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1546 I SÉRIE - NÚMERO 44

O Sr Narana Coissoró (CDS-PP): - Porque perdeu o Durão Barroso!

O Orador: - Porque é «este» que nos conserva o poder!? Que outro grande tema, que outro assunto poderia ter concitado a atenção dos portugueses? De facto, reconheço, este Congresso concitou a atenção dos portugueses, mas apenas à volta desta questão, que é suficientemente importante para concitar a atenção das pessoas Mas de nada mais se falou, como, por exemplo, da inserção de Portugal no mundo, do problema de Portugal e a Europa, da reforma do sistema político
O Sr Deputado, antes da realização do Congresso, lançou, por mais de uma vez, um alerta, dizendo «atenção que o Partido Social Democrata necessita de renovação, mas a renovação não se fará na oposição» Sr Deputado, de duas uma ou utilizamos a razão, num esquema, num modelo próprio das democracias, onde a tal sociedade «que o PSD salienta» sente a necessidade da renovação e da mudança de funciona o mecanismo da sanção política e há uma substituição dos partidos governantes, ou funcionamos numa lógica diferente, que não vou adjectivar, que é a de, quando existe a necessidade da renovação e da mudança na sociedade, ela se dar dentro de um só partido, do tal partido que e suposto representar todos
Posto isto, gostaria que o Sr Deputado especificasse o sentido que queria dar à intervenção que acabou de proferir, porque pode dar origem a outros comentários, pois basta saber quem o Sr Deputado apoiou para retirar uma conclusão.
O Sr Deputado dir-me-á «a ver vamos»1 Mas essas suas palavras foram ditas antes do Congresso O Sr Deputado disse «Atenção que o partido não se renovará na oposição» E apoiou um determinado candidato, que perdeu!
O Sr Deputado dir-me-á «a ver vamos». Mas a pergunta que lhe coloco, à volta disto, é a seguinte qual é a concepção de modelo político subjacente a esta noção? Se há a necessidade de uma mudança, de uma renovação, porque disse que o Partido Social Democrata tem de renovar-se depois das eleições, e não antes para as ganhar? Disse que só deverá fazê-lo depois das eleições, porque funcionou numa perspectiva pós-eleitoral, e não falou na perspectiva de poder/oposição?

(O Orador reviu.)

O Sr Presidente: - Tem a palavra o Sr Deputado Mário Tomé.

O Sr Mário Tomé (Indep.) - Sr Presidente, Sr Deputado Pacheco Pereira, começo por dizer-lhe que não subestimo o PSD, pois, se o fizesse, teria os meus militantes, como tive no Congresso da UDP recentemente realizado, a não mo deixarem fazer No Congresso da UDP houve muitas intervenções de trabalhadores despedidos e desempregados da SETENAVE, da LISNAVE e de muitas outras empresas que não me deixam subestimar o PSD.
Já agora, pergunto ao Sr Deputado, que nos tentou mostrar um PSD abrangente, quais foram as intervenções dos trabalhadores desempregados e despedidos no seu Congresso A não ser que me diga que, normalmente, os militantes do PSD - muito menos os congressistas - não são homens despedidos ou desempregados.
Sr Deputado, na minha opinião, o Congresso do PSD foi uma operação de «lixívia», de branqueamento da situação real do país a desindustrialização, o que se passa na agricultura, o desemprego, a crise da segurança social.
O único discurso político que teve lugar nesse Congresso foi o do Sr Primeiro-Ministro Cavaco Silva.

O Sr Rui Gomes da Silva (PSD) - Agora, já é bom!

O Orador: - Não, não é bom!
O Prof. Cavaco Silva tentou glorificar a sua prestação ao serviço da direita, fazendo um pouco de concorrência ao CDS-PP, para não perder votos para este partido.
Mas, do ponto de vista do discurso político, mais não houve! Foi apenas uma operação de branqueamento, de narcisismo, em que as várias caras exibiam um «sonso Pepsodent», sem ninguém tocar sequer nas questões fundamentais que interessam ao nosso país a casuística na economia, o que foi feito de propósito para o Champalimaud, para o BCP, para a Telecom e a manipulação da comunicação social, através da qual se tenta branquear o que não pode ser branqueado
A situação política vivida em Portugal mostra claramente que a alternância não é a mudança necessária e que o PSD se prepara para desvincular-se de toda a política do Governo e, assim, aparecer nas eleições dizendo que nada teve a ver com o que se passou, o que exige, mais do que nunca, que esta Assembleia da República seja dissolvida e se realizem eleições antecipadas

(O Orador reviu.)

O Sr Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr Deputado Pacheco Pereira

O Sr Pacheco Pereira (PSD) - Sr Presidente, Srs Deputados, quer o Si Deputado Manuel Queiró quer o Sr Deputado Mano Tomé, nas respectivas intervenções, não colocaram quaisquer questões, pelo que é difícil responder-lhes

O Sr Mário Tomé (Indep) - Perguntei-lhe quais tinham sido as intervenções dos desempregados1

O Orador: - O Sr Deputado não leu, certamente, as 18 moções apresentadas mas posso dizer-lhe que, no meio dos jovens presentes naquele Congresso, havia muitos à procura do primeiro emprego porque o PSD não é um partido de gente rica, razão pela qual muitas daquelas pessoas trabalham e vivem com dificuldades Mas, mais importante do que reunir, como acontece no seu Congresso, meia dúzia de funcionários políticos e sindicais,

O Sr Mário Tomé (Indep): - Desistiram para os barões falarem!

O Orador: - é poder afirmar que pelo Congresso do PSD passam as expectativas dos portugueses que têm dificuldades e isso, meus caros senhores, vê-se nos votos Encontrar-nos-emos todos em Outubro como nos encontrámos em 1991 e em 1987 e, nessa altura, lá estaremos para ver quem fala em nome das expectativas dos portugueses.

O Sr Mário Tomé (Indep ) - Dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr Deputado.

O Sr. Mário Tomé (Indep) - Faça como eu não menosprezo nem subestimo o PSD Não subestime, pois, a UDP!

O Orador: - Registamos, portanto, que não deve subestimar-se a UDP!
O Sr Deputado Manuel Queiró falou sobre o poder Ora, para um partido cumprir o seu programa, o poder