construção de uma boa estirada ao longo do vale do Douro, encurtando o percurso desde o litoral - Vila Nova de Gaia - até à fronteira, em Barca de Alva.
Actualmente é servida pela estrada nacional n.° 222, que está longe tia satisfazer as necessidades mais elementares.
Nas considerações por mim feitas lembrei que o traçado primitivo tem sofrido algumas beneficiações.
Agora, um novo lanço de 13 km está em vias de acabamento, entre Vila Nova de Foz Côa e Castelo Melhor, no distrito da Guarda, a cujas terras veio daí uma economia de percurso até à sede do concelho em cerca de 100 km.
Mesmo assim ainda lhe faltara alguns lanços para ter continuidade.
Esta estrada é considerada fundamental para o desenvolvimento das terras do Douro e intercâmbio comercial e turístico com as terras do litoral - Porto e concelhos limítrofes -, com quem mais contactos tem e sempre terá, pois as relações comerciais e sociais perdem-se nos tempos longínquos da história, ainda que os caprichos da simpatia teimem em contrariá-los com gastos dispendiosos do erário público.
Apraz-me registar e transcrever a amável e lúcida resposta que recebi do Sr. Ministro das Obras Públicas a uma minha posterior intervenção, e referindo-se precisamente à estrada nacional n.° 222:

O Ministro das Obras Públicas tem consciência dos problemas levantados, e tanto assim é que, em 1970, foram programadas obras que atingiram o elevado montante de 48 000 contas e que beneficiam uma única estrada - a estrada nacional n.° 222. São beneficiações de interesse local que vão processar-se sem prejuízo do estudo a empreender de uma boa estrada ao longo do vale do Douro e que constituirá, sem dúvida, um importante factor do fomento da região.

Isto foi-me escrito em 6 de Abril de 1971 e é motivo de uma salutar esperança paro todos os povos da região duriense, manifestando a evidente atenção que o plano de obras do Ministério das Obras Públicas consagra às realidades económicas e naturais de toda uma região.
É, assim, reconhecido o primitivo estado de atraso de toda aquela vasta região e esperamos que as conclusões do IV Plano de Fomento o considerem.
Numa breve leitura desses estudos, concluímos que toda niquela vasta área da região da Beira-Douro e dos concelhos de Trancoso, Pinhel, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa e Meda, do distrito da Guarda, é uma mancha sem definição concreta e sobre a qual se não debruçou o interesse da promoção económica e social.
O facto é injustamente imposto a uma população pacífica e trabalhadora, que através dos tempos tem dado o melhor do seu esforço e dos seus sentimentos na construção de um Portugal maior e melhor.
Só por isso merecia um mínimo de atenção.
Nestas agruras tem o Sr. Ministro das Obras Públicas o nosso melhor reconhecimento.
E na parte referente só ao meu distrito insisti, entre tantos, na ligação Lamego-Armamar-Tabunço, estrada nacional n.° 226-2, tendo-me sido dito na mesma nota que já fora despachado o «estudo prévio».
Infelizmente, manda a verdade dizer que ainda se não iniciou esse estudo.
Não esqueci, o que constituiria falta imperdoável,- a estrada nacional n.° 222-2, a começar em Resende e a terminar em Bigorne, na estrada nacional n.° 2.
Devo acrescentar que o concelho de Resende é, no presente, o mais deficitário do distrito em vias rurais e que algumas estão dependentes da abertura da referida estrada nacional.
Muitas povoações ainda são servidas pelo tipo de calçadas romanas ou por outras de igual e difícil acesso.
Eu, sinceramente, queria que esta afirmação fosse um exagero e não correspondesse a uma dura realidade, mas, infelizmente para todos, não é.
Os outros concelhos do Norte do distrito - Cinfães, Lamego, Tarouca, Moimenta da Beira, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira, etc. - estão um quase nada melhores, mas também carecidos de muitas estradas e caminhos municipais.
Merecem estes concelhos uma particular visita do Sr. Ministro dos Obras Públicas e com o tempo necessário para se certificai da verdade, pois, disso fico certo, da sua lúcida e dinâmica decisão nasceriam dias venturosos para aquelas terras primitivas.
Ainda recentemente deu provas disso numa visita frutuosa a Santa Comba Dão e a Mortágua.
Referi-me às linhas ferroviárias do Douro, Corgo, Tua e Sabor.
Os mesmos problemas e es mesmas dificuldades não só subsistem, como em cada dia que possa mais se avolumam.
Na linha do Douro, é justo reconhecer, têm melhorado as composições, mas teimam na vertiginosa . . . velocidade de 35 km/h a 40 km/h.
Por um qualificado responsável dos caminhos de ferro me foi dito que podiam ser revistos os horários e que os percursos se poderiam fazer em menor tempo.
Por que razão se não faz?
Quanto à remodelação da linha e sua inerente electrificação é já conto de fadas.
Não digam que os centros produtores de emergia estão distantes ... e que a linha não garante rentabilidade
Acerca das linhas de via reduzida, afluentes da linha do Douro, aguardamos o que nos está prometido pelos responsáveis que ao assunto dedicam o melhor da sua atenção e estudo.
E quanto à linha do vale do Vouga, sobro a qual tanto se tem dito e escrito, só peço uma solução condigna dos