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96 I SÉRIE - NÚMERO 3

dominaram tempos passados; trata-se simplesmente de procurar a definição mais correcta dos interesses do País e de escolher a melhor estratégia para os afirmar no próprio quadro da construção da União Europeia. É isto que pretendemos, Sr. Primeiro-Ministro.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, o que, no fundo, estava em causa era um enorme receio face à oposição que se afirmou com coragem e sem complexos à direita do PPD/PSD. Até agora tranquilo corri os nossos 4,5 %, o PPD/PSD começou a inquietar-se com a possibilidade do crescimento eleitoral do CDS-PP e com os sinais indisfarçáveis que lhe chegavam, e chegam, acerca de tal crescimento. Acho que faz bem, mas não deixo de notar que o faz com velhos homens da esquerda marxista e com um discurso marcadamente de esquerda. De tal modo, que o PS não hesitou hoje, pela boca do novo líder parlamentar, Deputado Jaime Gama, em confessar a sua adesão quase total 99,9 % - ao discurso do Deputado Pacheco Pereira! Quer dizer, o PPD/PSD está a preparar o regresso a casa, à casa
comum do socialismo, como de resto, resulta, sem margem para dúvidas, das orientações políticas que têm vindo a ser seguidas no Governo do seu
Presidente, Sr. Prof. Cavaco Silva.
Sr. Primeiro-Ministro, esteja descansado, estamos aqui para constatar, para verificar - não estamos para criticar ou para aconselhar, como aconteceria se
V. Ex.ª estivesse a usar da palavra e o nosso partido fosse o referido.
E que dizer, Srs. Deputados, dos outros partidos da oposição? Os outros partidos da oposição não fizeram mais do que demonstrar aqui que tinham também razões para censurar o Governo. Segue-se, pois, que têm razões mas que lhes falta a coragem e o sentido da responsabilidade. Com eles o eleitorado não pode contar para aqui dar corpo à contestação ao Governo: o PCP, porque prefere canalizar para a agitação revolucionária todo o descontentamento; o PS, porque vive enredado nas suas próprias contradições, porque sabe que a censura verdadeira a este Governo tem motivos e razões que se identificam com a direita parlamentar
e nunca com o socialismo. Votem como votarem (e não estamos preocupados
com isso), o vosso voto será sempre um voto embaraçado. É verdade o que diz
o Sr. Primeiro-Ministro: VV. Ex.ªs vão votar a reboque da nossa iniciativa, a reboque do CDS-PP!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Muito obrigado, Srs. Deputados do PSD. Só falta o Sr. Deputado Pacheco Pereira dizer: "connosco, não falam assim"! Lá haveremos de falar, quando VV. Ex.ªs mudarem de posição!

0 Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Não conte com isso!

Risos do PSD.

0 Orador: - Vamos, pois, Srs. Deputados, censurar o Governo: porque não tem estratégia, não cumpre o que prometeu, é um factor de instabilidade. Fazemo-lo com a tranquilidade de quem teve a coragem de o censurar e de expor publicamente os motivos para o fazer. Os únicos motivos fiquem cientes, Srs. Deputados - que, para os portugueses existem, os únicos motivos daqueles portugueses que seguiram debate. Não há outros motivos - há apenas os nossos motivos!

Aplausos do CDS-PP, de pé.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado Narana Coissoró.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, nos termos do n.º 1 do artigo 240.º do Regimento, requeiro a votação da moção. Caso haja consenso de todas as bancadas parlamentares, dispensamos o intervalo de uma hora para a realização da votação e propomos que esse intervalo seja reduzido, se a Câmara o entender, para quinze minutos.

Vozes do PSD, do PS e do PCP: - Votamos já!

0 Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vou ler o que está no Regimento, para ver se o interpretamos com objectividade.
0 que diz o n.º 1 do artigo 240.º é o seguinte: "Encerrado o debate, procede-se à votação na mesma reunião e após intervalo de uma hora, se requerido por qualquer grupo parlamentar. Portanto, penso que podemos votar imediatamente ou uma hora depois.
Tem a palavra o Sr. Deputado Jaime Gama.

0 Sr. Jaime Gama (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero dizer que gostaríamos de votar imediatamente. Pelo menos, dá-nos o prazer de irmos a reboque de um táxi de luxo!

Risos.

0 Sr. Presidente: - Assim faremos.

0 Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

0 Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

0 Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Presidente, gostaria de saudar a decisão do Sr. Presidente da Assembleia da República de tratar com toda a dignidade a direcção do Partido Popular, que visita pela primeira vez esta Assembleia, sentando-o na tribuna à minha esquerda, e registar que a primeira vez que a direcção desse partido em conjunto se dirige a esta Assembleia se senta na tribuna habitualmente destinada à classe política e não na tribuna onde normalmente está representado o povo português.

Aplausos do PSD, do PS e do Deputado independente João Corregedor da Fonseca.

0 Sr. Presidente: - Srs. Deputados, nos termos regimentais, vamos passar à votação da moção de censura n.º 1/VI, apresentada pelo CDS-PP.

Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do PSD e votos a favor do PS, do PCP, do CDS-PP, de Os Verdes e dos Deputados independentes João Corregedor da Fonseca e Luís Fazenda.

Aplausos do PSD, de pé.

Srs. Deputados, a próxima reunião plenária terá lugar na quarta-feira, dia 26, com período de antes da ordem do dia, estando prevista para o período da ordem do dia a reapreciação e votação dos seguintes decretos da Assembleia da República: n.º 174/VI - Controlo público de rendimentos e património dos titulares de cargos públicos; n.º 177/VI - Altera o Decreto-Lei n.º 85-C/75, de 26 de Fevereiro (Lei de Imprensa); e nº178/VI - Altera a Lei n.º30/84, de 5 de Setembro (Lei Quadro do Sistema de Informações da República Portuguesa).