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92 I SÉRIE - NÚMERO 3

de falta de esperança, de perda de confiança, de ausência de horizontes e de perspectivas de futuro.
Por mim, não quero voltar a esses tempos. Tudo farei para que tal não aconteça.
0 Governo está sustentado por uma coesa maioria parlamentar, que tem por si a legitimidade popular e um claro sentido das responsabilidades e do interesse nacional. E não lhe tem faltado, nem faltará, a coragem e a determinação para enfrentar as manobras desenvolvidas pelas oposições, no Parlamento e fora dele.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - Portugal prossegue um caminho de modernização e transformação estrutural iniciado há cerca de nove anos.
E um caminho exigente, cujo esforço foi acrescido, nos últimos dois anos, pela mais grave crise económica que as economias desenvolvidas do mundo ocidental conheceram na segunda metade deste século. Mas temos sabido percorrê-lo com determinação.
Portugal, juntamente com a Europa, está já em período de franca recuperação das graves dificuldades sentidas em 1992 e 1993. A retoma é já uma clara realidade e ela significa mais emprego, mais investimento, mais poder de compra para todos os portugueses. Significa um novo impulso na afirmação de Portugal numa economia global e integrada, num mercado mundial dinâmico e desenvolvido.
Estamos, pois, no arranque de um novo ciclo da economia portuguesa, que vai completar e consolidar os avanços conseguidos no ciclo anterior.
Mas a garantia de progresso não vem de fora, nem nos é assegurada pelas ajudas dos outros, como erradamente alguns julgam. Ela nasce do esforço das empresas, dos trabalhadores, de todos os portugueses.
Mas reafirmo: para que se consolide a recuperação e o progresso seja uma realidade é preciso garantir a estabilidade política e a governabilidade do País. São as empresas que fazem a recuperação económica, irias a estabilidade política é uma condição essencial para o seu sucesso.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: É minha convicção de que Portugal pode vencer no futuro. Que Portugal vai vencer no futuro. Com estabilidade política, apostando nos portugueses e realizando o projecto de integração que muitos sonharam, pelo qual muitos outros lutaram e que hoje estamos a concretizar.
Portugal está na Europa por convicção, não por obrigação. Portugal está na Europa por vontade própria, não por imposição alheia.
Estamos na Europa porque a Europa é um projecto de paz e de segurança, porque a Europa é um espaço de desenvolvimento económico e de solidariedade.
Dentro da Europa, podemos ter sucesso. Fora da Europa, seria o empobrecimento, o isolamento, a incapacidade de nos afirmarmos no mundo. A Europa corresponde, para nós, portugueses, a uma opção natural, por razões geográficas, culturais e de civilização. Ela é, de resto, hoje, indispensável para afirmarmos o tradicional universalismo da gesta lusitana. Ela é indispensável para a defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses.
Portugal não tem alternativa fora do contexto da Europa. Mas isso não significa abdicar de defender o interesse nacional, não significa deixarmos de ser portugueses nem significa menor lealdade ou desvio à nossa cultura, à nossa História, ao direito à diferença, que muito bem cultivamos.

Aplausos do PSD.

Tal como não significa qualquer afastamento na nossa especial ligação a África, ao Brasil, ao Atlântico. Muito pelo contrário. Na Europa, somos mais fortes e eficientes no aprofundamento desta relação privilegiada.
É com esta clareza que encaro o futuro de Portugal na União Europeia. Com clareza e com coerência. A mesma clareza e coerência que faltam aos que criticam a União Europeia, são, contra a União Europeia, mas são incapazes de dizer o que fariam relativamente à Europa se algum dia fossem poder ou tivessem acesso ao poder.
0 CDS é contra a União Europeia. Votou contra o Tratado da União Europeia. Se fosse coerente, se tivesse coragem moral e verticalidade política, teria de assumir a responsabilidade defender a saída de Portugal da União Europeia.

Aplausos do PSD.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Queria!

0 Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Uma coisa quero deixar clara: ninguém me peça que governe ao sabor das circunstâncias políticas e em função da popularidade fácil. Disse-o e repito-o, hoje, amanhã e sempre: não hipotecarei o futuro, seja por que razões for, não comprometerei nunca o futuro das novas gerações.
Para mim, governar é um serviço e, sobretudo, a oportunidade de levar por diante um projecto. Um serviço que implica espírito de missão, que requer seriedade, honestidade, sentido de responsabilidade. A realização de um projecto que reclama um País melhor, uma sociedade mais desenvolvida, mais justa e solidária.
É com este sentido de serviço e a convicção de poder realizar este projecto que tenho dado o melhor de mim próprio, sobretudo em prol dos mais vulneráveis, dos mais carenciados e dos mais desfavorecidos da nossa sociedade.
Com convicção, com vontade, com empenho, com uma grande determinação.
Antes de mais e antes de tudo, porque sei, porque acredito que Portugal tem futuro e que os portugueses são capazes de construir esse futuro.
É por tudo isto que aqui estou. Não fujo às responsabilidades.
Sou sensível às dificuldades de muitos portugueses, às legítimas ambições de muitos outros, aos anseios e aspirações de todos.
Por isso saio daqui, por isso o Governo sai daqui com mais força, nova vontade e determinação renovada.
As exigências dos portugueses são para nós um estímulo. As dificuldades, um desafio que queremos vencer.
Nada nem ninguém nos fará abalar a grande e inquebrantável confiança que temos em Portugal, que temos nós portugueses e na sua vontade férrea de ganhar o seu futuro colectivo.

Aplausos do PSD, de pé.

0 Sr. Presidente: - Para fazer a intervenção de encerramento, tem a palavra o primeiro subscritor da moção de censura, Sr. Deputado Nogueira de Brito.

0 Sr. Nogueira de Brito (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: 0 Sr. Primeiro-Ministro criou alguma expectativa, hoje, na Câmara e, confesso, também tive essa expectativa. Mas quando comecei a ouvir o seu discurso, verifiquei que, afinal, estávamos perante uma repetição do encerramento da moção de censura apresentada em 1989.