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3878 I SÉRIE - NÚMERO 81

O Orador: - Srs, Deputados, há pouco, ouvi tanta coisa interessante ou desinteressante.., deixem-me acabar! ,..
Quanto à questão do inquérito, parece que a única política que o PS sabe fazer é lançar inquéritos, Lancem propostas! Respondam com propostas concretas e eu desafio-o a traçar, hoje, um cenário de desenvolvimento da política macro-económica para que todos, incluindo o País, possamos ouvir as suas palavras.

Aplausos do PSD.

O Sr, Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pacheco Pereira.

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Deputado João C r avinho, não vou discutir as considerações económicas da sua intervenção, porque não tenho competência para tal, mas gostaria de discutir as considerações políticas.
A sua intervenção é um bom exemplo daquilo que é, actualmente, a intervenção política do Partido Socialista.

O Sr. Silva Marques (PSD): - É um espectáculo!

O Orador: - Os Srs. Deputados consideram que dá resultado repetir sistematicamente, junto do eleitorado, as mesmas coisas, seguindo um pouco o exemplo daquela corrente musical minimal repetitiva. Os senhores estão a transformar a Oposição numa espécie de oposição minimal repetitiva, em que repetem centenas de vezes os mesmos acordes, contando que isso tenha algum efeito na opinião pública.
Mas há uma razão essencial, porque a repetição minimal não tem qualquer efeito na opinião pública. O que os senhores dizem não tem qualquer espécie de sentido político: ou são abstracções ou são falsidades, e vou dar alguns exemplos da razão por que é que este tipo de discurso não tem qualquer espécie de credibilidade.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - A inflação, por exemplo!

O Orador: - O Sr. Deputado João Cravinho disse que o Governo está a pôr em causa a participação democrática dos portugueses, com o habitual exagero de vocabulário que faz com que os senhores estejam permanentemente a gritar que «vem aí o lobo». Um dia que alguma vez, por eventual hipótese académica, o lobo realmente aparecesse ninguém acreditava na queixa!...
Coloco apenas esta questão: quais são, no concreto, os instrumentos de participação democrática dos portugueses que estão a ser postos em causa pelo Governo? Quais são os instrumentos de intervenção política da Oposição que os senhores não podem utilizar, porque o Governo os impede? Não basta repetir sistematicamente este tipo de slogan, é preciso dizer concretamente o que é que se passa.
Em segundo lugar, os senhores dizem, com aquela impunidade das palavras que se podem sempre utilizar sem preocupação pelo seu sentido, que Portugal caminha para padrões do Terceiro Mundo.
Toda a gente, que tem bom senso sabe - e os senhores não acreditam no bom senso dos eleitores - sabe que o que dá vitória aos governos e aos partidos é, essencialmente, o bom senso dos eleitores, toda a gente sabe que é a coisa melhor repartida e ninguém de bom senso, em Portugal, acredita que, por muitas asneiras que qualquer governo faça, alguém esteja a fazer caminhar Portugal para os padrões do Terceiro Mundo, Isto não tem qualquer espécie de sentido e quem o afirma com esta impunidade tira qualquer credibilidade ao que diz, à volta, antes ou depois.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Tudo o resto é assim.
Não sendo economista nem tendo uma especial competência no plano económico, eu mesmo lhe direi que destacar um factor na análise económica e não ter em conta todos os outros factores subjectivos, como a confiança, o investimento, o desemprego, um vasto conjunto de outros indicadores, é, efectivamente, falsear a questão.
Os senhores podem vir aqui todos os meses, sempre que for publicado índice da inflação, e posso garantir-lhe que a preocupação pelo índice da inflação não é apanágio da Oposição, pois na bancada do PSD existe idêntica preocupação.
Os senhores podem vir aqui ciclicamente todos os meses - provavelmente vão ter menos oportunidade de fazê-lo - que isso não retira a análise que fazem (uma pobreza essencial!), que tem mais a ver com oportunismo político do que com uma análise séria da realidade económica. Aí também o desafio a integrar a análise económica, mais geral, com o conjunto dos indicadores disponíveis, com a análise destacada e isolada que faz da inflação.
O Sr. Deputado, evidentemente, iniciou a sua campanha eleitoral e é legítimo fazê-lo! Só gostava de colocar-lhe uma questão.
O Sr. Deputado considera que os resultados eleitorais devem ser tidos em conta no sentido de mudar a governação. Todos sabemos que eleições deste tipo são difíceis para o Governo, Gostaria de perguntar-lhe se considera que os resultados que os partidos da Oposição, em particular o Partido Socialista, irão ter nas próximas eleições para o Parlamento Europeu levarão também a uma mudança de governação no Partido Socialista.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado João Cravinho.

O Sr. João Cravinho (PS): - Sr. Deputado António Vairinhos, agradeço as palavras que me dirigiu.

O Sr. Deputado formulou uma referência a um inquérito. Suponho que é uma obsessão, será um pesadelo....

Protestos do PSD.

É que eu não falei em inquérito. Suponho que, quando se vai à Tribuna, não é para «sacar» um inquérito da algibeira, ainda não estamos aí. Basta os que existem! Portanto, não compreendo a sua referência.
Quanto ao desemprego, o Sr. Deputado António Vairinhos, naturalmente, lê a propaganda do seu Governo. Se lesse as estatísticas da CEE - e leia o EUROSTAT que existe na Biblioteca da Assembleia (eu li-o!) -, veria uma curiosa estatística que o seu